02/09/2021 às 20:04, atualizado em 03/09/2021 às 11:20

Hran reabre pronto-socorro para pacientes não covid

Unidade já dispõe de 38 leitos da emergência remobilizados e, nos próximos dias, serão mais 108 de UCI e enfermaria

Por Agência Brasília* | Edição: Renata Lu

O pronto-socorro do Hospital Regional da Asa Norte (Hran) já atende pacientes não covid. Dos 52 leitos existentes na emergência, 38 já foram remobilizados para atender a esse público e os demais estão em processo de conversão. O Hran é referência no atendimento de algumas especialidades, como queimados, cirurgias bariátricas e plásticas e está retomando gradativamente o seu perfil de assistência. Durante quase um ano e meio, o hospital foi mobilizado para ser referência no atendimento aos casos de covid-19.

Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa, nesta quinta (2), pelo secretário de Saúde, general Pafiadache, pela secretária adjunta de Assistência à Saúde, Raquel Beviláqua, pelo subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, e pelo diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos | Foto: Geovana Albuquerque/Agência Saúde-DF

Além da emergência, as alas da enfermaria e da unidade de cuidados intermediários (UCI) estão em processo de remobilização. São 108 leitos nesses locais, que gradativamente estão sendo remobilizados à medida que os pacientes internados recebem alta ou são transferidos para os hospitais de campanha, de acordo com suas condições clínicas. O processo de remobilização leva em conta vários fatores avaliados no período pandêmico, como a taxa de transmissão da covid-19, que hoje está em 1.08 e a taxa de ocupação de leitos, que está em cerca de 50%.

Os dados foram apresentados em coletiva de imprensa, nesta quinta-feira (2), pelo secretário de Saúde, general Pafiadache, pela secretária adjunta de Assistência à Saúde, Raquel Beviláqua, pelo subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, e pelo diretor de Vigilância Epidemiológica, Fabiano dos Anjos.

[Olho texto=”O processo de remobilização leva em conta vários fatores avaliados no período pandêmico, como a taxa de transmissão da covid-19, que hoje está em 1.08 e a taxa de ocupação de leitos, que está em cerca de 50%” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]

“Estamos trabalhando em uma diretriz de centralizar os pacientes com covid-19 nos nossos três hospitais de campanha, liberando leitos nos hospitais regionais para que possamos ter o máximo de leitos de UTI, de enfermaria e retaguarda e aumentar a nossa produção cirúrgica. Esse é o nosso foco e a nossa preocupação: trabalhar para reduzir a fila de cirurgias eletivas”, afirmou o secretário general Pafiadache.

Taxa de ocupação de leitos

A secretária adjunta de Assistência à Saúde, Raquel Beviláqua, apresentou os resultados sobre a remobilização de leitos. “A taxa de ocupação dos leitos de UTI está em 56,59%, o que configura uma certa tranquilidade para continuarmos conduzindo a remobilização dos leitos em função das outras atividades assistenciais de cada hospital. Considerando os leitos com suporte ventilatório pulmonar, temos hoje uma taxa de ocupação de 32,67% e de UTI geral de 85,71%. Esses dados nos dão a tranquilidade para continuarmos com o processo de desmobilização”, explica a secretária.

[Olho texto=”“Esse é o nosso foco e a nossa preocupação: trabalhar para reduzir a fila de cirurgias eletivas”” assinatura=”General Pafiadache, secretário de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”]

O subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, informou a previsão da chegada de mais vacinas ao DF. No entanto, os imunizantes previstos são todos para completar o esquema vacinal de quem já recebeu a primeira dose. “Recebemos na noite de ontem 19.890 vacinas Pfizer-BioNTech.

“Hoje, devem chegar outras 9.750 doses de AstraZeneca e, amanhã pela manhã, outras 28.080 doses de Pfizer. Todas para a segunda dose”, revela. Ainda não há previsão, para os próximos dias, da chegada de mais doses de vacina para D1.

Variante Delta

Hoje, no Distrito Federal, existe a predominância da variante Delta entre os casos de covid-19 associados a novas variantes. Por este motivo, a Vigilância Epidemiológica considera a transmissão comunitária no Distrito Federal. Das amostras sequenciadas pelo Laboratório Central de Saúde Pública (Lacen), 241 foram positivas para a variante Delta. Até o momento, cinco óbitos foram confirmados em moradores do DF, um em morador do Entorno, mas descoberto no DF, e outros dois estão em investigação.

De acordo com Fabiano dos Anjos, o avanço da campanha de vacinação e a manutenção das medidas não farmacológicas, como o uso de máscara, distanciamento social e higienização das mãos com álcool em gel, são capazes de reduzir a transmissão do vírus. “Temos observado uma queda no número de óbitos e isso pode estar diretamente associado ao avanço da vacinação”, observa Fabiano dos Anjos, diretor da Vigilância Epidemiológica. Ele afirma que “a vacina é a medida mais efetiva de proteção, principalmente de gravidade, óbito e hospitalizações por gravidade”.

O Hran passa por reforma e readequação no pronto-socorro, onde foi isolada a área da antiga recepção; no local, serão disponibilizados 14 novos leitos | Foto: Divulgação/SES-DF

Remobilização no Hran

Embora o perfil de atendimento dos hospitais regionais que estavam mobilizados a atender pacientes covid mude nos próximos dias para não covid, os pacientes com sintomas respiratórios continuarão a ser avaliados e atendidos na unidade. Porém, havendo necessidade de internação, eles serão direcionados a um dos hospitais de campanha. No Hran, a previsão é que até a próxima segunda-feira todos os 52 leitos da emergência estarão remobilizados e disponíveis para atender pacientes não covid.

Além disso, a unidade passa por reforma e readequação no pronto-socorro, onde foi isolada a área da antiga recepção e, neste local, serão disponibilizados 14 novos leitos. É o que explica o superintendente da Região de Saúde Central, Pedro Zancanaro.

“Com a readequação do pronto-socorro teremos 52 leitos não covid e 14 leitos em área isolada, para pacientes covid. Adaptamos todos os espaços para ter um fluxo limpo e não ter risco de pacientes com covid-19 terem contato com pacientes sem sintomas respiratórios. Fechamos as paredes até o teto e como estamos com leitos vagos no PS, oferecemos 10 vagas para dar suporte ao Hospital Regional do Guará”, informa.

Hoje, há somente quatro pacientes positivos para a covid-19 internados no pronto-socorro do Hran. O 6º e 7º andar do hospital ainda possuem enfermarias para pacientes com covid-19, mas serão totalmente desmobilizadas nos próximos dias. “O 6º andar deverá funcionar como enfermaria não covid e o 7º deverá ser destinado aos pacientes cirúrgicos da cirurgia plástica e da ginecologia e obstetrícia”.

Segundo Zancanaro, a prioridade é voltar o Hran à assistência não covid. “Os 20 leitos de UTI já foram remobilizados para pacientes sem covid-19. Desde novembro as cirurgias estão com fluxo duplo, com uma sala exclusiva para os pacientes com covid-19. Também tem fluxo duplo a ginecologia e obstetrícia, que atende pacientes covid e não covid”, informa.

No caso da cirurgia geral, a especialidade está totalmente voltada para pacientes não covid. O Hran já voltou a realizar procedimentos cirúrgicos eletivos como, cirurgias plásticas, bariátricas, urológicas e cirurgias gerais (hérnias e vesículas). Hoje, são cinco salas do centro cirúrgico funcionando, onde são realizadas duas cirurgias por período, totalizando 60 procedimentos eletivos semanais. Além dos procedimentos de emergência.

“Com os hospitais de campanha e o avanço da vacinação, houve um declínio da doença e, com isso, a própria equipe solicitou que a gente retomasse o Hran à assistência não covid, tendo em vista que ficamos por 1 ano e meio totalmente mobilizados para a covid-19”, afirma.

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O superintendente destaca também que o Hran é credenciado no programa de residência médica e muitas especialidades foram prejudicadas por conta da pandemia. Por isso, é interessante que o hospital volte a atender na sua integralidade, porque os residentes precisam aprender e garantir qualidade em suas formações.

“Com a pandemia, os residentes de especialidades como cirurgia geral tiveram que ir para outros hospitais e precisamos voltar a ter residentes aqui de diversas especialidades, caso contrário, perderemos o credenciamento junto ao programa de residência médica”, conclui.

 

*Com informações da Secretaria de Saúde