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16/09/2021 às 11:48, atualizado em 16/09/2021 às 14:06
Ideia criada por religioso garante emprego e renda para pessoas desempregadas; governo vai baixar imposto do produto para gerar mais vendas
[Numeralha titulo_grande=”12 mil ” texto=”unidades das Petas do Frei chegam toda semana a Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda]
Um projeto social que nasceu dentro de uma igreja vai integrar as cestas básicas distribuídas pelo Governo do Distrito Federal (GDF). O anúncio foi feito na noite desta quarta-feira (15), por determinação do próprio governador Ibaneis Rocha, durante o lançamento das Petas do Frei, pacote de biscoitos de polvilho que, durante a pandemia, se tornou o ganha-pão de muitas famílias que passavam por situação de vulnerabilidade social.
Tudo começou em agosto de 2020, quando, segundo o idealizador do projeto, frei Rogério Soares, muitas pessoas chegavam à Igreja Sagrado Coração de Jesus e Nossa Senhora das Mercês, na Asa Sul, pedindo ajuda. “Pediam de tudo, do alimento ao gás, mas, mesmo que conseguíssemos dar isso tudo para as pessoas, uma hora iria acabar, e elas precisariam de mais. Então, pensei em uma forma de geração de renda para que pudessem tirar o sustento a partir dali”, explica o religioso.
E assim nasceu a marca Petas do Frei. Fabricados em Anápolis (GO), os biscoitos são ensacados em Brasília, ganham adesivos e, então, são entregues a dezenas de pessoas desempregadas que vendem os produtos nas ruas da cidade. Os produtos são levados em consignação e, com o dinheiro gerado pelas vendas, paga-se o custo, enquanto o restante – o lucro – fica para o vendedor.
Um reforço
[Olho texto=”“A qualidade é muito boa, e estamos apostando no sucesso do produto”” assinatura=”Mário Habka, empresário” esquerda_direita_centro=”direita”]
“Eu agradeço muito a oportunidade porque foi uma luz quando fiquei desempregada durante a pandemia. Acreditei no produto e saí para vender. Ofereço as petas até nos sinais [semáforos] e vendo bastante; está dando para pagar as contas”, contou Maria do Socorro Lima, a primeira vendedora das Petas do Frei. De agosto para cá, ela não só consegue o sustento da família por meio do projeto, como também já tem um CNPJ como Microempreendedor Individual (MEI).
Juntamente com os cerca de 30 vendedores dos biscoitos, a marca cresceu. Com ajuda da fábrica goiana, ganhou embalagem personalizada e agora, está nas prateleiras de uma grande rede de supermercados do Distrito Federal, onde o produto passará a ser vendido. Atualmente, 12 mil unidades chegam semanalmente à capital federal – somando com o supermercado e os vendedores individuais. “A qualidade é muito boa, e estamos apostando no sucesso do produto”, garantiu o empresário Mário Habka.
Com a garantia de obter uma renda que varia entre R$ 100 e R$ 150 por dia, os vendedores do biscoito participam, todas as quintas-feiras pela manhã, de cursos gratuitos de formação empreendedora oferecidos pelo frei Rogério. Lá, aprendem educação financeira, técnicas de venda e empreendedorismo. “São matérias essenciais para desenvolvimento deles”, enfatizou o criador do projeto, que incentiva a formalização para que os vendedores possam ter acesso à seguridade social, de saúde e aposentadoria.
Redução do ICMS
“É uma experiência que deveria ser seguida no Brasil inteiro; e, entendendo o valor desse projeto, o governador Ibaneis Rocha anunciou que os biscoitos, a partir de agora, estarão nas cestas básicas, diminuindo o ICMS do produto, o que vai garantir maior produção e gerar renda”, explicou o vice-governador Paco Britto.
De acordo com Paco, a situação de vulnerabilidade precisa ser passageira. “Este governo apoia qualquer iniciativa que ajude a reinserir pessoas de volta à sociedade, como trabalhadores capazes de colocar o alimento dentro de suas casas”, frisou. Ele elencou, ainda, iniciativas criadas pelo GDF para ajudar a população mais carente e prejudicada pelos efeitos da pandemia da covid-19.
“O governador lançou o Cartão Gás, oferece os cartões para compra de material escolar, cestas básicas e atendimento nos centros de referência de assistência social [unidades do Cras], mas não deixou, nesse tempo, que as obras parassem. Para se ter uma ideia, isso gerou cerca de 50 mil empregos diretos em meio à crise econômica e de desemprego causadas pela pandemia”, completou o vice.