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20/05/2021 às 11:22, atualizado em 20/05/2021 às 15:29
Núcleo Rural do Riacho Fundo guarda tesouro de espécies nativas do cerrado plantadas em projeto da Secretaria de Meio Ambiente
Pisar no chão da Chácara 15, no Núcleo Rural do Riacho Fundo, exige atenção e cuidado. Em meio ao mato rasteiro e às folhagens, se esconde um tesouro. São as mudas de espécies do cerrado plantadas em projeto da Secretaria do Meio Ambiente (Sema) para a recomposição da vegetação nativa.
[Olho texto=”“A gente já tomava conta e agora vai preservar mais ainda. Daqui a uns três anos isso aqui vai estar bonito, tudo fechado, uma maravilha” ” assinatura=”Nadson SonSato, proprietário rural” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Na manhã desta quarta-feira (19), o titular da pasta, Sarney Filho, e técnicos da secretaria do Meio Ambiente inspecionaram o local, que abriga ainda quatro nascentes. O secretário também acompanhou o trabalho realizado nas chácaras 10 e 12 do Núcleo.
A iniciativa faz parte do Projeto de Recomposição da Vegetação Nativa em 80 hectares de Áreas de Preservação Permanente (APPs) de nascentes, áreas de recarga hídrica e demais APPs degradadas ou alteradas nas bacias dos rios Descoberto e Paranoá.
Técnicas de recomposição
Em fase final de execução, o programa utiliza diferentes técnicas de recomposição de vegetação a depender de cada realidade. Entre elas, os Sistemas Agroflorestais (SAFs), que conciliam práticas florestais e agrícolas, propiciando a recomposição de áreas e ainda podendo significar uma nova fonte de renda ao pequeno produtor rural.
O proprietário da área rural Nadson SonSato conta que a sua chácara, fundada em 1959 e hoje direcionada para a produção de folhagens, tem 26 hectares. O projeto alcançou 1,7 da área com o plantio de cerca de 1,6 mil mudas.
“Fomos convidados para participar e vamos entrar com apoio e manutenção. A gente já estava pensando em fazer isso aos pouquinhos. Em grande escala assim, só foi possível devido ao projeto. O número de mudas é significativo. A gente já tomava conta e agora vai preservar mais ainda. Daqui a uns três anos isso aqui vai estar bonito, tudo fechado, uma maravilha”, afirma.
[Olho texto=”“Nessa propriedade, a gente está recuperando a área de preservação permanente em torno das nascentes” ” assinatura=”Daniele Alencar, agrônoma” esquerda_direita_centro=”direita”]
Recuperação de aquíferos
O principal objetivo da ação é realizar a manutenção e recuperação dos aquíferos que abastecem as bacias dos rios Descoberto e Paranoá, em parceria com o Projeto CITinova – Planejamento Integrado e Tecnologias para Cidades Sustentáveis –, realizado pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) e executado pela Sema, em parceria com o Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE) e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma), com recursos do Global Environment Facility (GEF).
O próximo passo é a manutenção e monitoramento dos 80 hectares de áreas plantadas, visando um relato mais detalhado do estágio de recomposição vegetal. A engenheira agrônoma Daniele Bastos Serra Alencar, da Equilíbrio Ambiental, empresa contratada para realizar o plantio, comentou que a área está inserida em uma região de recarga hídrica importante do Riacho Fundo.
“Lá embaixo a gente tem os produtores na beira do córrego e aqui a gente tem uma área muito urbanizada que está atingindo a área de preservação das nascentes. Então nessa propriedade, a gente está recuperando a área de preservação permanente em torno das nascentes”, explica.
Oportunidade
Meire e Edna Sato, também proprietárias das chácaras 10 e 12, aderiram ao projeto. E concordam que, sem essa experiência, seria difícil colocar em prática a ideia de recuperar a área de preservação.
“Para mim, foi maravilhoso. Eu já estava pensando em reflorestar e até já tinha começado, só que comprar muda sai caro e seria inviável. Com o projeto, tudo mudou”, diz Meire.
A subsecretária interina de Gestão das Águas e Resíduos Sólidos, Elisa Meirelles, afirma que as ações no Riacho Fundo estão focadas em propriedades próximas para que pudessem realmente proteger a APP da região administrativa.
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“Trabalhamos nessa área com três propriedades, implantando o projeto tanto em áreas de nascentes quanto na própria APP, para sua recuperação e proteção. O projeto vai até março de 2022, e os proprietários rurais, que assinaram um termo de compromisso, vão continuar com a manutenção depois disso”, afirma.
Ao final do projeto, será elaborada uma cartilha, sistematizando o processo de recuperação, incluindo aprendizados, avaliação dos estágios de regeneração alcançados com vistas à ampla divulgação e conhecimento da experiência, para que possa ser replicada em outras áreas do DF e em âmbito nacional.
*Com informação da Secretaria de Meio Ambiente