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13/03/2023 às 20:21, atualizado em 13/03/2023 às 20:36
Cerca de 700 médicos e enfermeiros das sete regiões de saúde do DF participam de formação que amplia a qualidade e a capacidade de atendimento às crianças
Neste período em que a propagação de vírus respiratórios é ampliado, uma força-tarefa é formada para suprir a alta demanda do cuidado infantil. Como forma de contribuir para o aprimoramento da atenção prestada às crianças no Distrito Federal, cerca de 700 enfermeiros e médicos da Atenção Primária à Saúde (APS) participam de oficinas de capacitação para o enfrentamento da sazonalidade de doenças respiratórias.
O objetivo é capacitar os profissionais para atendimento a tosse, febre, doenças de ouvido e de garganta, de forma integrada. “A Atenção Primária à Saúde é a porta de entrada do SUS. Significa dizer que esses profissionais atuam como um filtro, organizando todo o fluxo de serviço na rede de saúde. Com esta formação, permitimos maior qualificação e segurança no atendimento às doenças respiratórias sazonais. Isso contribui não só para um atendimento de maior qualidade como também para a diminuição da alta pressão assistencial no serviço hospitalar neste período”, explica Julliana Macêdo, referência técnica de pediatria da Secretaria de Saúde do DF (SES-DF).
As aulas são ministradas visando ampliar a perícia de médicos e enfermeiros na identificação de sinais clínicos da criança, para uma rápida e adequada avaliação: encaminhando os casos urgentes para um hospital ou até mesmo orientando os cuidados e a vigilância dos responsáveis em casa.
Segundo a médica de família e comunidade responsável pelo curso, Fabiana Soares Fonseca, a maioria dos casos não são graves. “São sintomas leves que não precisam ser levados ao hospital, à UTI. Isso, inclusive, é algo que reforçamos no curso. É uma transformação cultural que nós mesmos precisamos promover. Assegurar a hierarquização do sistema, além de orientar e transmitir segurança para o paciente acerca de qual é o fluxo adequado a ser seguido no atendimento, é uma mudança que deve vir pelo próprio SUS”, reforça a instrutora.
Ao todo, foram disponibilizadas 100 vagas para profissionais de cada uma das sete regiões de saúde do DF. A Região Oeste, por exemplo, completou a formação na primeira semana de março. E já é possível sentir os efeitos na rotina das unidades básicas de saúde (UBSs).
“O impacto é direto, tanto na agenda médica quanto na qualidade de assistência do paciente. Como a capacitação é feita de modo compartilhado, unindo médicos e enfermeiros, é possível a discussão de casos com mais qualidade e objetividade, com um olhar mais integrado. Isso abrevia o tempo de espera do paciente: aqueles com sintomas leves são analisados e direcionados rapidamente; e os que demandam maior atenção têm o seu lugar garantido em razão dessa otimização”, atesta Daniel Santos, médico de família e comunidade na UBS 5 de Ceilândia.
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A metodologia ativa empregada na formação possibilita uma rápida aplicação do conhecimento adquirido, seja no atendimento ou na repercussão entre os profissionais. Diversos setores da UBS tiram proveito das técnicas aprendidas. “Tenho uma equipe de três pessoas junto a mim na sala de vacina. Já foi possível compartilhar e aplicar esse conhecimento com minhas colegas. Abre-se um horizonte para nós! A triagem para vacinação deixa de ser estritamente mecânica e passa a ser mais acolhedora. Já recebemos e orientamos mães que vieram para a vacinação com dúvidas e preocupações acerca dos sintomas dos filhos”, declara Raquel Aguiar, enfermeira de família e comunidade na UBS 15 de Ceilândia.
As oficinas são realizadas em dois turnos, sempre pela manhã e à tarde, com a intercalação dos profissionais, de modo a não prejudicar o atendimento à população. A previsão é de que até o final de março todas as regiões de saúde tenham concluído a capacitação.
*Com informações da Secretaria de Saúde do DF