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21/05/2012 às 21:29
Programa pioneiro na América Latina já atendeu, desde 2009, mais de 2 mil vítimas de violência e atraiu imprensa da Suécia a Brasília
O Programa de Proteção às Vítimas de Violência (Pró-Vítima) da Secretaria de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania tem obtido cada vez mais notoriedade, tanto no DF quanto internacionalmente. O jornalista sueco Erick Jennische, da Revista Neo, esteve em Brasília, na sexta-feira (18), para conhecer a Subsecretaria de Proteção às Vítimas, responsável pelo programa. Ele pretende escrever um artigo especial sobre a violência decorrente do tráfico de drogas.
A subsecretária da pasta, Valéria de Velasco, explicou ao repórter como o crime afeta a vida da população. “A violência atinge um raio muito grande de pessoas. Não é só a família [que é vítima], mas também quem está em volta, como vizinhos e colegas de trabalho”, afirmou.
Ainda segundo Valéria, o crime relacionado ao tráfico e à dívida de drogas tem um diferencial em relação aos demais delitos: o débito não morre com a vítima. “O nosso maior objetivo é fazer com que a família leve uma vida normal após o trauma de uma perda. Porém, quando o crime é relacionado às drogas, os traficantes continuam a cobrar a dívida da família”, lamentou.
O jornalista sueco afirma que nunca tomou conhecimento de um programa de governo com estas características nos países que visitou. “O pouco que pude ver a respeito do programa me deixou bastante curioso em querer saber mais, por isso vim procurar a subsecretaria”, disse Jennische.
Assistência – O Pró-Vítima surgiu da elaboração de uma monografia pelo atual secretário de Justiça, Direitos Humanos e Cidadania, Alírio Neto, à época também titular da pasta. Desde 2009, quando foi iniciado, assistiu mais de 2 mil vítimas de violência. O programa oferece acompanhamento profissional para familiares de vítimas de crimes como homicídio e latrocínio, e também atende pessoas que sofreram agressão no trânsito, estupro, violência doméstica e sequestro relâmpago. Para tanto, conta com psicólogos, assistentes sociais e advogados.
“Em até 72 horas as famílias ou vítimas de violência são procuradas ou podem buscar a ajuda do Pró-Vítima. A partir daí, os assistentes sociais pesquisam se essas pessoas têm direito a algum programa do governo e, em caso positivo, fazem com que recebam o benefício o quanto antes”, explicou Alírio. Segundo o secretário, no caso de perda de algum ente, um psicólogo oferece tratamento por até um ano. “Já em relação ao advogado, ele acompanha o processo enquanto esse não é encerrado”, completou.
Alírio conta já ter sido procurado por representantes de outros estados e até de países da América Latina, mas é a primeira vez que há interesse europeu sobre o programa. O Pró-Vítima é a primeira experiência deste tipo na América Latina. “Meu sonho é que esse programa seja ampliado para todo o país”, declarou.
Atualmente, o Pró-Vítima atende no Paranoá e na Estação 114 do metrô. De acordo com o secretário, nos próximos meses, o Governo do Distrito Federal lançará editais de licitação para a construção de mais oito unidades do programa, que deverão cobrir todo o DF.
Para mais informações, ligue 2104 1933 ou 1934.