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23/09/2016 às 18:28, atualizado em 24/05/2017 às 10:06
Categoria de melhor filme foi para Experiência Terra, de estudantes do Centro de Ensino Fundamental 1 do Riacho Fundo II. Resultado saiu nesta sexta (23), no Cine Brasília
Estudantes de colégios públicos ocuparam as poltronas do Cine Brasília para a premiação da etapa de ensino fundamental do 2º Festival de Filmes Curta-Metragem das Escolas Públicas de Brasília. Vinte produções de alunos do sexto ao nono ano concorreram em oito categorias. A de melhor filme foi para Experiência Terra, do Centro de Ensino Fundamental 1 do Riacho Fundo II.
“Nossa expectativa era mais para roteiro e melhor atriz. Quando surgiu a revelação de que o nosso filme ganhou, foi uma felicidade muito grande”, contou a estudante do oitavo ano Ana Cecília das Chagas, de 13 anos, responsável pelo roteiro. O curta aborda a experiência de ser enterrado.
De acordo com o professor Adriano Galvão, dentro de um projeto de educação ambiental e ecologia da escola, há uma linha voltada a vivências ambientais. “Uma das vivências é o que a gente chama de enterrado, onde cava-se um buraco no chão, a pessoa deita e a gente a enterra. Foi aí que uma das alunas, a roteirista desse filme, escreveu o relato dela; o relato ficou bacana, e a gente decidiu fazer um curta”, detalhou Galvão.
Neste ano, o evento — parte da programação do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro — homenageia o cineasta Sérgio Moriconi, que acompanhou a exibição dos curtas premiados na manhã de hoje e assistiu a uma produção audiovisual em sua homenagem, feita por alunos do Centro de Ensino Fundamental 209 de Santa Maria. “É uma responsabilidade enorme ser homenageado”, disse. “A gente espera que isso que está acontecendo aqui dê muitos frutos.”
Daniel Sena, de 18 anos, entende a importância de festivais como esse. O ex-aluno do Centro Educacional 8 do Gama foi premiado em 2015 na etapa que engloba o ensino médio. “Ganhei a primeira edição do festival e fiquei muito honrado. Para mim, é muito importante prestigiar o segundo festival”, disse ele, que está no segundo semestre de cinema na faculdade. Daniel já gostava de produzir, mas considera a participação no festival determinante na escolha do curso universitário.
Nesta sexta (23), além de compor a plateia, ele subiu ao palco para ajudar a entregar o prêmio de melhor direção para Pés no Chão, do Centro Educacional 14 de Ceilândia.
Os 20 curtas que concorriam foram exibidos em 31 de agosto no Cine Brasília, para alunos de 11 escolas públicas que participaram do festival. O júri foi formado por servidores das Secretarias de Cultura e de Educação. Além de melhor filme, as categorias são de melhor roteiro, direção, ator, atriz, montagem, fotografia e abordagem do tema Água e Saúde: uma agenda para a vida.
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“A aprendizagem gerada por uma atividade dessa é imensurável”, ressaltou o secretário de Educação, Júlio Gregório Filho. “Mesmo para aqueles que não tenham os filmes premiados, todo o investimento, a iniciativa e a criatividade estarão incorporados para o resto da vida e em qualquer atividade profissional que esse aluno venha a exercer”, frisou.
O festival voltado para escolas públicas é dividido em duas etapas. A segunda é para o ensino médio, o profissionalizante e a educação de jovens adultos (EJA). Os filmes dessa etapa serão exibidos no 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro na segunda-feira (26).
O secretário de Cultura, Guilherme Reis, avaliou que a relação entre cultura e educação precisa sempre ser incentivada. “Tão importante quanto trazê-los para dentro do ambiente do festival de cinema é levar o cinema para o ambiente escolar.”
Pela melhor abordagem sobre preservação da água, estudantes do Centro de Ensino Fundamental 1 do Cruzeiro subiram ao palco. “É uma grande honra estar aqui neste segundo festival”, destacou o roteirista da produção, Vinicius Kauan Alves Trajano, de 13 anos.
O professor Zaldo Borges reforçou a mensagem do curta. “Estamos vivendo uma crise hídrica, e o filme já fazia um prenúncio da importância de a gente preservar a água. O personagem passa a ter a consciência de que não pode estragar água e que tem que reaproveitar, e dá uma lição para o espectador.”
O curta levou ainda um dos prêmios de melhor ator para Daniel Pamplona dos Santos, que disse ter ficado surpreso: “Eu não esperava ganhar como melhor ator, fico feliz”, contou o estudante de 13 anos. Ele adiantou os planos: “Continuar fazendo mais vídeos e ganhando mais troféus”. No quesito melhor ator, a outra premiação ficou para Eberth Gleisson Souza, de Projeto água: a invasão, produzido por alunos do Centro de Ensino Fundamental 4 do Gama.
A melhor fotografia foi para Ego ou Eco, de alunos do Centro de Ensino Fundamental 209 de Santa Maria. A escola também ficou com o prêmio de melhor atriz para Ana Paula Rodrigues, no curta Bem me quer, mal me quer. O Centro de Ensino Fundamental 4 do Gama levou o prêmio de melhor montagem, com Projeto água: a invasão, e o de melhor roteiro, com Tem alguém aí?.
Parceiro do 2º festival, o Centro Universitário Iesb oferecerá oficina de audiovisual para os alunos vencedores. Já o Espaço Cult premiou com cursos na área de cinema os professores e os estudantes responsáveis pelo melhor roteiro (Tem alguém aí?) e pela melhor direção (Pés no chão).
Edição: Marina Mercante