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04/10/2022 às 17:31, atualizado em 10/10/2022 às 15:19
O espaço ganhou dois parques, duas quadras de esporte, pontos de encontros, pergolados, anfiteatro, pista de cooper e área de convivência
Brasília, 22 de setembro de 2022 – O espaço entre as quadras 112 e 113 da Asa Sul está de cara nova. A área batizada de Praça Maria Cláudia Del’Isola – homenagem à jovem de 19 anos assassinada de forma brutal em 2004 no Lago Sul – foi completamente reformada pelo Governo do Distrito Federal (GDF). Foram investidos R$ 2,3 milhões pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap) para ajuste de equipamentos públicos e inclusão de outros, além da criação de novas áreas.
Com 14,8 mil metros quadrados, o local foi reaberto à comunidade nesta quinta-feira (22) com duas quadras profissionais – uma de tênis e outra poliesportiva –; dois parquinhos – um infantil e um para pets –; pontos de encontro comunitários, incluindo um adaptado para pessoas com deficiência; pista de cooper; bicicletário, pergolados, anfiteatro, mesas de xadrez e dama e xadrez humano. Além disso, a região ganhou reforço na iluminação e novas calçadas.
“Essa praça recebeu equipamentos novos e diferentes de outras praças que existem em Brasília. Hoje temos, por exemplo, uma praça para pets, xadrez humano e algumas árvores que não existiam antes estão sendo plantadas. Ampliamos a questão dos brinquedos para as crianças, a parte de atividade física e temos uma área de descanso e lazer com 11 pergolados, além do anfiteatro, que pode ser usado pela comunidade para apresentações”, explica o chefe do Departamento de Edificações da Novacap, Carlos Alberto Spies.
O projeto arquitetônico e urbanístico contou com a participação da comunidade das quadras. A intenção era homenagear a jovem que dá nome ao parque e uma outra mulher que foi vítima de estupro na região em 2018, criando um espaço de convivência e ocupação saudável para coibir atos criminosos.
“Até 2017, tínhamos esse terreno sem dono, com muitos traficantes e casos de roubo e furtos. Houve aquele momento crucial do estupro, em que a comunidade se mobilizou para tentar modificar, trazer vida para um local abandonado. Foi aquele trabalho de formiguinha. Batemos de porta em porta para viabilizar ações conjuntas”, lembra o prefeito comunitário da 113 Sul, Bruno Apolônio de Sousa Oliveira. Assim, nasceu o processo que uniu comunidade e governo.
Aprovada pela comunidade
Os tapumes ainda estavam sendo retirados quando o militar Amadeu Façanha, 64 anos, entrou com o cachorro Nicolau na praça. Morador da 112 Sul desde 2001, ele diz que havia muita expectativa da população para a devolução do espaço com as melhorias. “Sempre foi muito frequentado. É uma área de escape e de lazer, que a gente aproveita muito e tem um amor muito grande. Então este novo espaço vai ser fantástico. Gostei muito da obra”, avalia.
Os locais que mais chamaram a atenção de Façanha são a quadra de tênis e o parcão. “Como sou jogador de tênis, estou vendo ali a quadra de tênis, hoje de base asfáltica, uma das mais modernas. Hoje é um dia bem especial para quem mora aqui e está feliz com a abertura do nosso parcão”, completa.
Quem também estava feliz com a nova praça era o pequeno Leonardo, 2 anos. A todo momento ele pedia para a mãe, a empresária Vanessa Nunes, 42 anos, que o levasse ao parquinho para “estrear” o local onde algumas crianças já brincavam. “Vi os tapumes abaixados e falei para ele: ‘vamos lá ver como está’ e viemos direto para cá”, conta.
A empresária afirma que os moradores sempre frequentaram o espaço. “Há mais ou menos três anos era uma área bem degradada, bastante abandonada. Mesmo assim, a gente frequentava, porque era um espaço com árvores e gramas. Depois o GDF fez algumas melhorias e passou a ter cinco vezes mais pessoas do que antes. Depois dessa proposta de construir mais espaços, a gente estava numa esperança e expectativa muito altas. Saiu finalmente e está lindíssimo”, decreta. “Agora acho que vai aumentar a frequência em dez vezes mais pessoas”, completa.
Simbologia do projeto
O arquiteto da Novacap Thiago Morais Andrade foi o responsável pelo projeto. “Foi uma missão que recebemos lá na Novacap, muito interessante, porque foram duas demandas que se juntaram. Uma dos próprios moradores e das prefeituras que queriam melhorias para cá em relação à iluminação e aos vários equipamentos públicos, e outra do pessoal do Movimento Maria Cláudia Pela Paz, que tinha o intuito de encontrar um lugar em Brasília em que pudesse ser feita uma homenagem a ela”, explica.
Além da questão urbanística, o projeto levou em consideração simbologias para retratar as vítimas. Por isso, é possível encontrar no espaço o símbolo do infinito e do feminino na estrutura das áreas de passeio. A praça central conta com três pétalas que representam o nascimento, a morte e o renascimento. “Todos os símbolos estão representados na praça com desenhos através dos passeios. Ao mesmo tempo, melhoramos os equipamentos e dividimos a praça em setores”, comenta o arquiteto.
O setor mais próximo do Eixo Sul é dedicado ao esporte, depois há uma área apenas para recreação infantil e pet. Na parte de cima, a praça abriga o setor contemplativo e artístico, encabeçado pelo anfiteatro para ser usado pela população para apresentações.
Para manter as características de um espaço verde, a Novacap plantou novas mudas de ipês e de algumas plantas de paisagismo. Por enquanto, a área continuará com o alambrado a pedido da comunidade. Apesar disso, a praça continua sendo aberta ao público, que pode usar os equipamentos de forma gratuita.