Seminários da Gestão Democrática começaram

Foi realizado, durante a terça-feira (26), o primeiro Seminário Regional da Gestão Democrática direcionado para a Coordenação Regional de Ensino do Plano Piloto/Cruzeiro. Os seminários percorrerão todas as CREs até o dia 5 de julho. O evento aconteceu na Escola de Aperfeiçoamento dos Profissionais da Educação (EAPE).

O objetivo principal dos encontros é socializar o alinhamento estratégico, a gestão democrática e mobilizar o processo eleitoral de diretores das unidades públicas educacionais e Conselho Escolar.

De acordo com a secretária-adjunta de Educação, Maria Luiza Fonseca do Valle, a Lei de Gestão Democrática prevê a participação da comunidade escolar; a pluralidade, tendo um caráter laico que prioriza os direitos humanos; autonomia das unidades escolares; transparência da gestão; garantia de qualidade social para todos; democratização das decisões e valorização dos profissionais da Educação. “A gestão democrática se constrói com a atuação de professores, gestores, pais e alunos. É preciso mobilização para concretizar nossas metas. Isso faz com que nossos servidores se sintam motivados”, ressaltou.

A gestão democrática no sistema público de ensino está consolidada com o Projeto Político-Pedagógico lançado oficialmente pela Secretaria de Educação na semana passada e que foi amplamente discutido com os educadores no decorrer de 2011. O documento faz uma homenagem ao educador Carlos Mota, falecido há quatro anos. O PPP tem como eixos principais a diversidade, a cidadania e a sustentabilidade.

A subsecretária de Educação Básica, Sandra Zita, destacou que o Projeto Político-Pedagógico é voltado para a formação integral do ser humano. “Não é algo criado por um grupo, e sim pela rede pública como um todo. As ideias não se materializam apenas com o documento, a gestão democrática precisa mexer com nossas concepções. Se não houver parceria, dificilmente as coisas mudarão.”

A construção do projeto contou com plenárias em todas as Regionais de Ensino, envolvendo a participação das comunidades locais e escolares e sindicato. O texto visa à erradicação do analfabetismo, da evasão escolar, da distorção idade/série, a implantação da gestão democrática, a ampliação do atendimento à educação integral, a ampliação da educação profissional, dentre outros pontos.

A subsecretária ressalta que o PPP valoriza e dá visibilidade às iniciativas das escolas, para que seus projetos virem ações em toda a rede de ensino. “Esse novo texto vai ser um grande desafio. Nele está incluído o Plano de Convivência Escolar, que tem o intuito de debater temas que norteiam o cotidiano da comunidade escolar, como violência e drogas”, explicou.

Para o dirigente do Sinpro/DF, Júlio Barros, a Lei de Gestão Democrática é a mais avançada do país. “Fazemos questão de debater todas as questões que englobam as escolas públicas. A lei já existe, temos que nos apropriar dela”.

O início dos trabalhos contou com a apresentação da artista Lilia Diniz, que declamou poesias de Patativa do Assaré, “Poeta da roça”, e de sua autoria, como “Birra de muié” e “Casamento é sagrado”.

Apoio à gestão escolar – No encontro, o subsecretário de Planejamento, Acompanhamento e Avaliação Educacional, Francisco José da Silva, apresentou uma explanação sobre o Orçamento Participativo da Educação, PDAF e duas ferramentas, do Ministério da Educação, que dão suporte aos gestores das escolas: o PDE Escola e o PDE Interativo. A primeira baseia-se no planejamento participativo, tendo como objetivo auxiliar as unidades de ensino públicas a melhorar sua gestão.

Já no caso do PDE Interativo, as escolas não precisam realizar formações presenciais para conhecer a metodologia e utilizar o sistema, que interage permanentemente com o usuário. Essa ferramenta estimula a reflexão sobre os temas abordados, além de ajudar a escola a identificar seus principais problemas e definir ações para alcançar suas metas.

“A gestão democrática está focada em proteger as unidades de ensino. O PDE Interativo é uma ferramenta que pode ajudar na gestão escolar. Estamos trabalhando por qualidade social, contribuindo para que os indivíduos se sintam felizes no trabalho. Dessa forma, o gestor se compromete, se expõe e assume o compromisso de escutar as contradições. Estamos longe de saber tudo ou ter vivido todas as experiências, e temos o direito de tentar novamente. Precisamos desafiar a nós mesmos e, principalmente, revelar o que não tem sido prioridade nas escolas”, ponderou o subsecretário.

O gerente de Acompanhamento do Plano de Educação do DF, Clérton Evaristo, pontuou que o PDE Interativo faz com que a gestão esteja mais próxima dos aspectos que envolvem o ambiente escolar. “A ferramenta tem revolucionado a transformação social. A ampliação do espaço de discussão nas escolas consolida o grupo. A ferramenta vem se aperfeiçoando e só quem ganha é a gestão das unidades educacionais. É um incentivo para atingir os objetivos de cada escola”.

Regional de Ensino do Plano Piloto/Cruzeiro – Para o diretor da CRE PPC, Jeferson Paz, a gestão democrática fomenta a participação da comunidade escolar de forma ativa, tendo como principal meta a qualidade de ensino. “O Projeto Político-Pedagógico está associado à lei. O documento dará foco, conteúdo e estratégias para que nossas escolas se ajustem conforme suas necessidades.”

Na opinião de Lêda Badra, diretora da Escola da Natureza, as unidades educacionais poderão traçar o plano de ação com estratégias mais elaboradas. “Além do PPP nortear nossas atividades, a gestão democrática fará com que a comunidade escolar se aproprie de seus direitos e deveres”, acrescentou.