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23/06/2022 às 08:56, atualizado em 23/06/2022 às 09:08
Composto por 140 policiais militares, que atendem cerca de 6 mil chamadas por ano, grupamento pode ser acionado a qualquer hora, pelo número 190
Rodar 60 quilômetros e gastar um tanque de combustível de uma viatura para tentar salvar a vida de um saruê é uma missão encarada como de grande importância para o Batalhão Ambiental do Distrito Federal. O grupamento composto por 140 policiais militares recebe cerca de 6 mil chamadas por ano, o que representa uma média de 16 por dia.
[Olho texto=”Em 2021, as regiões administrativas onde foram registrados os maiores números de ocorrências foram Brasília, com 1.590; Planaltina, com 461 e Candangolândia, com 424″ assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Em 34 anos de existência, completados no dia 10 deste mês, lutar a todo custo para proteger o equilíbrio ambiental tem sido a rotina do grupo, inclusive se for preciso cruzar a cidade para tentar salvar um roedor machucado. No ano de 2021 foram resgatados 3.626 animais, distribuídos em 1.175 mamíferos, 1.873 aves e 578 répteis. Nesse ranking, o maior número de resgates foi de periquitos-do-encontro (149), corujas-buraqueiras (98) e papagaios-verdadeiros (86).
O comandante do Batalhão Ambiental, tenente-coronel Fábio Pereira, aponta o adensamento urbano como responsável pela invasão de animais silvestres em áreas urbanas. Os animais resgatados podem ser devolvidos ao meio ambiente, se estiverem em boas condições de saúde, ou levados para uma clínica veterinária parceira para receberem os cuidados que venham a ser necessários.
Segundo o comandante, a luta para tentar salvar a vida de um saruê que vive cerca de oito anos, é a necessidade de manter o equilíbrio ecológico. “O saruê é um roedor que tira do nosso convívio animais peçonhentos como cobra-coral, cascavel e escorpião, pois ele os come, e isso faz com que seja mantido o equilíbrio”, explica. “Essa é função do Batalhão Ambiental, num contexto de segurança pública”.
De acordo com as estatísticas de 2021, as regiões administrativas onde foram registrados os maiores números de ocorrências foram Brasília, com 1.590; Planaltina, com 461 e Candangolândia, com 424. “Em 2021, foi gasto R$ 1 milhão somente com manutenção de peças móveis, viaturas e gasolina”, disse o comandante.
Neste ano, de janeiro ao dia 19 deste mês, foram registrados 1.732 resgates, entre os quais 237 répteis, 1.178 aves e 317 mamíferos. O maior número foi o de canários-da-terra (323), seguido por saruês (231) e pássaros-baianos (213). No ranking das regiões administrativas, a que mais acionou o resgate foi o Plano Piloto, que recorreu 708 vezes ao batalhão. Na sequência vêm Lago Sul, com 150 chamadas, e Ceilândia, com 138.
O batalhão atua 24 horas no salvamento e resgate de animais silvestres. Quem encontrar qualquer bicho fora de seu habitat deve acionar o resgate pelo número 190. Durante a espera pelo socorro, não é aconselhável se aproximar do animal, pois isso pode gerar risco.
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“Retirar um animal de uma situação de risco e devolvê-lo ao seu ambiente é salvar o animal. Por isso, digo que o Batalhão Ambiental faz o manejo da fauna, por recompor a cadeia antrópica [referente às ações do homem e seus impactos ambientais]”, reforça o comandante do batalhão. “Nossa missão como Polícia Militar do Distrito Federal é salvar as vidas em todas as suas formas e aplicar as leis. Uma cobra, mesmo que tenha peçonha, é importante para o ecossistema; o escorpião também. Todos são importantes.”