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04/10/2022 às 11:48, atualizado em 04/10/2022 às 14:57
Procedimento é fundamental para garantir que grandes construções sigam o projeto à risca, sem falhas de cálculo; mapeamento do terreno também gera maior economia e celeridade ao trabalho
Brasília, 8 de agosto de 2022 – “Vai mais pra direita”; “dá um passinho pra esquerda”; “agora, vem mais pra frente. Pronto, para aí!” Essas frases poderiam ter saído da boca de um manobrista. Mas, na verdade, são orientações de um topógrafo em plena atividade. Munido de uma estação total, o profissional é responsável por mapear toda a superfície do terreno durante uma obra – trabalho essencial em grandes construções, como o Túnel de Taguatinga.
[Olho texto=”“Temos o mapeamento de qualquer relevo, qualquer depressão, por menor que seja. Além disso, o projeto da obra é todo locado em cima de coordenadas e alturas. Cabe ao topógrafo localizar e marcar cada um desses pontos no terreno”” assinatura=”Renes Cândido, engenheiro” esquerda_direita_centro=”direita”]
A estação total é um equipamento eletrônico capaz de medir com exatidão ângulos verticais e horizontais, além de distâncias lineares. O instrumento usa coordenadas fornecidas via satélite para criar plantas topográficas, demarcar pontos para execução de terraplanagem e garantir que a construção siga à risca o que está no projeto. Até o volume de material a ser usado na obra pode ser calculado com a ajuda do instrumento.
“O levantamento topográfico permite o amplo conhecimento do solo em cima do qual a construção será erguida”, explica o engenheiro Renes Cândido. “Temos o mapeamento de qualquer relevo, qualquer depressão, por menor que seja. Além disso, o projeto da obra é todo locado em cima de coordenadas e alturas. Cabe ao topógrafo localizar e marcar cada um desses pontos no terreno.”
No Túnel de Taguatinga, a estação total conta com a ajuda de um prisma para permitir a leitura topográfica. O equipamento, comandado pelo topógrafo da obra, emite um laser, que é refletido pelo prisma e volta à estação. Assim, dados como distância e altura são automaticamente gravados na memória do instrumento.
“Precisamos sempre de duas pessoas para fazer o levantamento topográfico; enquanto comando a estação, um operário está lá longe, com o prisma”, conta o topógrafo Francisco Saraiva. “Nossa comunicação, feita por rádio, é fundamental para que o refletor seja posicionado no local correto.”
A quantidade de pontos marcados para que a construção seja fiel ao projeto varia. Em retas, a marcação pode ser feita a cada 20 metros. Em curvas, o espaçamento cai para 5 metros. “A depender da complexidade do projeto, a distância entre esses apontamentos pode ser de centímetros”, conta Francisco. “Não parece, mas usar a estação total possibilita uma medição muito ágil, com nível máximo de automatização”.