25/05/2016 às 12:19, atualizado em 25/05/2016 às 16:31

Produtores rurais aprendem a ser empreendedores

Parceria entre Emater-DF e Senar capacitará 52 centros agrícolas em quatro anos. O objetivo é contribuir para geração de renda dos pequenos produtores e, assim, fortalecer a economia rural do DF

Por Ádamo Araujo, da Agência Brasília

Alunos durante aula ministrada no Seasa.

Cursos visam melhorar gestão na produção rural. Foto: Gabriel Jabur/Agência Brasília

Começou nesta quarta-feira (25) o primeiro módulo do curso sobre gestão de negócio rural para pequenos produtores participantes do programa Empreender e Inovar. A iniciativa é da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) em parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar). Nessa etapa, serão cinco aulas — sempre às quartas-feiras — sobre contabilidade, legislação, administração e realidade do agronegócio brasileiro.

O programa tem o objetivo de auxiliar empreendedores na gestão da propriedade. O lançamento do Empreender e Inovar foi em 17 de fevereiro, e o acompanhamento dos produtores ocorre desde janeiro — e seguirá até junho de 2016. “O maior desafio é mostrar que a gestão é tão importante quanto a produção”, enfatiza a coordenadora da iniciativa, Luciana Tiemann.

Número de participantes

Nesse primeiro ano do programa, foram selecionados sete participantes via edital – uma cooperativa, duas associações, dois produtores individuais e duas agroindústrias – juntamente com os extensionistas rurais da Emater, que prestam suporte técnico em suas propriedades. A partir das próximas seleções, serão 15 por ano, durante quatro anos, até capacitar um total de 52 participantes.

O primeiro módulo do curso ocorreu no Centro de Capacitação e Comercialização das Centrais de Abastecimento do Distrito Federal (Ceasa-DF). De acordo com as diretrizes do programa, a Emater prestará assistência aos empreendedores durante 18 meses, com o intuito de contribuir para a geração de renda dos produtores e, consequentemente, fortalecer a economia rural do DF. Após a fase das aulas, começam as visitas técnicas, primeiramente a cada 15 dias e, depois, uma vez por mês.

Suporte técnico

A assistência é feita por uma equipe multidisciplinar com profissionais especializados nas áreas de agronomia, zootecnia, gerenciamento e contabilidade. Os especialistas abordam temas ligados a balanços econômicos e estratégias de produção, divididos em três etapas: diagnóstico, aplicação do plano de gestão e acompanhamento.

De acordo com levantamento da empresa pública, o Distrito Federal tem 20 cooperativas, 151 associações (das quais, 11 de produtores de orgânicos, que escoam os produtos em 36 feiras) e 215 empreendimentos de processamento artesanal e agroindústrias.

O agricultor Valdir Oliveira, de 52 anos, dedica mais de 40 anos ao campo e, na opinião dele, o camponês tem muitas dificuldades quando o assunto é gestão do negócio. “Nós estamos acostumados a plantar e a colher, mas fazer o planejamento é complicado, pois vai além do nosso conhecimento prático”, completa o morador do Núcleo Rural Boa Esperança, em Ceilândia.

Atualmente ele cultiva 15 variedades de verduras e frutas em uma propriedade de 8 hectares, equivalente a 80 mil metros quadrados. Influenciado pelas condições climáticas e pela oferta e procura do mercado, a renda mensal de Valdir varia de R$ 3 mil a R$ 5 mil. “Minha expectativa após o programa é aumentar a produção e o lucro”, destaca.

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Edição: Gisela Sekeff