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22/06/2015 às 11:29, atualizado em 16/05/2016 às 17:13
Até o fim deste mês, o gramado do Mané Garrincha estará em plenas condições para sediar dois jogos por semana. Na competição internacional, estádio vai receber 12 partidas de futebol
Faltam 410 dias para os Jogos Olímpicos do Rio de Janeiro e, assim como a capital fluminense, Brasília se prepara para receber a tocha e os atletas dos torneios de futebol feminino e masculino. Representantes do Comitê Olímpico do Brasil (COB) e do Comitê Organizador Rio 2016 estiveram na cidade no início deste mês e voltaram satisfeitos com o que viram, garante a secretária do Esporte e Lazer, Leila Barros.
Durante o primeiro encontro, em 2 de junho, a comitiva entregou ao governo de Brasília a carta de intenções com os requisitos do que a cidade deve oferecer para receber os jogos. Entre os principais pedidos: garantia de segurança e fluidez no trânsito. “Brasília foi muito elogiada nessas duas áreas durante as Copas do Mundo de 2014 e das Confederações em 2013”, afirma Elizabeth Ribeiro, assessora da Secretaria do Esporte e Lazer e uma das servidoras que acompanhou a visita. As ações previstas no documento envolverão principalmente as Secretarias do Esporte e Lazer, de Turismo, da Segurança Pública e da Paz Social, de Saúde e do Meio Ambiente.
Os representantes dos comitês visitaram as instalações do Estádio Nacional Mané Garrincha, do Estádio Valmir Campelo Bezerra — mais conhecido como Bezerrão — e do Centro de Capacitação Física do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal, no Setor Policial Sul.
Palco das 12 partidas que ocorrerão na cidade, o Mané Garrincha não recebeu críticas, apenas observações sobre o gramado, que deverá estar em ótimo estado para os jogos. A iluminação do estádio foi testada, e a comitiva ficou satisfeita com a qualidade do equipamento.
Entre os locais que servirão para treinamento das seleções olímpicas, o Bezerrão foi considerado pronto para a Olimpíada. Já no centro de treinamento dos bombeiros, o comitê elogiou a estrutura, mas, de acordo com Elizabeth Ribeiro, pediu algumas melhorias nos vestiários e a ampliação da área do campo, pois ele não tem o tamanho oficial. As seleções brasileira e japonesa usaram o espaço durante a Copa das Confederações de 2013.
A secretaria ainda está em negociação para utilizar as dependências de dois clubes. Quando a conversa se oficializar, o COB e o Comitê Organizador Rio 2016 retornam para avaliar as instalações.
Gramado
Até o fim deste mês, o gramado do Mané Garrincha estará em plenas condições para sediar dois jogos de futebol por semana. De janeiro a maio, o local deixou de receber manutenção adequada e ficou apenas com cuidados básicos de irrigação automática. Porém, o panorama de melhorias no estádio começou a mudar em 1º de junho, quando a Greenleaf Gramados, empresa vencedora de licitação concluída em 25 de maio, reassumiu o trabalho de manutenção do campo. O contrato vale até janeiro de 2016 — o anterior havia expirado em dezembro.
Serviços de corte, adubação, combate a pragas e aeração — pequenos furos no gramado para aumentar a oxigenação das raízes e potencializar o efeito dos adubos — voltaram a fazer parte da rotina de cuidados com o campo. “Essa transição do verão para o inverno exige manutenção intensiva”, explica Ricardo Kornelius, engenheiro agrônomo responsável técnico pelos reparos. Os sistemas de irrigação e drenagem também passaram por consertos.
Os procedimentos para acelerar o processo de desenvolvimento da grama incluem novos plantios de semente e adubação foliar — de absorção mais rápida e rica em nutrientes —, a fim de estimular o crescimento e fortalecer a raiz.
O contrato de R$ 720 mil, firmado entre a Greenleaf e a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap), também cobre os serviços de iluminação suplementar artificial nas regiões que não costumam pegar sol. A técnica auxilia o crescimento uniforme da cobertura em toda a extensão do campo e é feita em vários outros estádios do País, como o Maracanã e o Engenhão, no Rio de Janeiro, a Arena Corinthians, em São Paulo, o Mineirão, em Belo Horizonte, e a Fonte Nova, em Salvador.
Tocha olímpica
O encontro também iniciou o diálogo para definir o trajeto do revezamento com a tocha em Brasília. “Eles vieram e conheceram a proposta, agora é questão de fechar os detalhes do evento”, explica a secretária do Esporte e Lazer.
Os nomes de quem carregará a tocha, segundo Leila, estão sendo pensados. “Nós temos bastantes atletas que representam Brasília; terá muita gente para levar a tocha.”
Investimentos
Apesar de Brasília ter sido uma das últimas sedes anunciadas — a capital do País só foi confirmada em março deste ano —, o governo já busca parcerias e patrocínios para os jogos e revisa todas as questões jurídicas envolvidas. “Estamos na fase de definição de como serão os contratos”, informa a secretária Leila. Segundo ela, a logística é um fator que pesa muito a favor de Brasília, pois há uma rede hoteleira bem perto do estádio.
Os Jogos Olímpicos de 2016 serão realizados de 5 a 21 de agosto, e a maioria das competições ocorrerá no Rio de Janeiro. Dez mil e quinhentos atletas de 205 países, incluindo o Brasil, disputarão 306 provas com medalhas. Com 42 modalidades esportivas, o evento será a primeira Olimpíada promovida na América do Sul.
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