11/09/2015 às 18:38, atualizado em 12/05/2016 às 18:03

Economia brasiliense registra queda de 0,6% no segundo trimestre

Comércio local retrocedeu 4,9% em relação ao mesmo período de 2014 

Por Jade Abreu, da Agência Brasília


. Foto: Pedro Ventura/Agência Brasília

Atualizado em 11 de setembro de 2015, às 17h15

A atividade econômica em Brasília caiu 0,6% no segundo trimestre de 2015 em comparação ao mesmo período de 2014. A informação consta de pesquisa divulgada pela Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) durante entrevista coletiva na tarde desta sexta-feira (11). O estudo analisou três grandes setores da economia: serviços, indústria e agropecuária. 

atividade economica 2trimestre AgenciaBrasilia

O diretor de Estudos e Pesquisas Socioeconômicas da Codeplan, Bruno de Oliveira Cruz, explicou que o levantamento está diretamente relacionado à produtividade local. “Diminuir o índice significa que diminuiu a produção econômica.” Segundo ele, apesar de os indicadores terem sido negativos duas vezes no ano, os dados da segunda avaliação estão melhores do que nos primeiros três meses. “O desempenho desse trimestre em comparação ao anterior demonstra uma evolução na economia”, completou. 

A estrutura produtiva do DF é pautada, essencialmente, pelo setor de serviços, responsável por 94% das atividades econômicas locais. Esse segmento registrou a menor queda de abril a junho de 2015, em relação aos mesmos meses do ano passado: 0,3%. Já a indústria recuou 3,1%, enquanto a retração verificada na agropecuária foi de 21,7%. Essas duas áreas correspondem, respectivamente, a 5,7% e a 0,3% da economia brasiliense.

Em serviços, a atividade de intermediação financeira, seguros e previdência complementar apresentou o pior desempenho com 5,6% de queda no segundo semestre — o que significa menor procura por crédito.

Comércio
No segundo trimestre, o comércio local retrocedeu 4,9%. Dos segmentos pesquisados, considerando os seis primeiros meses do ano, a maioria registrou redução no volume de vendas. As quedas mais significativas foram em eletrodomésticos (-29,9%), livros, jornais, revistas e papelaria (-13,3%), móveis (-5,7%), hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (-5,0%), e tecidos, vestuário e calçados (-4,2%).

Na contramão do restante do grupo, a telecomunicação aumentou no segundo trimestre. De acordo com o Índice de Desempenho Econômico do Distrito Federal (Idecon-DF), a telefonia móvel encerrou junho com acréscimo de 101,2 mil linhas ativas ao longo de 12 meses e com o índice de 217,49 linhas por cem habitantes, o maior entre as unidades da Federação.

Panorama nacional
Apesar do desaquecimento da economia, Brasília registra resultado superior ao Produto Interno Bruto (PIB) trimestral do Brasil, calculado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), que apontou diminuição nacional de 2,6% no confronto dos segundos trimestres de 2015 e 2014.

Enquanto a atividade industrial recuou 3,1% no DF, a queda nacional foi de 5,2% no segundo trimestre de 2015. Nos três meses iniciais do ano, o índice da capital retraiu 2,9%, e o do Brasil, 4,1%.

A indústria de transformação, que representa 1,5% na estrutura econômica da indústria do DF, recuou 2,4% de abril a junho de 2015 em relação ao mesmo período de 2014. Nacionalmente, a atividade sofreu queda de 8,3%, segundo o IBGE. De janeiro a junho, a atividade caiu 2,3% no Distrito Federal e 7,6% no País, em relação ao mesmo período do ano anterior.

Agricultura
De acordo com a pesquisa, a atividade agropecuária exerce pequeno impacto no desempenho da economia local. O IBGE computou variação positiva de 1,8% no desempenho nacional. No primeiro semestre, o índice do Distrito Federal caiu 15,7%, e o do Brasil evoluiu 3%.

A coordenadora do Núcleo de Contas Regionais, da Codeplan, Sandra Regina Andrade Silva, disse que a diminuição no setor agropecuário ocorreu por causa da chuva no período do plantio das principais lavouras: milho, feijão e soja.

Também participou da coletiva o chefe de gabinete da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão, Leonardo Jordão.

Acesse a íntegra da pesquisa.

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