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07/10/2016 às 14:53, atualizado em 06/12/2016 às 17:59
Relatório, que reúne exemplos bem-sucedidos e necessidades de melhorias, foi entregue nesta sexta-feira (7) pela Controladoria-Geral à Secretaria de Saúde, em cerimônia no Palácio do Buriti
Diferentemente do informado anteriormente pela Controladoria-Geral, 63 unidades básicas de saúde receberam as visitas, e não 65.
Cidadãos do Distrito Federal auditaram 63 unidades básicas de saúde que contêm a Estratégia Saúde da Família. O resultado das visitas, feitas por 300 pessoas em 10 de junho, foi apresentado pela Controladoria-Geral do Distrito Federal nesta sexta-feira (7), no Salão Nobre do Palácio do Buriti. Os relatórios foram entregues ao secretário de Saúde, Humberto Fonseca, e à colaboradora do governo Márcia Rollemberg por um grupo de alunos do Centro de Ensino Fundamental 404 de Samambaia.
Com a versão simplificada de uma matriz de auditoria interna, os voluntários checaram itens relacionados à estrutura física, à farmácia e aos equipamentos e insumos de cada centro de saúde. Eles também fizeram uma pesquisa de opinião com os pacientes. Para Márcia, o processo de envolvimento da sociedade na gestão pública deve ser permanente. “Com isso, estamos formando cidadãos mais atentos à importância de sua participação no dia a dia do Estado.”
[Olho texto=”Após os 120 dias, as equipes retornarão para verificar se os problemas foram solucionados” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”direita”]
Foram levantados, durante a auditoria cívica, 2.871 pontos que necessitam ser melhorados em um prazo que varia de imediato (para os mais simples) a 120 dias (os complexos). “Esse processo é muito importante, pois dá ao governo a oportunidade de conhecer nossos problemas e melhorá-los”, resumiu o controlador-geral do DF, Henrique Ziller.
Após os 120 dias, as equipes retornarão para verificar se os problemas foram solucionados. Depois, as outras cerca de 50 unidades básicas de saúde que têm a estratégia no DF receberão as visitas. Houve sorteio para definir quais integrariam a primeira parte do projeto.
“Tem muita coisa pontual, que dá para ser resolvida pela própria coordenação do lugar, como falta de controle e problemas de organização”, disse o subcontrolador de Transparência e Controle Social, da Controladoria-Geral, Diego Ramalho Freitas. Os casos mais graves, segundo ele, referem-se à estrutura. “A gente entende que, quando o cidadão está na ponta, é muito mais fácil ele perceber a realidade do que um auditor nosso, por exemplo”, acrescentou.
Os reparos simples envolvem cuidados como implementação de espaço para resíduos sólidos e de armários nos banheiros para os funcionários. Entre os pontos que precisam de maior investimento está a construção de um consultório odontológico.
A avaliação de quem usa os serviços das unidades básicas foi vista pelos gestores como positiva. Riacho Fundo, por exemplo, teve nota média 9, enquanto Candangolândia, Gama, Samambaia, Santa Maria, Sobradinho e Taguatinga, 8. Brazlândia, Ceilândia, Itapoã, Paranoá, Planaltina, Recanto das Emas e São Sebastião tiveram a média 7. As menores notas foram as apuradas na Estrutural, que também envolve o Guará (5), e na Granja do Torto (6). Foram feitas 386 pesquisas de opinião no total.
Para o subcontrolador Freitas, é nítida a relação mais próxima entre os pacientes e as equipes de saúde das unidades básicas. “Os lugares, em geral, são bem-vistos pelo cidadão. E é importante ressaltar que estamos falando da atenção primária.”
Segundo o secretário de Saúde, a pasta já vem implementando ações para melhorar a atenção primária. “É prioridade do governo investir na saúde básica e na Estratégia Saúde da Família, com característica resolutiva. É importante que a população conheça as equipes que a atende e as equipes conheçam a população.”
[Olho texto='”É prioridade do governo investir na saúde básica e na Estratégia Saúde da Família, com característica resolutiva.”‘ assinatura=”Humberto Fonseca, secretário de Saúde” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Entre as iniciativas, Fonseca citou a articulação para alterar a forma de acesso à atenção primária, de maneira que os pacientes sejam atendidos mais rapidamente e a definição de serviços padrões esteja disponível em todas as unidades. De acordo com o secretário, agora a pasta trabalhará para atender aos pontos levantados na auditoria.
As visitas às unidades de saúde duraram um dia, mas tiveram cerca de quatro meses de preparação. Os voluntários foram capacitados e levaram aos locais listas com 254 itens que teriam de verificar. Em cada equipe, foi feito um esforço para que houvesse pelo menos uma pessoa que usa os serviços do local.
“O gestor terá um material muito rico, feito pelo cidadão e in loco”, avalia o subcontrolador de Transparência e Controle Social. Segundo ele, a medida é uma novidade e deve ocorrer constantemente, inclusive em outras áreas do governo.
Durante as inspeções, os auditores cívicos também foram orientados a buscar exemplos que pudessem ser replicados em outros locais. Diante disso, a Controladoria-Geral selecionou seis pessoas para serem homenageadas nesta tarde.
O médico Frederico Coelho, de 56 anos, foi uma delas. Ele é um dos criadores de um sistema que organiza a demanda reprimida por especialista e evita que a pessoa vá até a Clínica da Família 2 de Sobradinho para marcar a consulta pessoalmente. Com a plataforma, o encaminhamento do paciente é on-line, e ele é avisado por telefone. A novidade ainda permite que um médico classifique a necessidade do atendimento baseado na gravidade de cada caso. Ou seja, a fila é por ordem de estado de saúde, e não de marcação.
Edição: Marina Mercante