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28/09/2016 às 21:56, atualizado em 13/10/2016 às 16:52
Edital lançado pelo governador Rodrigo Rollemberg nesta quarta-feira (28) garante recursos para construir centros de triagem destinados a resíduos sólidos
Foi lançado na noite desta quarta-feira (28) o edital de licitação para a construção da Central de Tratamento de Resíduos Sólidos da Estrutural. O documento validado pelo governador de Brasília, Rodrigo Rollemberg, é a primeira etapa para o início da obra que contará com três centros de triagem e um de comercialização. “Hoje é um dia emocionante, que valoriza um dos segmentos mais importantes e mais invisíveis da sociedade”, disse o governador a cerca de 300 catadores de materiais recicláveis presentes na solenidade, no auditório do Museu Nacional.
“Temos o compromisso, a missão de transformar a realidade da coleta seletiva no DF, para isso precisamos do trabalho dos catadores e das cooperativas”, reforçou Rollemberg, acompanhado da esposa, Márcia Rollemberg, colaboradora do governo.
Parte de uma série de ações do governo de Brasília para o fechamento do aterro controlado do Jóquei, a iniciativa atende à demanda de milhares de catadores de materiais recicláveis que trabalham na região. “Juntos nessa luta conseguiremos garantir a sustentabilidade em Brasília”, destacou o governador, que se colocou à disposição dos profissionais e de suas demandas.
[Olho texto='”Temos o compromisso de transformar a realidade da coleta seletiva no DF.”‘ assinatura=”Rodrigo Rollemberg, governador de Brasília” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
A construção contará com R$ 21,3 milhões do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). Contrapartida do governo de Brasília será usada para reformar dois centros e construir outros dois. De acordo com o SLU, o edital de licitação para essas quatro obras está em fase final de elaboração.
O secretário do Meio Ambiente, André Lima, ressaltou o trabalho dos profissionais como uma necessidade vital para Brasília. “Esse pequeno grande passo que damos hoje trará uma condição mais humana para todos nós; precisamos reconhecer e valorizar os catadores.” Lima disse ainda que o momento agora é de organização e de cooperação entre todos os envolvidos. “Precisamos de compromisso com essa mudança.”
[Olho texto='”Precisamos reconhecer e valorizar os catadores de Brasília.”‘ assinatura=”André Lima, secretário do Meio Ambiente” esquerda_direita_centro=”direita”]
A representante da Central de Cooperativas de Catadores de Materiais Recicláveis do Distrito Federal, Aline Sousa, agradeceu às autoridades o que considera uma oportunidade de os catadores mostrarem suas vozes. “É disso que precisamos, uma das nossas maiores lutas é pela conversa direta com o governo”, reforçou Aline, ao entregar ao governador de Brasília uma carta assinada por catadores de todo o País com as principais reivindicações da categoria.
“Hoje é um dia muito importante para nós, queremos lutar por um trabalho digno e por moradia de qualidade”, acrescentou o presidente do Movimento Nacional dos Catadores de Materiais Recicláveis, Ronei Alves da Silva, que agradeceu o compromisso do Executivo com o setor.
Após os discursos, os presentes assistiram ao longa-metragem Catadores de História, de Tania Quaresma, premiado nas categorias de melhor longa-metragem e melhor fotografia da Mostra Brasília do 49º Festival de Brasília do Cinema Brasileiro. A exibição foi no auditório do Museu Nacional, que recebe até 7 de outubro a exposição Reflexões sobre “Lixo”, Consumo e Impermanência.
A área a ser construída será de 11.709,76 metros quadrados (m²) e fica no Pátio Ferroviário, no Plano Piloto, próximo à Cidade do Automóvel, às margens da Via Estrutural (DF-095). Ali haverá três centros de triagem de resíduos sólidos secos, com 2.825,6 m² cada um, para receber o material da coleta seletiva e o respectivo tratamento (triagem, classificação e prensagem); um centro de comercialização com 3.198,7 m², para os catadores venderem os materiais; e uma guarita para controlar o acesso, com 34,26 m². A estimativa da Secretaria do Meio Ambiente é que o local abrigue mais de 1,1 mil postos de trabalho.
O terreno onde os centros serão erguidos é da Secretaria do Patrimônio da União, que cedeu à Central de Cooperativas de Materiais Recicláveis do Distrito Federal (Centcoop) uma área de 76.434,06 m². O contrato tem vigência de 20 anos, podendo ser prorrogado.
A construção de centros de triagem é um dos requisitos para o encerramento das atividades irregulares no aterro controlado do Jóquei. Além dos três em questão, está previsto erguer outros dois, em terrenos do SLU, com verba do governo de Brasília, como contrapartida pelo apoio do BNDES. Eles ficarão nas usinas centrais de tratamento de lixo da Asa Sul e do P Sul.
Também com dinheiro local, dois galpões de cooperativas, no Setor de Indústria e Abastecimento (SIA) e no Setor Complementar de Indústria e Abastecimento (Scia), passarão por reforma, o que permitirá ampliar a capacidade de trabalho dos catadores.
O projeto anterior previa a construção de 12 centros de triagem em diversos lugares de Brasília: oito com recursos do BNDES e quatro com recursos do governo local. Cada centro teria 1,2 mil m² e um de comercialização com 3 mil m². A proposta precisou ser remodelada para que se adequasse ao repasse do banco federal. No entanto, o tamanho de cada centro aumentou — incluindo os quatro a serem reformados e construídos pelo governo de Brasília.
Edição: Raquel Flores