09/12/2015 às 14:48

Agefis inicia operação na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto

Invasão fica no principal ponto de captação de água do DF. No primeiro dia, foram derrubadas 13 edificações irregulares na zona rural de Brazlândia

Por Rafael Alves e Paloma Suertegaray, da Agência Brasília


. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Atualizado em 9 de dezembro de 2015, às 20h14

A Agência de Fiscalização do Distrito Federal (Agefis) iniciou nesta quarta-feira (9) operação para a derrubada de construções irregulares na Reserva G da Gleba 3 do Incra 7, na zona rural de Brazlândia. O alvo da ação, que conta com outros 17 órgãos do governo de Brasília e 192 servidores, são 56 casas de alvenaria, dez delas desabitadas até a última vistoria da autarquia, há três semanas. A previsão é que os trabalhos continuem até sexta-feira (11).

A área, segundo a Agefis, tem destinação rural e não é passível de regularização. Todas as construções são recentes — as primeiras foram iniciadas no segundo semestre de 2014 — e estão espalhadas por diversos terrenos. De acordo com a Companhia de Saneamento Ambiental do DF (Caesb), que participa da operação, a invasão fica na Área de Proteção Ambiental da Bacia do Rio Descoberto, principal ponto de captação de água, responsável pelo abastecimento de cerca de 65% de Brasília.

Prejuízos
O adensamento urbano na região pode prejudicar a captação das águas do rio. O sistema Descoberto abastece diretamente Águas Claras, Candangolândia, Ceilândia, Gama, Guará, Núcleo Bandeirante, Park Way, Recanto das Emas, Riacho Fundo I e II, Samambaia, Santa Maria e Taguatinga. Como o sistema é integrado, a captação da bacia também reforça o abastecimento do Plano Piloto.

“Os principais prejuízos decorrentes dessas ocupações estão relacionados ao desnudamento, à compactação e à impermeabilização exagerada do solo”, explica Raquel Brostel, assessora de Meio Ambiente e Recursos Hídricos da Caesb. “Aumentam também as captações irregulares de águas, tanto subterrâneas quanto superficiais, além da geração e do acúmulo de lixo e esgoto. Tais impactos podem resultar em resíduos poluentes que, uma vez carregados para os corpos hídricos da região, configuram risco potencial para o meio ambiente.”

Balanço
Na manhã de hoje, foram derrubadas 13 moradias — oito em alvenaria, três em madeira e duas em metal —, sendo duas delas desocupadas, além de uma ainda em construção e de equipamentos de lazer. Também retiraram-se alambrados e cercas nos arredores das residências. Policiais militares e funcionários da Agefis tiveram de negociar com alguns moradores que não queriam deixar as casas. Não houve confronto.

A agência também derrubou 15 postes de energia e duas bases em alvenaria, soterrou duas cisternas e fossas, recolheu 120 metros lineares de alambrado e 380 metros lineares de cercas de madeira e de arame.

A Companhia Energética de Brasília (CEB) também participou da ação. Desligou 15 pontos de energia clandestinos e recolheu 395 metros lineares de cabos (350 metros de cabo multiflex e 45 metros de cabo 1.0) e um transformador.

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