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17/03/2022 às 19:37
Número de atendimentos socioassistenciais em toda a rede de proteção social dobrou em um ano. Em 2020, foram 229.797. Em 2021, foram 456.962
A secretária de Desenvolvimento Social, Mayara Noronha Rocha, destacou, nesta quinta-feira (17), as ações da área social para as mulheres do Distrito Federal. Em entrevista ao jornal SBT Brasília, a gestora ressaltou a prioridade de atendimento para as mulheres em situação de vulnerabilidade social e chefes de família nos Centros de Referência de Assistência Social (Cras).
“A equipe técnica da Sedes vem trabalhando para reduzir a fila de espera por atendimento nos 29 Cras. Mas é importante mostrar um ponto positivo nesse cenário”, pontuou. “Antes de incluir o serviço de agendamento no 156 ocorriam grandes filas com mães, mães de crianças com deficiência, mulheres que não tinham com quem deixar os filhos e tinham que sair no meio da madrugada para tentar a sorte de conseguir uma senha, muitas perdiam um dia de trabalho na tentativa de retirar essa senha e, ainda assim, não conseguiam.”
Com o agendamento online e pelo 156, é possível garantir que essas mulheres estejam na fila, diz a secretária. “Garantimos prioridade a chefes de família, idosas, que têm filhos com deficiência e isso não ocorria no passado”, destacou.
[Olho texto=”O número de atendimentos socioassistenciais em toda a rede de proteção social do DF dobrou em um ano. Em 2020, foram 229.797 atendimentos. Em 2021, foram 456.962″ assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
De acordo com dados da Secretaria de Desenvolvimento Social (Sedes), o número de atendimentos socioassistenciais em toda a rede de proteção social dobrou em um ano. Em 2020, foram 229.797 atendimentos. Em 2021, foram 456.962. Só nos 29 Cras, foram 284.090 atendimentos realizados no ano passado.
As mães chefes de família, segundo Mayara Noronha Rocha, também têm prioridade na concessão de benefícios sociais, como o Cartão Prato Cheio. O crédito mensal de R$ 250, por seis meses, é concedido, prioritariamente, às famílias monoparentais chefiadas por mulheres com crianças de até 6 anos, com pessoas com deficiência ou idosas; pessoas com renda familiar igual ou inferior a meio salário mínimo por pessoa da família, que se encontrem em situação de insegurança alimentar e sejam moradoras do DF, inscritas no Cadastro Único ou no Sistema Integrado de Desenvolvimento da Sedes; e pessoas em situação de rua, acompanhadas por equipes da assistência social e em processo de saída de rua.
“Cerca de 90% de beneficiários do Prato Cheio, hoje, são mulheres. O diferencial desse programa é o poder de escolha. É ela ter a dignidade de ir ao mercado e escolher o que o filho deseja comer, os produtos que ele gosta, uma carne moída, um frango. Para uma mãe, ter esse poder de escolha é muito impactante”, explicou a secretária ao SBT Brasília.
[Olho texto=”A rede de proteção social do GDF atende majoritariamente a população feminina. São 323.186 mulheres inscritas no Cadastro Único no DF, de um total de 546.929 pessoas, segundo dados de fevereiro de 2022″ assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Balanço
Ainda durante a entrevista, a secretária reforçou a importância da mulher dentro da política de Assistência Social. “Aqui no DF, na Sedes, quase 70% dos servidores são mulheres. Temos uma média de 90% de mulheres recebendo programas sociais. São mães solos, chefes de família que têm que se dividir e assumir a responsabilidade pela rede familiar”.
A responsável pela pasta do Desenvolvimento Social destacou ainda a importância do programa Criança Feliz Brasiliense para as gestantes e o crescimento das crianças na primeira infância. O programa viabiliza o acompanhamento das famílias que têm filhos de até seis anos de idade, por meio de visitadores, garantindo a elas acesso a políticas públicas de educação e saúde, por exemplo.
“Hoje, temos 3.200 famílias impactadas pelo Criança Feliz Brasiliense. A mulher, por meio desse programa, consegue ter toda a capacidade para criar com dignidade os filhos, ensinar o mínimo para desenvolver a potencialidade dessas crianças e orientar suas famílias. Algumas estão passando por situação de violência, por exemplo, e o visitador consegue passar para essa mulher os caminhos que ela pode seguir. É um programa que vem impactando, consideravelmente, as mulheres que vivem em situação de vulnerabilidade”.
Rede de proteção
A rede de proteção social do GDF atende majoritariamente a população feminina. São 323.186 mulheres inscritas no Cadastro Único no Distrito Federal, de um total de 546.929 pessoas, segundo dados de fevereiro de 2022. Dessas, 170.362 são mulheres inscritas como responsável familiar, número bem superior ao de homens chefes de família, que hoje são 38.080. O Cadastro Único que, no DF, é gerido pela Sedes é a porta de entrada para as famílias terem acesso a benefícios sociais federais e distritais, como o Auxílio Brasil e o DF Social.
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Entre as famílias beneficiárias do programa Auxílio Brasil, do governo federal, no DF, 87% tem mulheres como responsável familiar, o equivalente a 102.738 famílias. Para se ter uma ideia, são apenas 15.351 chefiadas por um homem. No DF Social, das mais de 50 mil famílias beneficiárias que recebem um auxílio adicional de R$ 150 por mês, 31.379 são chefiadas por elas. No Cartão Gás, dentre as 70 mil famílias beneficiárias que recebem recurso para comprar gás de cozinha, 52.917 tem uma mulher como chefe de família.
“Temos demonstrado o papel da mulher nesse cenário. Uma característica predominante da mulher é a sensibilidade. Eu sou esposa do governador, mas eu também sou mãe, sou uma mulher que sai de casa todos os dias para enfrentar os meus obstáculos, eu também tenho meus traumas, as minhas dores, que, muitas vezes, ficam para trás em benefício da minha família, da população. Quando eu me coloco a serviço da população em vulnerabilidade social, eu estou colocando para o meu filho qual é o papel que a mãe dele exerce, que contribuição podemos deixar para a sociedade”, concluiu Mayara Noronha Rocha na entrevista ao SBT Brasília.