02/06/2015 às 15:25

Cirurgiões plásticos se unem em mutirão para recuperar sequelas de queimados no Hran

Entre adolescentes e adultos, pacientes atendidos enfrentam problemas como cicatrizes, falhas na mão, defeito no couro cabeludo e retrações cervicais

Por Dayane Oliveira, da Agência Brasília


. Foto: Dênio Simões/Agência Brasília

O Hospital Regional da Asa Norte (Hran) iniciou na manhã desta terça-feira (2) um mutirão de cirurgias plásticas para 16 pacientes com sequelas de queimaduras. O objetivo é minimizar a espera de pessoas por intervenções cirúrgicas na correção de possíveis alterações funcionais geradas por lesões. As operações ocorrerão ao longo do dia.

De acordo com o coordenador-chefe de cirurgia plástica da Unidade de Queimados do Hran, José Adorno, a escolha dos pacientes atendidos pelo mutirão seguiu critérios como tempo de espera pela intervenção e complexidade do caso. A equipe médica estava preparada para atender 20 pessoas, porém, na última hora, quatro selecionados não puderam participar por apresentarem impedimentos, como febre, o que impossibilita a entrada na sala de operação.

Adorno explica que a fila de espera não tem fim, pois na maioria dos casos de queimadura em que há sequelas é feito mais de um procedimento, pela complexidade de recuperação e restauração da pele. “Temos uma paciente hoje que passará por um novo procedimento para reconstrução da mama. Antes desse, ela já se submeteu a outros quatro e ainda faltará mais um”, exemplifica.

Os pacientes escolhidos vão de adolescentes a adultos. As intervenções serão feitas em cicatrizes, sequelas de mão, defeito do couro cabeludo e retrações cervicais — quando o pescoço não consegue se estender. No lançamento do mutirão, na manhã desta terça-feira, a colaboradora do governo Márcia Rollemberg, esposa do governador, visitou a unidade de saúde e conheceu o centro cirúrgico do hospital.

Dados
A Unidade de Queimados do Hran recebe, anualmente, entre 250 e 300 pacientes para internação. A média mensal é de 22, mas entre junho e setembro há um aumento de 60% dos casos, com média de 35 pacientes. Uma das causas dessa alteração são as festas juninas, com acidentes envolvendo fogos de artifício. No hospital são realizadas também, aproximadamente, mil cirurgias plásticas por ano e de 11 mil a 15 mil atendimentos ambulatoriais — que são as queimaduras mais leves.

O Hran promove uma semana inteira de atividades, com encerramento no Dia Nacional de Prevenção de Queimaduras, em 6 de junho. Participam do mutirão 40 profissionais de cirurgia plástica, de outras unidades da Federação e também de países como Dinamarca, Argentina e México. Os especialistas estão sendo distribuídos em quatro salas cirúrgicas e trabalharão simultaneamente.

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