29/10/2015 às 16:23

Taxa de desemprego tem ligeiro aumento em setembro

Diferença para agosto foi de 0,4 ponto porcentual. Setores da construção e do comércio registraram queda, e a indústria de transformação cresceu 4,3%

Por Da Agência Brasília


. Foto: Tony Winston/Agência Brasília

Atualizado em 29 de outubro de 2015, às 18h34

A taxa de desemprego no Distrito Federal aumentou para 14,6% em setembro, contra 14,2% em agosto — 6 mil brasilienses deixaram de trabalhar de um mês para o outro. Os números são resultado da redução do nível de ocupação (eliminação de 9 mil postos de trabalho ou -0,7%), atenuada pela saída de pessoas do grupo da população economicamente ativa (menos 4 mil ou -0,3%). Os dados constam da Pesquisa de Emprego e Desemprego, divulgada pela Companhia de Planejamento do DF (Codeplan) na tarde desta quinta-feira (29).

“A taxa de desemprego está alta nacionalmente e isso ocorre porque há menos dinheiro circulando; mas, em Brasília, o aumento tem muito a ver com a redução do investimento do governo”, explicou o diretor-presidente da Codeplan, Lucio Rennó. Nos anos de maior empregabilidade na cidade, segundo ele, o crescimento se concentrou em vagas abertas na construção civil, impulsionada por investimentos públicos. “O governo local gasta hoje boa parte dos seus recursos com pessoal [81%] e o investimento é menor”, completou.

No mês passado, a quantidade de ocupados foi estimada em 1,311 milhão de pessoas. Por setores, registraram-se diminuições na construção (-7,4% ou menos 6 mil trabalhadores) e no comércio (-2,4% ou menos 6 mil). Já a indústria de transformação apresentou crescimento de 4,3% (2 mil pessoas a mais), e serviços manteve-se estável, com 919 mil postos.

Quanto ao número de assalariados, a retração foi de 1,2%, decorrente do desempenho negativo nos setores privado (-1,3%) e público (-1,1%). No primeiro, diminuiu o assalariamento com carteira de trabalho assinada (-1,9%, ou – 11 mil pessoas) e aumentou o sem carteira (2% ou mais 2 mil). A quantidade de autônomos caiu 2,4% (4 mil a menos), enquanto se elevou a de empregados domésticos (3,8% ou 3 mil a mais).

“Um dado interessante dessa pesquisa é que tem aumentado o número de pessoas que trabalham por conta própria”, enfatizou Rennó. Para ele, essas pessoas viram nova oportunidade de ganhar dinheiro ao abrir o próprio negócio. “Uma via possível é estimular o empreendedorismo por meio da desburocratização”, disse.

Participaram da apresentação da pesquisa o coordenador de Qualificação Profissional, da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Social e Direitos Humanos (fusão das Secretarias do Trabalho e do Empreendedorismo; de Desenvolvimento Humano e Social; e de Políticas para as Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos), Gerson Vicente de Paula Júnior; o supervisor técnico do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese), Max Leno de Almeida; e a coordenadora da Pesquisa de Emprego e Desemprego do Dieese, Adalgiza Lara Amaral.

Por regiões
A pesquisa é feita por amostra que cobre domicílios urbanos de 19 regiões administrativas, divididas em três grupos: as de renda mais alta (Lago Sul, Lago Norte e Plano Piloto), intermediária (Candangolândia, Cruzeiro, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Planaltina, Riacho Fundo, Sobradinho e Taguatinga) e mais baixa (Brazlândia, Ceilândia, Paranoá, Samambaia, Santa Maria, São Sebastião e Recanto das Emas).

O primeiro conjunto foi o único em que a taxa de desemprego reduziu (de 7,8% para 7,2%). No segundo, ela aumentou de 11,5% para 11,9% e, no terceiro, de 17,2% para 17,7%.

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