13/08/2015 às 22:16

Filme rodado na Asa Norte encerrará o festival de cinema de Brasília

Até que a Casa Caia, do brasiliense Mauro Giuntini, apresenta um olhar sobre a capital por meio da história de um relacionamento atípico

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília


. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Pouco antes de conhecer os vencedores do 48º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro, realizado pela Secretaria de Cultura, o público terá a oportunidade de assistir ao longa-metragem Até que a Casa Caia, do brasiliense Mauro Giuntini. A produção foi escolhida para encerrar o evento, que ocorre de 15 a 22 de setembro. “Ficamos muito felizes com a oportunidade”, anima-se o diretor.

Acomodação e transformação são temas explorados no longa, que conta a história de um casal recém-separado que continua vivendo sob o mesmo teto

O filme começou a ser produzido em 2013 e foi finalizado em 2015. Ainda inédita no Brasil, a obra cinematográfica será exibida publicamente pela primeira vez duas semanas antes do evento de Brasília, no 39º Festival Internacional de Montreal, de 27 de agosto a 7 de setembro, no Canadá.

Rodado na Asa Norte, Até que a Casa Caia conta a história de um casal recém-separado que continua vivendo sob o mesmo teto, com o filho adolescente. “Eles têm uma dependência emocional, certa comodidade em relação um ao outro”, define o cineasta. As coisas começam a complicar quando o homem leva uma namorada para casa. O enredo secundário aborda a temática da corrupção. “O pai acaba se envolvendo com um deputado, daí há outros desdobramentos dramáticos.”

O arranjo dos personagens principais é um misto de acomodação e transformação, características, segundo Giuntini, marcantes da capital federal. “Brasília nasceu pra ser um sonho, utópica, mas não é bem assim; a vida aqui deveria ser mais dinâmica”, opina.

Ainda de acordo com o cineasta, a obra enquadra-se no gênero “dramédia” — que mescla drama e comédia —, corriqueiro em suas produções. “Aqui no Brasil há certa resistência ao termo, mas ele existe”, defende.

Dois longas-metragens
Até que a Casa Caia é o segundo longa-metragem dirigido pelo brasiliense. Em 2007, ele estreou na categoria com a comédia dramática Simples Mortais, também filmada na cidade. O enredo apresenta três personagens que vivem o dilema entre o que querem e o que devem fazer.

Formação
Nascido em 1965, mestre em Cinema e Vídeo pela School of Art Institute of Chicago, nos Estados Unidos, Giuntini é formado em Comunicação Social pela Universidade de Brasília e professor da instituição desde 2009. Foi videoartista na década de 1990, quando realizou repertório experimental, com Speaking Alone (1994), Brasiconoscópio (1990) e Féssoas (1989).

Dirigiu os curtas O Perfumado (2002) e O Jardineiro do Tempo (2001) e, em 1998, o documentário Por Longos Dias, premiado em festivais nacionais e exibido em mais de 20 eventos de cinema no exterior.

Atualmente escreve o roteiro do filme Deitado de Sapatos, sobre um suicida. “Quanto mais ele procura a morte, mas ele quer a vida”, resume. Giuntini também desenvolve a série ficcional para televisão O Esquecido e a série documental Mostra Sua Cara, que fala sobre a nova classe social brasileira.

Até que a Casa Caia
22 de setembro
Às 19 horas
Cine Brasília (EQS 106/107, Asa Sul)
Assista ao trailer

Ficha Técnica
Ficção, 85 min, Brasília, 2014
Produtores: Mauro Giuntini e Lu Teixeira
Argumento e roteiro: Lu Teixeira
Direção de fotografia: André Lavenére
Direção de arte: Carol Tanajura
Trilha sonora: Patrick de Jongh
Montagem: Willem Dias
Desenho de som: Miriam Biderman, Ricardo Reis e Paulo Gama
Som direto: Chico Bororo
Elenco: Marat Descartes, Virginia Cavendish, Marisol Ribeiro, Emanuel Lavour, André Amaro, Bidô Galvão, Juliana Drummond, Chico Sant’Anna, Alice Stefânia, Davi Maia, João Antônio, João Paulo Oliveira, Rômulo Augusto, Adriana Nunes, Patricia Marjorie, Cibele Amaral, Gê Martu, José de Campos e Cynthia Carla

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