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11/08/2015 às 21:35
Plano de combate aos micro-organismos multirresistentes está em execução desde junho
Coordenadores e profissionais ligados a todas as unidades de terapia intensiva (UTIs) da rede pública de Brasília reuniram-se na Secretaria de Saúde nesta terça-feira (11) para debater medidas de combate à resistência bacteriana. Estabelecidas em um plano apresentado em 9 de junho, as ações para aumentar a segurança dos pacientes vêm sendo implementadas gradativamente, a exemplo da capacitação dos servidores e do reposicionamento dos recipientes com álcool em gel nos quartos.
O encontro de hoje contou ainda com servidores das áreas de hotelaria hospitalar, microbiologia, atenção à saúde, controle de infecção e vigilância sanitária. “Ou seja, todos os personagens envolvidos nessa força-tarefa”, afirma Maria de Lourdes Lopes, coordenadora de Infectologia da Secretaria de Saúde.
As ações previstas no plano de enfrentamento da resistência bacteriana têm sido executadas com o envolvimento de profissionais de todas as áreas da saúde — do almoxarifado às UTIs. Na reunião de hoje, por exemplo, foi definido o calendário de workshops para médicos e enfermeiros que atuam em unidades de terapia intensiva. A capacitação ocorrerá em setembro e outubro.
Entre as providências adotadas estão a padronização das tabelas de diluição e de doses de medicamentos e o treinamento de microbiologistas. O uso racional de antibióticos é outro passo importante. Segundo Maria de Lourdes, o aumento da resistência das bactérias é um fenômeno mundial, o que requer a homogeneização de padrões e condutas, como tem sido feito.
“Além de prescrever o medicamento, é preciso saber diluí-lo, a dose correta e detalhes do paciente, como o que ele tomou antes e qual é a situação do rim [que processa algumas substâncias]”, explica a médica. Algumas dessas medidas são de responsabilidade dos farmacêuticos clínicos. A Secretaria de Saúde vai capacitar 50 profissionais da área, conforme já anunciado.
Soluções simples
A infectologista diz que o controle das bactérias multirresistentes depende não só de ações de gestão e controle, mas também de soluções simples que afetam o dia a dia dos profissionais. “As luvas, por exemplo, têm talco, que deixa a mão branca; se o profissional usar o álcool, deixa a mão empapada; assim, ele tem de sair da unidade para usar água e sabão — mas o que mata a bactéria é o álcool”, exemplifica. As próximas aquisições de luvas pela secretaria serão de modelos sem talco.
Outro exemplo é o aumento e reposicionamento dos recipientes com álcool em gel nas UTIs, fundamentais para a higienização das mãos. “Estamos arrumando outros locais para afixá-los, além da cabeceira da cama do paciente, porque, às vezes, por conta do ventilador, da bomba de infusão, do suporte de soro e de outros equipamentos, fica muito difícil acessá-lo.”
Em 2015, segundo a Secretaria de Saúde, nove pacientes contraíram algum tipo de superbactéria, dos quais dois tiveram alta e sete morreram — todos idosos e com doenças crônicas. Ainda de acordo com a secretaria, não existe relação comprovada da contaminação bacteriana com as mortes.
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