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01/04/2021 às 11:20, atualizado em 01/04/2021 às 22:11
Conheça a história de amor entre a família de dona Maria e a Escola Meninos e Meninas do Parque, da Secretaria de Educação
[Olho texto=”“O que eu posso fazer pelos meus filhos é dar a chance de estudar. Coloco cada um na escola desde os 4 anos para eles não viverem o que eu vivo”” assinatura=”Maria Cruz de Oliveira, líder da família” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Mulher, 45 anos, 11 filhos, 2 netos. Dona Maria Cruz de Oliveira não aprendeu a ler nem escrever, mas vê na educação dos filhos e dos netos uma chance de conquistas para a família: quer que eles tenham bons empregos no futuro.
Assim, ela lidera a família inteira e estimula os filhos a serem os estudantes mais aplicados da Escola Meninos e Meninas do Parque, que fica dentro do Parque da Cidade.
“O que eu posso fazer pelos meus filhos é dar a chance de estudar. Coloco cada um na escola desde os 4 anos para eles não viverem o que eu vivo”, conta.
Reconstrução
A crença na reconstrução da própria história por meio da educação pública do Governo do Distrito Federal move o dia a dia da família. Dona Maria perdeu a mãe aos seis anos. Até os dez, ficou sob a guarda da irmã mais velha, mas logo estava sozinha e sem perspectiva nas ruas de Brasília.
“Todos os dias eu procuro passar para os meus filhos o que aprendi com minha mãe. Meu tempo com ela foi curto, mas eu me lembro bem, e é tudo que tenho. Educo para respeitarem os mais velhos, para não responder e serem gentis”, relembra.
[Olho texto=”“O conhecimento é para todos, independentemente da classe social. A descoberta do mundo pela escrita e pela leitura é a concretização dos sonhos de cada um. Fortalecemos aquilo que cada um traz, principalmente os talentos”” assinatura=”Amélia Oliveira, diretora da Escola Meninos e Meninas do Parque” esquerda_direita_centro=”direita”]
Com as dificuldades intensificadas pela pandemia da covid-19, a luta por oportunidades ficou ainda mais latente. “Nesta pandemia, nossa dificuldade de sustento familiar aumentou. Além do material impresso para as aulas das crianças, ajudam com roupa e mantimento. A escola que está sendo mãe e pai dos meus filhos”, conta dona Maria.
Como diz a diretora da escola Meninos e Meninas do Parque, Amélia Oliveira, “nossos alunos sabem que, por meio da educação, uma pessoa pode reescrever sua história de vida. A educação possibilita ir atrás dos sonhos”.
Seguindo as palavras de Amélia e com todo apoio da mãe, Shirley, a filha de 16 anos de dona Maria, desenha o sonho profissional na procura de melhores oportunidades. A adolescente sonha em ser veterinária e assume a tarefa de auxiliar os irmãos mais novos nas atividades escolares. “Eu gosto do conteúdo da escola e quero aprender várias coisas para colocar no meu currículo. A matéria que tenho mais facilidade é Português, e a que acho mais difícil é Inglês”, acrescenta.
Escola também é casa
É com o apoio da escola que dona Maria e os filhos recebem produtos de higiene, comida e a esperança de dias melhores. “Ela se dedica para que os filhos possam realizar todas as atividades, admiramos a felicidade nos olhos dela com a conquista de cada criança”, conta a diretora, que também é pedagoga e especialista em Direitos Humanos.
Amélia descreve dona Maria como o exemplo e a imagem da mãe que se esforça o tempo todo para manter os filhos na escola. “A gente acredita que é, por meio do estudo, que cada aluno vai rever sua história e autossuperar-se. Acreditamos em uma educação humanizada, emancipatória e feliz”, argumenta.
Segundo Amélia, é na escola que estudantes e familiares tem a chance de se reconhecer em um lugar de pertencimento. Assim, a professora das filhas de dona Maria, Viviane Araújo, acrescenta: “As famílias se sentem acolhidas pela escola. Por isso, a aproximação maior neste tempo de pandemia, pois a escola tenta auxiliar em todas as demandas apresentadas por elas, buscando solucionar, sempre que possível, o que está ao alcance”. Mesmo com atividades remotas e conteúdos impressos, é a escola que leva acolhimento até os estudantes.
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Viviane é professora das jovens há pouco mais de um ano. Descreve a família com amor: “Meninas de poucas palavras e muitos sonhos. Apesar das poucas conversas, pude perceber o brilho no olhar a cada fala. Observei que a dona Maria, bem como as outras mulheres que ela gerou, vivem a luta cotidiana de manter a sua família unida, buscando um futuro melhor por meio da educação. Mesmo com pouco conhecimento, sempre se esforçam para ajudar nas atividades das crianças”.
Professora e diretora da Escola Meninos e Meninas do Parque defendem um ambiente pedagógico que nutre corpo e alma: “O conhecimento é para todos, independentemente da classe social. A descoberta do mundo pela escrita e pela leitura é a concretização dos sonhos de cada um. Fortalecemos aquilo que cada um traz, principalmente os talentos”.
*Com informações da Secretaria de Educação