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28/04/2015 às 16:45
Animal de 16 quilos recebe cuidados especiais de alimentação e adaptação
O nome dela é Melancia. Sem pai nem mãe, tem cerca de 4 meses de vida, 16 quilos e listras rajadas na pele que lembram a casca da fruta que serviu de inspiração para o seu nome. Filhote de anta, chegou à Fundação Zoológico de Brasília levada pelo Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) no fim de janeiro. Desde então, o pequeno animal recebe cuidados clínicos e nutricionais, já passou por um processo de quarentena e vive em um ambiente adaptado para o seu crescimento, inclusive com tanque de água para mergulho.
Acuado por cães, o filhote foi encontrado sozinho em uma fazenda na Chapada dos Veadeiros, em Goiás. O desenvolvimento da anta sem os pais e fora do seu habitat é comemorado pelos veterinários e especialistas do zoológico. Por ser completamente dependente dos cuidados da mãe, inclusive na amamentação, devolvê-la à natureza a colocaria de volta à situação de presa — daí a decisão de integrá-la ao grupo de moradores do zoológico.
Melancia passa o dia em observação e alterna seu tempo entre uma área interna e outra externa, onde toma banho de sol ao ar livre. Seus horários de descanso e os cuidados em preservá-la são seguidos à risca pelos técnicos do zoológico. Nessa segunda-feira (27), quando foi celebrado o Dia Mundial da Anta — data criada para chamar a atenção da importância da conservação da espécie —, o animal estava descansando e, por isso, foi poupado de uma sessão de fotos.
Inteligência
Os responsáveis pelo tratamento das antas se apressam em explicar: embora o animal seja referência no Brasil de pouca ou nenhuma inteligência, a conotação pejorativa é completamente injusta. Estudos revelam que a espécie tem um número elevado de neurônios, e sua desenvoltura na floresta não indica falta de esperteza. “A anta tem uma caixa craniana considerável e um comportamento que mostra alta capacidade de resolução de problemas em situações de conflito”, explica o curador de mamíferos do zoológico, Filipe Reis.
A pequena Melancia terá agora a oportunidade de participar dos programas de reprodução e educação ambiental desenvolvidos no zoológico. Como ainda está em fase de adaptação, o próximo passo será aproximá-la de animais que já fazem parte do plantel da instituição. Pelo risco de virar presa, caso seja reinserida à natureza sem a mãe, Melancia passa a viver no zoo. Só então será liberada para visitação.
Baixa reprodução
A anta brasileira é o maior mamífero terrestre da América do Sul. Anda longas distâncias e costuma ser lenta, solitária e dócil. De hábitos noturnos, é um animal com taxa de reprodução muito baixa: uma gestação dura 13 meses com apenas um filhote. Para gerar uma nova cria, a fêmea leva de dois a três anos.
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