13/03/2015 às 20:42, atualizado em 12/05/2016 às 17:52

Secretário afirma que transferência para o Mané Garrincha será economicamente vantajosa

Estádio abrigará servidores de três pastas a partir deste mês, até que Centro Administrativo possa receber todos os órgãos do governo

Por Paula Oliveira, da Agência Brasília


. Foto: Andre Borges/Agência Brasília-3.3.2015

Além de significar economia aos cofres públicos, a transferência de três secretarias de Estado para o Estádio Nacional Mané Garrincha, ainda neste mês, não impedirá uma futura mudança para o Centro Administrativo de Taguatinga. É o que garante o secretário de Gestão Administrativa e Desburocratização, Antonio Paulo Vogel. Segundo ele, a permanência das pastas na arena esportiva deverá ser de pelo menos um ano.

O objetivo do governo é transferir para Taguatinga todos os órgãos da administração pública que atualmente ocupam 95 imóveis alugados e, consequentemente, deixar de gastar cerca de R$ 60 milhões por ano. No entanto, isso ainda não é possível porque o complexo de prédios, inaugurado em 2014, tem pendências de documentação e está sem mobiliário, luz e água. “Estamos resolvendo os problemas do Centro Administrativo e vamos diminuir a conta de aluguéis com o remanejamento de alguns órgãos”, afirma Vogel.

O secretário acredita que o tempo será suficiente para o governo decidir a destinação da arena construída para receber os jogos da Copa do Mundo da Fifa de 2014. Com intuito de definir a melhor forma de gestão do estádio, um grupo de trabalho foi criado em fevereiro com representantes da Companhia Imobiliária de Brasília (Terracap), da Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) e das Secretarias de Turismo e do Esporte e Lazer.

Mesmo se a solução for conceder a administração e a exploração da área a empresas privadas, a ocupação pelas secretarias agora não será obstáculo no futuro. “A concretização disso não é imediata. Depois que o grupo de trabalho concluir o relatório, o processo é longo e envolve consulta pública, elaboração e publicação dos editais de licitação. É o tempo de que precisamos para viabilizar a ocupação do Centro Administrativo”, explica o secretário.

Estrutura pronta
Vogel ressalta que a ocupação do Estádio Nacional, ainda que temporária, não significará despesa extra ao governo. A estrutura formada por 40 salas equipadas com pontos de rede, ar-condicionado, internet e banheiros está ociosa desde o fim da Copa do Mundo, em julho de 2014.

Com a transferência das Secretarias do Esporte e Lazer, de Economia e Desenvolvimento Sustentável e de Desenvolvimento Humano e Social para a arena, a economia deverá ser de R$ 880 mil por mês com aluguel — R$ 10,5 milhões por ano. Atualmente, as secretarias ficam em um prédio na 509 Norte.

A mudança é parte de um conjunto de medidas adotadas pela administração pública para diminuir os gastos do governo e redirecionar os recursos a pagamentos mais urgentes, como o de pessoal. “Estamos enfrentando uma crise financeira e tudo que puder ser feito para economizar será feito”, afirma Vogel.

Para levar as três secretarias ao Estádio, serão gastos R$ 170 mil. Esse valor inclui serviços como transporte, desmontagem e montagem dos móveis (os das secretarias serão aproveitados) e instalação de computadores. Não haverá necessidade de adaptações na construção, pois as salas estão prontas para receber estrutura de escritório. A transferência também não prejudicará a utilização do Mané Garrincha para abrigar jogos, shows e outros eventos.

Os cerca de 400 servidores que cumprirão expediente na arena terão acesso exclusivo às secretarias — caminho que já existia para atender aos funcionários da Fifa.

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