21/01/2015 às 10:23, atualizado em 12/05/2016 às 17:52

Potencial de crescimento

Estudo da Codeplan indica o empreendedorismo como caminho para a descentralização e a diversificação da economia brasiliense

Por Étore Medeiros, da Agência Brasília


. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

BRASÍLIA (21/1/2015) De cada quatro trabalhadores do Distrito Federal, um se encaixa na definição de empreendedor: são 299.181 autônomos, profissionais liberais e empregadores, que representam 24,5% das pessoas ocupadas. Divulgado ontem pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan), o estudo Potencial Empreendedor no Distrito Federal tem por objetivo fornecer subsídios ao governo e às demais instituições que podem traçar políticas de desenvolvimento. Em uma unidade da Federação onde o setor público tem presença marcante na economia, o empreendedorismo é visto como uma das saídas para descentralizar e diversificar a estrutura produtiva.

O presidente da Codeplan, Júlio Miragaya, chama a atenção para o fato de que a renda média do DF é três vezes superior à nacional, o que representa “amplo espaço” de crescimento para o empreendedorismo. “Até pela renda excepcional, a economia local se especializou no serviço às pessoas, e não às empresas”, explica. Mais do que apresentar respostas, diz, o objetivo do trabalho é pautar o debate do empreendedorismo.

No evento de lançamento do estudo, no auditório da Codeplan, o superintendente do Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas no Distrito Federal (Sebrae-DF), Valdir Oliveira, afirmou que a principal meta da entidade de 2015 a 2018 foi estabelecida pelo governador Rodrigo Rollemberg: fortalecer a atuação fora do Plano Piloto. Embora apenas 6,32% dos autônomos, profissionais liberais e empregadores do DF estejam no Plano Piloto, é nessa região administrativa que o Sebrae faz 32% dos atendimentos.

“Na nossa posse, o compromisso com o Rollemberg foi o de descentralizar”, lembrou Oliveira, referindo-se ao evento de 5 de janeiro, quando tomaram posse a diretoria e o conselho administrativo do Sebrae-DF. Uma das prioridades da entidade é aumentar a presença em Ceilândia, Samambaia, Taguatinga e adjacências. As regiões administrativas agregam 40,99% dos empreendedores do DF — ou 122 mil profissionais. O atendimento digital, segundo o superintendente do Sebrae-DF, será o meio de alcançar o máximo possível de pessoas.

Onde estão os empreendedores do Distrito Federal
(Autônomos, profissionais liberais e empregadores)

Plano Piloto – 18.903 – 6,32%

Lago Norte, Lago Sul e Varjão – 9.762 – 3,26%

SIA, Estrutural, Cruzeiro, Sudoeste, Octogonal e Guará – 27.140 – 9,07%

Núcleo Bandeirante, Park Way, Candangolândia e Riacho Fundo – 12.110 – 4,05%

Taguatinga – 25.125 – 8,43%

Águas Claras e Vicente Pires – 24.295 – 8,12%

Ceilândia e Brazlândia – 56.218 – 18,79%

Samambaia, Recanto das Emas e Riacho Fundo II – 41.390 – 13,83%

Sobradinho I e II e Fercal – 17.492 – 5,85%

Planaltina – 14.754 – 4,93%

Paranoá e Itapoã – 12.234 – 4,09%

Gama e Santa Maria – 24.227 – 8,1%

São Sebastião e Jardim Botânico – 15.441 – 5,16%

A força de trabalho do DF

Empregado com carteira assinada – 617.095

Autônomo – 278.748

Servidor público – 194.168

Empregado sem carteira assinada – 81.471

Estagiário – 16.701

Empregador – 13.126

Profissional liberal – 7.309

Ocupante de cargo comissionado – 4.763

Empregado temporário – 4.045

Aprendiz – 1.189

Trabalhador não remunerado – 373

Subtotal – 1.218.988

Não trabalha – 1.215.174

Menor de 10 anos – 352.107

Total – 2.786.648