18/12/2015 às 12:17

Primeira fase de pesquisa de segurança entra na reta final

Questionários devem ser aplicados até semana que vem, e resultado ficará pronto no início de 2016

Por Mariana Damaceno, da Agência Brasília


. Foto: Toninho Tavares/Agência Brasília

A Pesquisa Distrital de Segurança do Distrito Federal entrará nos últimos dias de aplicação do questionário. Até o momento, foram ouvidos cerca de 15 mil moradores dos 19.537 selecionados para compor a amostra, representando as 31 regiões administrativas de Brasília. A previsão é que o resultado dessa primeira fase seja fechado no início do ano que vem.

Em oito regiões, o trabalho foi concluído. Nas outras, ainda está em andamento porque não se encontraram muitos moradores em casa durante o dia. Estima-se que as visitas terminem na quarta-feira (23), mas, segundo o subsecretário de Gestão da Informação, da Secretaria da Segurança Pública e da Paz Social, Marcelo Durante, elas podem ser retomadas em janeiro caso a pasta perceba que houve perda no levantamento.

O tempo para concluir o questionário varia de 20 a 45 minutos, pois depende se o entrevistado foi ou não vítima de algum crime que não registrou. Os cerca de 50 pesquisadores trabalham diariamente, com crachá e camisa estampada com o nome da pesquisa.

Próximos passos
Depois que os dados coletados na primeira fase forem compilados, será feito um relatório com os porcentuais, como o de quantas pessoas deixaram de registrar ocorrência depois de serem vítimas de algum tipo de crime. O passo seguinte é uma análise explicativa do que foi apurado. Após cruzar as informações, os gestores tentarão listar os motivos do que foi relatado por cada entrevistado.

Por fim, a secretaria passará das etapas de produção de dados para a de construção de ações que envolvam os diversos órgãos de governo. “É uma nova forma de criação de políticas públicas”, resume o subsecretário. “A pesquisa nos dá um retrato daquilo que está acontecendo.”

Ineditismo
Essa é a primeira vez que um levantamento como esse é feito pelo governo local no DF. O objetivo é verificar a taxa de crimes não informados ao Estado e, com base nisso, planejar políticas públicas mais eficazes. Marcelo Durante calcula que apenas cerca de 20% a 30% dos delitos chegam ao conhecimento da polícia.

A pesquisa, que começou em outubro, ainda avalia a satisfação da sociedade com relação aos serviços prestados pelas forças de segurança (Polícias Civil e Militar, Corpo de Bombeiros Militar e Departamento de Trânsito) para melhorar a relação e o serviço em si.

Parceria
A equipe de estatística da Companhia de Planejamento (Codeplan) definiu a quantidade de moradores a ser ouvida em cada região administrativa, de modo que houvesse representatividade equilibrada.

Os entrevistados foram sorteados por meio do cadastro de endereço do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) e, dentro de cada residência, uma pessoa foi apontada para responder ao questionário. O processo é semelhante ao que ocorre para a realização da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílios.

A pesquisa será feita semestralmente, pelo telefone, com as mesmas pessoas. Assim, será possível avaliar a evolução de políticas públicas que resolvam o que foi apontado por elas. “Faremos um catálogo de telefones desses moradores, que serão contatados outras vezes”, explica Durante. A versão presencial continuará, mas ainda sem periodicidade definida.

Para o trabalho, foi firmado contrato, via licitação, com o Instituto Veritá, no valor de R$ 500 mil — verba da própria secretaria.

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