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19/05/2022 às 14:39, atualizado em 09/05/2024 às 09:05
Boletim Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti no DF (Liraa) revela resultados do trabalho de prevenção. Índice de infestação predial na capital saiu da classificação ‘em alerta’, em janeiro, para ‘satisfatório’
O trabalho de combate à dengue no Distrito Federal começa no nascedouro, ainda na fase larvária do Aedes aegypti, transmissor da doença. E levantamentos feitos pela Secretaria de Saúde mostram que esta ‘guerra’ tem surtido efeito: a infestação do mosquito no DF está em queda. O boletim Levantamento Rápido de Índices para o Aedes aegypti no DF (Liraa) de abril, divulgado este mês, mostra que o índice de infestação predial na capital saiu da classificação “em alerta”, em janeiro, para “satisfatório”.
Além dessas classificações, a outra, mais grave, é a de ‘risco de surto’. A pesquisa usa metodologia preconizada pelo Ministério da Saúde e analisa a quantidade de imóveis que possuem recipientes com larvas em todas as 33 regiões administrativas (RAs). “Esse tipo de estudo é muito importante pois, a partir daí, a gente ataca o chamado ‘ponto quente’ onde há a presença de larvas”, explica o diretor de Vigilância Ambiental em Saúde, Jadir Costa Filho.
“Isso significa acabar com o ciclo de crescimento do mosquito, não deixar que ele chegue à fase adulta, que é a fase infectante”, acrescenta Jadir. Um trabalho de formiguinha, feito de porta em porta pelos agentes de vigilância ambiental que vistoriam os imóveis. Para o levantamento, foram quase 27 mil locais visitados. Mas, segundo a secretaria, já são cerca de 1,4 milhão de imóveis vistoriados de janeiro até o final de abril de 2022.
Além do uso de larvicidas para eliminar os futuros mosquitos, a Vigilância Ambiental tem lançado mão de ovitrampas no enfrentamento à doença. Trata-se de uma espécie de armadilha usada para capturar os ovos de mosquitos na água parada.
Frio é um aliado contra o mosquito
Com os casos prováveis de dengue em alta em todo o País – no DF foram registrados 39.251 até o momento – o ataque às larvas e aos ovos do Aedes é uma estratégia indispensável usada pela Saúde. Mas, de acordo com o subsecretário de Vigilância à Saúde, Divino Valero, a mudança de clima também será um aliado importante.
“A partir de junho, com a chegada da seca em Brasília e o tempo frio, os casos da doença certamente vão diminuir”, explica. “A mudança de temperatura resulta num choque térmico que afeta as fêmeas do Aedes aegypti. Com a redução de mosquitos adultos, cai também a transmissão da dengue. É preciso observar essa sazonalidade”, aponta.
Divino frisa ainda que as ações contra a dengue são pautadas pela intersetorialidade, onde vários órgãos compartilham decisões e também o trabalho nas ruas. “É uma operação diária não só da Vigilância Ambiental, mas em conjunto com órgãos como o Corpo de Bombeiros, o SLU, que nos ajuda no manejo ambiental, o DF Legal, que fiscaliza áreas comerciais e prédios públicos, entre outros”, detalha.
Cuidado especial com o Lago Norte
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Olhando de maneira mais detalhada o boletim Liraa, é possível detectar também a situação de cada RA do Distrito Federal. Dentre as 33, vinte e três delas têm o índice satisfatório e apenas o Lago Norte apresenta risco de surto. “Lá encontramos imóveis amplos, com muita matéria orgânica, calhas altas, onde os agentes muitas vezes têm dificuldade de acessar. Mas, reforçamos que é fundamental que o morador ou o funcionário permita sempre a entrada das equipes nas casas”, reforça Jadir Filho.
O ataque ao mosquito no bairro, todavia, já começou. No início deste mês, uma força-tarefa de 160 agentes foram distribuídos entre as QIs, QLs , MIs, MLs e Taquari, fazendo a abordagem dos moradores e inspecionando casas e estabelecimentos. Na Granja do Torto e nas áreas rurais do Lago Norte há agentes fixos que fazem o trabalho rotineiramente. O administrador Anderson Toledo cobra ainda a colaboração da comunidade. “Se cada morador fizer a sua parte, tirando dez minutos do seu dia, toda semana, para uma vistoria, já é suficiente para eliminar possíveis focos dentro de suas casas”, conclui.