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12/03/2016 às 13:11, atualizado em 12/05/2016 às 18:03
Pesquisa da Codeplan mostra evolução de renda da população feminina. Empreendedoras buscam equilíbrio de remuneração em relação aos homens
As irmãs Marina Praia, de 44 anos, e Vânia Praia, 38, são proprietárias de um salão de beleza na Asa Norte. Marina trabalhava como funcionária no setor, mas sempre sonhou em ter o próprio negócio. Depois de quase cinco anos à frente da empresa em sociedade com a irmã mais nova, ela afirma que a mudança valeu a pena. “Você pode ter uma profissão e ser bem-sucedida com um emprego no ramo que escolher, mas, ainda assim, é um pouco desigual em relação aos homens. Acredito que ser empreendedora é um bom motivo para as mulheres tentarem esse equilíbrio.”
Vânia acrescenta que, além de coragem, é necessário ter muita cautela ao iniciar a própria empresa. “Não é fácil administrar. As pessoas, às vezes, nos subestimam por sermos mulheres, e é preciso lutar diariamente para fazer o negócio dar certo e ir de encontro a certos padrões impostos pela sociedade.”
Para o secretário-adjunto do Trabalho, Thiago Jarjour, a mulher empreendedora é uma realidade não só no Distrito Federal, mas em todo o País: “Elas estão mais corajosas para enfrentar o mercado”.
Análise de renda
Na segunda-feira (7), a Companhia de Planejamento do Distrito Federal (Codeplan) divulgou a pesquisa Trajetória das Mulheres no Distrito Federal – 50 Anos de Conquista. O objetivo do estudo foi identificar, a partir dos dados dos últimos cinco censos demográficos do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a evolução da mulher nos quesitos situação socioeconômica, condições de moradia, composição populacional, relação conjugal e posição familiar.
Entre os destaques está a análise da renda de acordo com o gênero, entre 1970 e 2010. Na década de 1970 mulheres recebiam 30,4% abaixo da média salarial. A remuneração dos homens que desempenhavam o mesmo trabalho ficava, à época, 10,6% acima da média. Com o passar dos anos, percebe-se mais equilíbrio no quantitativo salarial das mulheres, mas, mesmo assim, abaixo da remuneração masculina.
Em 2010, a desigualdade em relação à média salarial para as mulheres atingiu 14,4%, enquanto os homens receberam até 12,5% acima da média, se comparadas as mesmas funções desempenhadas.
Microcrédito
O programa do governo de Brasília que oferece microcrédito para pequenos empreendedores do DF e do Entorno — Prospera DF — mostra que as mulheres foram as que mais obtiveram financiamento em 2015 para expandir o próprio negócio, com índice de 60%. A informação é da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos. Os recursos do projeto são provenientes do
Fundo para a Geração de Emprego e Renda do DF.
Nos sete lotes do programa disponíveis no ano passado, 149 contratos foram fechados com mulheres, contra 99 com homens. Entre os setores econômicos mais influenciados pelos recursos estão comércio (55%), agricultura (24%), serviço (8%), indústria (7%), pecuária (4%) e artesanato (2%).
Do total de créditos, 65% foram destinados a empreendedores da área urbana. Além disso, dados da secretaria apontam que, nos últimos dois anos, 60% dos contratos fechados nas cidades são para as empreendedoras, enquanto os homens respondem por 95% dos empréstimos na zona rural.
A expectativa da Secretaria do Trabalho é que o primeiro lote do Prospera saia ainda em março, com a entrega das primeiras cartas de crédito. O total em recursos deve ultrapassar R$ 240 mil.
Quando o programa for retomado, os interessados podem procurar os locais de microcrédito nas agências do trabalhador localizadas no Plano Piloto (SCS Quadra 6, Lotes 10 e 11) e em Taguatinga (Quadra C 4, Lote 3, Avenida das Palmeiras).
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