19/11/2015 às 01:30

Lançada campanha mundial pelo fim da violência contra as mulheres

Abertura ocorreu no mezanino da Torre de TV, que ficou iluminada de laranja, cor símbolo da iniciativa

Por Jade Abreu, da Agência Brasília


. Foto: Andre Borges/Agência Brasília

Atualizado em 18 de novembro de 2015, às 23h48

Representantes da Organização das Nações Unidas (ONU) e do governo federal e o governador Rodrigo Rollemberg lançaram em Brasília, na noite desta quarta-feira (18), a campanha global dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres. A abertura ocorreu no mezanino da Torre de TV, que ganhou a cor símbolo da iniciativa: laranja. O movimento começa em 20 de novembro — Dia da Consciência Negra — e segue até 10 de dezembro — Dia Internacional dos Direitos Humanos.

Durante a cerimônia, o chefe do Executivo local ressaltou que cabe a todos lutar contra o machismo e a violência, e não apenas à mulher. Rollemberg disse que Brasília tem como responsabilidade, por ser a capital dos brasileiros, quebrar paradigmas sociais, como o da violência contra as mulheres. “Todos devemos buscar um mundo de paz e solidário”, convidou o governador, acompanhado da esposa, Márcia Rollemberg.

A diretora-executiva da Entidade das Nações Unidas para a Igualdade de Gênero e o Empoderamento das Mulheres (ONU Mulheres), Phumzile Mlambo-Ngcuka, reconheceu que o Brasil tem se preocupado com a igualdade de gênero. Segundo Phumzile, a lei federal do feminicídio (nº 13.104, de 9 de março de 2015) é um importante passo para a defesa dos direitos das mulheres. “Estamos [ONU] animados com a participação do País.”

Tolerância zero
Para a ministra-chefe da Secretaria de Políticas de Promoção da Igualdade Racial, da Presidência da República, Nilma Gomes, casos de machismo, sexismo, homofobia e outros tipos de discriminação baseada em gênero devem ter tolerância zero. A titular do órgão federal acredita que iluminar os monumentos com a cor laranja chama a atenção da sociedade para a importância do tema.

Membro do Comitê Olímpico Brasileiro, a atleta Adriana Behar desenvolve para a ONU Mulheres o projeto Uma Vitória Leva à Outra e julga que a campanha também pode reforçar a quebra de barreiras no esporte. “Tive um ambiente familiar em que pude participar de atividades físicas e nunca foi retirado algo da minha vida pelo fato de eu ser menina, mas há casos em que não é assim.” Na opinião de Adriana, as atividades desportivas incentivam o espírito de companheirismo e de liderança, que podem estimular o desenvolvimento das jovens.

Origem
A campanha dos 16 Dias de Ativismo pelo Fim da Violência contra as Mulheres começou em 1991, durante reunião de líderes femininas de diferentes países no Centro de Liderança Global de Mulheres, nos Estados Unidos (Center for Women’s Global Leadership). O objetivo da iniciativa é estimular o debate e denunciar as várias formas de violência contra as mulheres no mundo. No Brasil, ela ocorre desde 2003, por meio de ações de mobilização para esclarecimento sobre o assunto — palestras, debates, eventos e encontros —, com adesões institucionais, de empresas públicas, privadas e de organizações não governamentais. Segundo a ONU Mulheres, cerca de 150 países promovem o movimento. Nas redes sociais, a Organização das Nações Unidas pretende intensificar a campanha com o uso das hashtags #16 dias, #dialaranja e #orangeday.

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