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27/05/2022 às 11:19, atualizado em 27/05/2022 às 11:20
Produtores rurais das bacias do Descoberto e do Paranoá, fontes de recursos hídricos no DF, participaram de curso promovido pela Sema, por meio do projeto CITinova
Quarenta produtores rurais das bacias do Descoberto e do Paranoá – fontes de recursos hídricos para o DF – concluíram, esta semana, a capacitação Comunidade que Sustenta a Agricultura (CSA), um sistema econômico alternativo que conecta agricultores e consumidores. A iniciativa foi coordenada pela Secretaria do Meio Ambiente (Sema), por meio do projeto CITinova – Cidades Sustentáveis e abordou práticas sustentáveis e orientações para comercialização de alimentos.
Foram dois cursos de 32 horas com quatro módulos de aulas teóricas e práticas, com duração de dois meses. Ao final, os alunos receberam certificados de participação e uma apostila com orientações sobre plantio, tempo de colheita de cada produto e manutenção do sistema de CSA.
No sistema de CSA, a agricultura agroecológica é apoiada pelos consumidores, que compram diretamente do produtor, em um pacto de financiamento a médio prazo que garante o sustento das famílias de agricultores e a produção de alimentos sem o uso de agrotóxicos, com controle biológico de pragas. Os consumidores se tornam coagricultores no arranjo de uma CSA.
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“O planejamento da produção do CSA, equilibrando leguminosas, raízes, frutas e verduras para alimentar uma família durante uma semana, amplia a variedade de comida no prato e a nutrição como um todo melhora”, explica a nutricionista Andrea Zimermann, da Matres Ambiental. empresa contratada pelo Projeto CITinova.
Segundo Andrea, essa parceria entre famílias de agricultores e coagricultores leva a uma mudança de comportamento do consumidor: passa-se da mentalidade do preço da mercadoria ao apreço pelo produto. “Entrando para uma CSA, você faz da sua alimentação um serviço ambiental, porque apoia agricultores que estão cuidando dos recursos naturais e produzindo de forma sustentável”, resume a professora Renata Navega, sócia da Matres Ambiental.
[Olho texto=”“Se a gente se unir, não vai precisar trabalhar para ninguém e vai tirar o sustento da terra de uma maneira respeitosa com o meio ambiente”” assinatura=”Daniela Alves Santos, aluna” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Segundo a assessora especial da Coordenação de Recursos Hídricos da Sema, Mona Bittar, a produção de água e a geração de renda podem estar alinhadas e são fruto da implementação das boas práticas no campo. “O projeto CITinova e a Sema trabalham pela implementação de iniciativas inovadoras que visam à garantia da segurança hídrica no DF”, afirma.
Na primeira etapa do projeto, foram implantados 20 hectares de Sistemas Agroflorestais [SAFs] em 37 propriedades de agricultores familiares, com enxada rotativa com subsolador integrado, ceifadora customizada para agrofloresta e podador de altura, equipamentos desenvolvidos para acelerar e facilitar o plantio e sua manutenção em pequenas propriedades rurais.
Planejamento
“Não é de uma semana para a outra que as coisas acontecem”, avalia o agricultor familiar Daniel Kaiser, do Sítio Pé na Terra, no Núcleo Rural do Pipiripau II, onde foi realizada a aula prática de encerramento do curso. “É preciso ter planejamento na produção e, hoje, a nossa família toda enxerga desta forma, de produzir a médio e longo prazo. A fruta que demora mais para dar é a que você não planta”.
Na aula prática no Sítio Pé na Terra, foi demonstrada a montagem das cestas, com dez a 12 itens, para entrega semanal aos coagricultores. A aluna Daniela Alves Santos ressaltou que o trabalho no campo exige amor, confiança e perseverança, princípios levantados nas dinâmicas de grupo para envolver a turma no conteúdo apresentado. “Se a gente se unir, não vai precisar trabalhar para ninguém e vai tirar o sustento da terra de uma maneira respeitosa com o meio ambiente”, conclui.
*Com informações da Sema