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17/02/2022 às 08:42, atualizado em 17/02/2022 às 08:43
Integrantes da Liga Carnavalesca dos Trios, Bandas e Blocos Tradicionais e da União das Escolas de Samba do DF comandam a folia por meio de lives
O Carnaval de rua de 2022 está oficialmente cancelado devido à extensão da pandemia da covid-19 no Distrito Federal. Mas, graças ao projeto Apoio das Atividades Carnavalescas Permanentes, da Secretaria de Cultura e Economia Criativa (Secec), os integrantes da Liga Carnavalesca dos Trios, Bandas e Blocos Tradicionais (LCTBBT) e da União das Escolas de Samba do Distrito Federal (Uniesb) comandam a folia por meio de lives.
Em curso desde dezembro de 2021, a ação cultural permite que a população mantenha o contato com a alegria da festa ao mesmo tempo em que garante renda para esse segmento histórico da economia criativa.
“Quando lançamos o edital de chamamento público, não imaginávamos que o Carnaval estaria suspenso. Nosso objetivo foi o de fortalecer financeiramente esse segmento e estruturar a festa segura e vigorosa para o ano de 2023”, aponta o secretário de Cultura e Economia Criativa, Bartolomeu Rodrigues.
As ações partiram de um chamamento público da pasta que, no segundo semestre do ano passado, designou R$ 3,95 milhões para as duas propostas: Liga Carnavalesca dos Trios, Bandas e Blocos Tradicionais (R$ 1,2 milhão) e União das Escolas de Samba do Distrito Federal (R$ 2,95 milhões), gerando 4,5 mil empregos diretos e indiretos e quebrando um jejum de sete anos sem verba pública para as agremiações das escolas de samba do Distrito Federal, que pisou pela última vez na avenida no carnaval de 2014.
[Olho texto=”“Infelizmente, veio a pandemia e afetou duramente a vida de muita gente que vive do Carnaval. Agora, o Projeto de Apoio a Atividades Permanentes é de suma importância para a cadeia produtiva do Carnaval”, avalia o presidente da Liga dos Blocos Tradicionais, Paulo Henrique Nadiceo” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
“Nosso compromisso foi proteger as matrizes tradicionais do nosso carnaval, formadas por coletivos que trabalham o ano inteiro dentro de suas comunidades, visando ao desfile pontual dentro da folia momesca. Essa cadeia produtiva estava interrompida com a suspensão dos incentivos públicos. Precisávamos agir, com urgência, para evitar um aprofundamento nessa desestruturação. O que acontece neste momento é um resgate dessa manifestação cultural e pulsante”, reflete a subsecretária de Difusão e Diversidade Cultural, Sol Montes.
Alegria de volta
A Águia Imperial, de Ceilândia, é a vida de Cátia Miranda, 50 anos, rainha de bateria, que não esconde a felicidade de mostrar o samba no salto diante da bateria da agremiação. Graças ao projeto da Secec, ela voltou a comandar os percussionistas depois desse longo jejum.
[Olho texto=”“Não existe outro projeto no Brasil para as escolas de samba como este. Seria mais um ano triste sem atividades culturais. No entanto, estamos aqui trabalhando, ganhando e pertencendo à cultura do DF”, destacou Cacá Silva, da Águia Imperial” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
“O carnaval é uma paixão. É maravilhoso estarmos de volta com o tema África, o Berço da Humanidade e do Conhecimento”, revelou, pouco depois de brilhar durante a live transmitida diretamente de escola pública de Samambaia.
Acompanhando cada compasso de Cátia, Luciano Garcia, 46, diretor do projeto, destacou a importância dessa política pública para reconstrução das escolas de samba do DF. “Assim, voltaremos firmes e fortes em 2023”. Do seu lado estava Cacá Silva, apresentador, que fazia coro à alegria que tomou conta do set de filmagem. “Não existe outro projeto no Brasil para as escolas de samba como este. Seria mais um ano triste sem atividades culturais. No entanto, estamos aqui trabalhando, ganhando e pertencendo à cultura do DF”, reforçou.
Com cronograma de lives até maio, o projeto Brasília tem Cultura Carnavalesca – Atividades Carnavalescas Permanentes nas Escolas de Samba de Brasília já reuniu um público de 19 mil espectadores em 13 lives, com 2 mil postos de trabalho, dos quais 1,5 mil são destinados a pessoas negras. Resultados que animam o vice-presidente da União das Escolas de Samba do DF, Adriano Galli Gardini, 44, quanto ao tratamento de respeito e de merecimento dados pelo GDF às agremiações.
Blocos históricos
É possível contar a história do Carnaval do Distrito Federal por meio das marchinhas dos blocos, como o Pacotão e o Galinho de Brasília. Desde dezembro, as agremiações mais tradicionais seguem escrevendo essas narrativas. Começaram com encontros presenciais em dezembro e, agora, seguem em lives transmitidas pelo YouTube. As ações dão suporte e apoio à cadeia produtiva da maior festa popular e ajudam o setor cultural a enfrentar as consequências da pandemia.
“O Carnaval de Brasília estava com um crescimento muito forte nos últimos anos antes da pandemia com o público só aumentando. Infelizmente, veio a pandemia e afetou duramente a vida de muita gente que vive do Carnaval. Agora, o Projeto de Apoio a Atividades Permanentes é de suma importância para a cadeia produtiva do Carnaval”, avalia o presidente da Liga dos Blocos Tradicionais, Paulo Henrique Nadiceo.
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A ideia dos encontros é a da celebração da cultura carnavalesca de Brasília. Em cada um, um bloco anfitrião recebe o convidado. Juntos, compartilham as suas particularidades, criando um movimento cultural inédito no Distrito Federal. Dessa mistura, resulta um encontro musical e as propostas de oficinas formativas. Os encontros têm tido público de até 1,5 mil espectadores.
Acompanhando a festa de dentro de casa, a professora Maria Aparecida de Souza, 43, moradora da Ceilândia, sentiu o “gostinho de Carnaval” de novo. “Já são dois anos sem Carnaval. Costumava ir todo ano. Não perdia Baratona, Pacotão, todos os bloquinhos, mas, com a pandemia, a gente teve que ficar em casa. As lives aquecem o coração para quando o Carnaval de rua voltar”.
Programação dos encontros dos blocos tradicionais
Clique aqui para assistir à transmissão
– Quinta-feira (17), às 19h: Pacotão recebe Baratona
– Sexta (18), às 19h: Galinho de Brasília recebe Asé Dudu
– Dia 25 , às 19h: Asé Dudu recebe Galinho de Brasília
– 3 de março, às 19h: Galinho de Brasília recebe Asé Dudu
– 4 de março, às 19h: Bloco dos Raparigueiros recebe Menino de Ceilândia
– 10 de março, às 19h Menino de Ceilândia recebe Bloco dos Raparigueiros
– 13 de março, às 19h: Liga dos Blocos Tradicionais
*Com informações da Secretaria de Cultura e Economia Criativa