01/10/2015 às 00:51, atualizado em 12/05/2016 às 17:51

Governador vai anunciar nova estrutura em 13 de outubro

Secretarias e administrações enviaram planos de cortes. A redução de despesas é condição obrigatória, já que o DF ultrapassou limite da Lei de Responsabilidade Fiscal

Por Amanda Martimon, da Agência Brasília

Em consonância com as medidas anunciadas para colocar Brasília novamente dentro do limite da Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), o governador Rodrigo Rollemberg vai anunciar a nova estrutura do Executivo local em 13 de outubro. Entre as ações para reequilibrar as finanças estão a redução de pelo menos 20% das despesas com cargos comissionados e o corte no número de secretarias — de 24 para 16 — e de administrações regionais — de 31 para 24.

Os órgãos enviaram à Secretaria de Gestão Administrativa e Desburocratização os planos de corte nas próprias estruturas. Agora, a pasta realiza estudos técnicos para avaliar as sugestões. A Câmara de Governança Orçamentária, Financeira e Corporativa do DF participa do processo, para garantir que as reduções necessárias sejam feitas segundo as regras da Lei de Responsabilidade Fiscal. Além da própria Secretaria de Gestão Administrativa, o colegiado é formado pelos titulares da Casa Civil, da Secretaria de Fazenda, da Secretaria de Planejamento, Orçamento e Gestão e da Procuradoria-Geral do DF.

“Neste momento, está sendo feita uma revisão para garantir que teremos racionalidade e eficácia nos cortes”, explica o chefe da Casa Civil, Sérgio Sampaio. Segundo ele, após o estudo técnico, a Secretaria de Gestão Administrativa e a Governança podem sugerir mudanças. “É algo bastante complexo. Nós temos de ter certeza de que [os cortes] não vão prejudicar o desenvolvimento do trabalho do governo. Por isso, os órgãos podem intervir e propor alterações.”

Ações
No esforço para ajustar as contas do DF desde o início do ano, o Executivo cortou uma série de despesas, mas a economia de R$ 800 milhões de janeiro a agosto não foi suficiente para superar a crise e honrar todos os compromissos. Assim, novas ações foram anunciadas em setembro. Além das reduções de secretarias e de administrações, foram determinados novos cortes de gastos, como viagens e licitações.

Por duas vezes, as contas do Distrito Federal ficaram acima do limite prudencial da Lei de Responsabilidade Fiscal — 46,55% das receitas com despesas de pessoal. Agora, o valor ultrapassou o limite legal, de 49% das receitas para o pagamento dos servidores. Com isso, a legislação impõe novas restrições.

O governo, que já estava impedido de conceder reajustes e de criar cargos, tem oito meses para retornar ao limite previsto pela LRF. Além disso, até dezembro, é preciso reduzir as despesas com pessoal em pelo menos um terço. Caso contrário, o Executivo fica impedido de contratar operações de crédito, como fechar financiamentos com instituições financeiras e receber transferências voluntárias.

Em janeiro, o Executivo local já havia diminuído o número de secretarias de 38 para 24. Nos oito meses iniciais do ano, o número de cargos comissionados foi reduzido de 8.310 para 4.077 — o que resultou, no mesmo período, em economia de R$ 113 milhões.

Entre as ações para enxugar os gastos, foram devolvidos carros alugados, viagens e diárias ficaram suspensas e houve redução nas despesas com combustível e telefone.

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