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07/10/2022 às 11:18
Oficina promovida pela Emater no Córrego do Ouro ensina a aproveitar sobras de palhadas, reduzindo o custo de nutrição
[Olho texto=”“Consegue-se, a partir de um material ruim e de difícil degradabilidade, criar uma opção de alimento mais barata e fazer com que o animal não perca peso, não passe fome e não sofra com a estiagem” ” assinatura=”Ricardo Luz, extensionista da Emater” esquerda_direita_centro=”direita”]
Como parte da programação da Semana do Produtor Rural de Sobradinho 2022, cerca de 27 agricultores da região do Córrego do Ouro, na Fercal, participaram de uma oficina que ensinou a aproveitar sobras de palhadas, como alternativa de baixo custo para nutrição animal. Coordenada pelo zootecnista Ricardo Luz, extensionista da Emater, essa capacitação abordou técnicas para melhorar a digestibilidade animal de alimentos grosseiros, como casca de arroz, palhas de milho, feijão e soja e restos de cultura, e usá-los no consumo da criação animal.
O tema foi escolhido de forma estratégica para apresentar uma alternativa de alimentação animal mais barata em um ano atípico, em que a seca prolongada provocou aumento excessivo do preço da venda das silagens e de outras opções tradicionais. De acordo com Ricardo Luz, com a amonização – adição de amônia a palhadas, sobras de cultivos ou forragens muito fibrosas –, os restos de cultura, cascas e palhas sofrem uma quebra da parede celular das plantas, tornando-se disponíveis para alimentação de bovinos, caprinos e equinos.
“Com o emprego dessa tecnologia, que já é usada em várias regiões do país, é possível oferecer mais proteínas e energia para os animais, aumentando a digestibilidade do alimento e melhorando a palatabilidade de consumo”, resumiu o zootecnista. “Com isso, consegue-se, a partir de um material ruim e de difícil degradabilidade, criar uma opção de alimento mais barata e fazer com que o animal não perca peso, não passe fome e não sofra com a estiagem.”
Participante da oficina, o produtor rural José da Silva Ramos, secretário da Associação Mel da Terra, reforçou a importância das atividades desenvolvidas: “A partir de agora poderemos aproveitar melhor muitos alimentos que antes eram jogados fora. Ontem, quando cheguei à propriedade do meu pai, vi muita palha de bambu. Agora sei que ela pode ser aproveitada para enriquecer alimentos para o gado”.
Programa Reflorestar
Ainda dentro da Programação da Semana do Produtor Rural de Sobradinho, que se encerra neste domingo (9) no Parque Jequitibás, cerca de 20 agricultores familiares assinaram o cadastro de adesão à sequência do programa Reflorestar no Córrego do Ouro. Desde dezembro de 2021, já foram plantadas 4 mil mudas na região.
[Olho texto=” “Voltando as águas, voltam os animais, os peixes, os pássaros, tudo” ” assinatura=”Keila dos Santos Cardoso, produtora rural” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A produtora rural Keila dos Santos Cardoso lembrou que a comunidade precisa recuperar as áreas degradadas para a volta das águas dos rios. “O pessoal mais velho, embora por falta de conhecimento, degradou muito para fazer pastagem, fez queimadas para o plantio e acabou assoreando os rios, então a água acabou secando”, comentou. “Agora mesmo, o rio está no chão, bem seco, então a gente quer que as águas voltem. Voltando as águas, voltam os animais, os peixes, os pássaros, tudo”.
Aos poucos, a comunidade da região está se conscientizando sobre a necessidade de preservar. Produtores que participaram da primeira etapa do programa receberam 250 mudas de espécies nativas do cerrado, como jerivá, copaíba, ipê, angico, pequi e jatobá.
“As mudas são doadas pela Secretaria de Agricultura, por meio da Granja do Ipê, e nós da Emater organizamos os mutirões de plantio nas propriedades, envolvendo o trabalho de até 12 produtores por dia”, explicou o extensionista rural Gerlan Fonseca, do escritório da Emater em Sobradinho. “A prioridade tem sido reflorestar a nascente dos principais rios da região, como o Córrego do Ouro e o Córrego da Batalha, além das áreas de preservação permanente. Nossa meta é plantar em torno de 10 mil mudas até o final de 2023”.
Voltado aos agricultores familiares e pequenos produtores ocupantes de áreas públicas rurais administradas, o programa Reflorestar tem como objetivos a recuperação e proteção dos recursos hídricos, a conservação do solo e a capacitação e educação ambiental. A recomposição vegetal tem sido priorizada nas principais bacias hidrográficas do DF com a meta de preservar áreas de grande importância para o abastecimento de água à população.
Ainda durante a programação da Semana do Produtor Rural de Sobradinho, foram recolhidas mais de 200 embalagens vazias de defensivos. A ação teve o objetivo de orientar os produtores sobre a destinação correta das embalagens vazias desse material químico, além de reforçar os cuidados que o trabalhador rural deve ter com o meio ambiente e com a saúde de sua família. A campanha oferece o transporte das embalagens para pontos de recolhimento na Associação de Empresários do Agronegócio (Aeagro), que dá a esse material a destinação correta.
*Com informações da Emater