24/03/2016 às 21:01, atualizado em 12/05/2016 às 18:03

Parceria com o governo impulsiona empreendimentos digitais no DF

Leonardo Valença conseguiu financiamento de R$ 200 mil da Fundação de Apoio à Pesquisa do DF, por meio do programa Startups Brasília

Por Gabriela Moll, da Agência Brasília


. Foto: Renato Araújo/Agência Brasília

A estabilidade da carreira consolidada na área de tecnologia da informação em uma multinacional não foi suficiente para que o brasiliense Leonardo Valença, de 28 anos, desistisse do sonho de empreender. Em 2015, o jovem deixou o emprego, vendeu o carro e foi passar alguns dias no Vale do Silício, grande polo industrial de novas tecnologias, na Califórnia (EUA).

Como resultado, em agosto, ele inscreveu uma ideia inovadora para criar empresa com base tecnológica, entre outros 374 projetos concorrentes, no edital do programa Startups Brasília, da Fundação de Apoio à Pesquisa do Distrito Federal (FAP-DF). A plataforma Myinfoshare, de troca de informações e de documentos voltados para empresas de contabilidade, foi uma das 43 selecionadas para captação do incentivo de R$ 8,2 milhões. O empreendedor recebeu R$ 200 mil, valor máximo destinado a cada proposta.

Fomento
Valença é vice-presidente da Associação Brasileira de Startups e Empreendedores Digitais, entidade que busca apoio do governo, por meio da Secretaria-Adjunta do Trabalho, da Secretaria do Trabalho, Desenvolvimento Social, Mulheres, Igualdade Racial e Direitos Humanos, para fomentar o setor no DF, como no caso do edital da FAP-DF e no auxílio institucional para estreitar relações entre a associação e embaixadas de países vistos como elos de cooperação, como Israel, Alemanha, Estados Unidos, Portugal e Canadá.

Startups AgenciaBrasilia“Nossa missão é ser uma referência, uma ponte entre o empreendedorismo e o mercado, o governo e a academia”, define. Para ele, o governo é visto como um grande agente incentivador das ações do grupo, além de um cliente em potencial. “As startups podem ser ferramentas essenciais para soluções tecnológicas de baixo custo e de alta eficiência”, afirma. Entre as atividades oferecidas pela associação estão os hackathons, os demo days, as missões técnicas e os meetups.

Para o secretário-adjunto do Trabalho, Thiago Jarjour, apostar nesse tipo de empreendimento é essencial para pensar o futuro da população de Brasília. “Temos que acompanhar a velocidade da informação, os novos negócios e o ramo de novas profissões”, afirma.

Campus Party
Um fruto da parceria entre governo e a associação das startups é o ingresso de Brasília como sede da edição especial da Campus Party no segundo semestre de 2017. O tema das discussões na capital do País será Dados Abertos e Transparência, Trabalho e Educação do Futuro.

Para se preparar, Brasília vai receber ainda em 2016 uma edição de aquecimento para o evento tecnológico, a ser organizada pelo Instituto Campus Party em parceria com a Secretaria-Adjunta do Trabalho e com entidades de ensino superior (que apoiarão eventos menores).

O anúncio oficial ocorreu em 26 de janeiro, durante a nona edição do evento em São Paulo (SP) — sede nacional desde 2008. Nascido na Espanha em 1997, o festival reúne instituições de ensino, jovens, empreendedores, cientistas e entusiastas de novidades tecnológicas. Ele é considerado base para parcerias de projetos com foco tecnológico. Além de São Paulo, Recife (PE) recebe a Campus Party desde 2012. A festa ocorre também na Argentina, na Costa Rica, no Equador, na Holanda, na Itália e no México.

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