06/02/2023 às 11:16, atualizado em 06/02/2023 às 11:29

URE é referência para descarte correto de resíduos no DF

Mais de 7 milhões de toneladas de entulhos deixaram de ser descartados irregularmente desde a instalação da unidade

Por Agência Brasília* | Edição: Chico Neto

Com processamento mensal de mais de 123 mil toneladas de material, que é posteriormente convertido em restos da construção civil (RCC), a Unidade de Recebimento de Entulhos (URE) se destaca como o local de referência no Distrito Federal para o descarte correto de resíduos. A URE fica na área onde funcionava o antigo Lixão da Estrutural, fechado em 2018. 

Caminhões fazem cerca de 700 viagens diárias para transportar resíduos domésticos à URE | Foto: Divulgação/SLU

Desde que foi instalada, a URE já recebeu mais de 7 milhões de toneladas de entulhos. Já os resíduos domésticos e de grandes geradores agora tem lugar certo para sua destinação final, o Aterro Sanitário de Brasília (ASB) que conta com técnicas ambientalmente adequadas de proteção do solo e tratamento de chorume.

Parte desses resíduos recebidos pela URE é reciclada através de um britador que transforma o material em subtipos de produtos como areia, brita e rachão. Só em 2022 foram produzidas 257 mil toneladas desse britado que foram doados especialmente para as administrações regionais utilizarem na melhoria de vias rurais no Distrito Federal. 

São cerca de 700 viagens diárias de caminhão para transportar resíduos. Parte desse material é reciclada por um britador que transforma tudo em subtipos de produtos como areia, brita e rachão. 

“Além dessa produção de britados, o SLU [Serviço de Limpeza Urbana] também separa os materiais recicláveis que vêm junto com nas caçambas de RCC”, explica o diretor-presidente do SLU, Silvio Vieira. “O ferro é um desses materiais. Nós separamos e doamos para as cooperativas de catadores.”

Reciclagem

[Olho texto=”“Medidas simples nos ajudam a tornar a URE mais eficiente, como não misturar resíduos domiciliares em caçambas de entulho” ” assinatura=”Leonardo Yamada, coordenador de Recuperação de Orgânicos, Disposição e Destinação Final de Resíduos do SLU ” esquerda_direita_centro=”direita”]

 A atual presidente da Central de Cooperativas de Trabalhadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop), Aline Souza, que já atuou como catadora no antigo lixão, reconhece a importância do trabalho da URE na cadeia da reciclagem.

“O fechamento do lixão foi um marco para trazer dignidade e cidadania para os nossos catadores que de lá tiravam seu sustento”, aponta. “A maioria dos que aceitaram trabalhar em cooperativa está hoje dentro do nosso Complexo Integrado de Reciclagem. O espaço da URE complementa o trabalho que foi feito com os catadores nesse processo.” 

A separação dos resíduos exige atenção especial quando se trata de descarte de restos de obras, lembra o coordenador de Recuperação de Orgânicos, Disposição e Destinação Final de Resíduos do SLU, Leonardo Yamada. É importante saber separar o material.

“Medidas simples nos ajudam a tornar a URE mais eficiente, como não misturar resíduos domiciliares em caçambas de entulho, pois a cadeia de tratamento de resíduos da construção civil é diferente da cadeia de tratamento de resíduos domésticos, de forma que essa mistura prejudica a reciclagem de ambos”, orienta o gestor.

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Novos planos

A URE conta com o apoio de uma empresa especializada que promove estudos de monitoramento, além de manutenção e prevenção de riscos do local. Também atua no local o corpo técnico do SLU, formado por engenheiros civis, ambientais e de trabalho, além de biólogos.

Estudos do SLU preveem a vida útil remanescente da unidade em cinco anos, contados a partir de abril de 2022. 

Enquanto a URE segue em funcionamento dentro dessa perspectiva de vida útil, o SLU tramita um processo licitatório para a contratação de um novo projeto. Após esse contrato será dado sinal verde para implantação, operação e manutenção da nova área. 

*Com informações do SLU