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20/06/2024 às 19:33, atualizado em 21/06/2024 às 09:41
Com edições anuais, a ação reforça o trabalho ambiental durante o período de estiagem no DF, visando a uma resposta mais rápida às ocorrências devido às condições climáticas da seca
Esta quinta-feira (20) o inverno teve início no hemisfério sul. No Distrito Federal, a chegada da estação é marcada por temperaturas mais frias, clima seco e estiagem. Para preservar o Cerrado em um período em que acontecem mais situações de incêndios florestais, a Operação Verde Vivo (OPVV) 2024 entrou em uma nova fase, em que os trabalhos são intensificados. A nova etapa foi apresentada em solenidade durante a tarde na Praça do Buriti, em frente ao Palácio do Buriti.
“Essa operação já vem acontecendo, só que mais na parte preventiva. Agora que está aumentando a seca e serão intensificadas as queimadas, a gente vai ter que trabalhar de forma mais atuante no combate em si. Nessa fase nós vamos nos colocar à disposição do combate ao incêndio florestal de forma que a gente tenha o mínimo de dano possível à natureza”, explicou o comandante-geral do Corpo de Bombeiros Militar do Distrito Federal (CBMDF), Sandro Gomes. Nos períodos mais críticos, os bombeiros chegam a receber 300 ocorrências por dia.
Coordenada pelo CBMDF desde 1999, a operação terá o reforço das ações da corporação no sentido de conscientizar, prevenir e combater as queimadas florestais, visando à proteção do meio ambiente, dos animais e da população. Participam 500 bombeiros, 27 caminhonetes, 24 caminhões-tanque, 22 caminhões de transporte da tropa, dois aviões e dois helicópteros, além de instituições parceiras. Outra medida foi a convocação de 150 brigadistas do Instituto Brasília Ambiental.
“As nossas atividades começaram no mês de março com a conscientização da população e aproximação dos órgãos do Distrito Federal que trabalham com a preservação do meio ambiente. Nesse momento, está se iniciando o período mais crítico de estiagem e estaremos com força máxima”, revelou o comandante do Grupamento de Proteção Ambiental da CBMDF, tenente coronel Daniel Saraiva. “Aqui vale destacar a participação do cidadão que é a nossa maior fonte de informação. Além disso, fazemos o monitoramento via satélite e as rondas nas aeronaves no período mais crítico, às 10h e às 13h”, acrescentou.
Para poder contar com 500 militares na operação, o Corpo de Bombeiros capacitou a categoria com curso de formação especializada de oito semanas e requalificou bombeiros que já tinham especialização em incêndio florestal. Além disso, a corporação conta com novas ferramentas de combate e empregará mais viaturas para transporte de água durante toda a operação.
Emergência ambiental
“A Operação Verde Vivo é fundamental para que a gente faça a prevenção e o combate aos incêndios florestais no DF. Os Bombeiros são grandes parceiros do Ppcif”, destacou o secretário de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema), Gutemberg Gomes. “O DF já sofre com as emergências climáticas e com os efeitos da La Niña [fenômeno natural oposto ao El Niño que gera mudanças significativas nos padrões de precipitação], então a perspectiva é de termos um tempo mais seco, o que propicia mais incêndios”, completa.
O titular da pasta disse que, por isso, a Sema faz blitzes educativas e o monitoramento de locais de risco nas áreas rurais. Gutemberg Gomes também lembrou que o governador Ibaneis Rocha prorrogou este ano o decreto de emergência ambiental no Distrito Federal o que possibilitou a preparação dos órgãos que compõem o Sistema Distrital de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais que executa o Plano de Prevenção e Combate aos Incêndios Florestais do Distrito Federal (Ppcif) para otimizar recursos humanos e materiais em relação às queimadas.
Encabeçado pela Sema, o grupo conta com o Jardim Botânico de Brasília (JBB), o Instituto Brasília Ambiental, a Defesa Civil, o Corpo de Bombeiros Militar, a Polícia Militar, a Secretaria de Saúde (SES), a Fundação Jardim Zoológico de Brasília, a Companhia Urbanizadora Nova Capital (Novacap), a Companhia Ambiental de Saneamento do Distrito Federal (Caesb), o Serviço de Limpeza Urbana (SLU), Secretaria de Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural (Seagri), Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF), Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e administrações regionais, além do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais (Ibama), do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), do Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet), da Universidade de Brasília (UnB), da Marinha, da Aeronáutica e do Exército.
Conscientização da população
Apesar do clima do Distrito Federal ser propício, a ação humana é responsável por 90% dos incêndios florestais. As principais causas são queimas de plantios, pastagens e de lixo, atos de vandalismo, fogueiras e acidental. Por isso, a corporação orienta que a população evite queimadas e em caso de necessidade ou focos de incêndio entre em contato pelo 193.
“Sabemos que esse período da seca é crítico e normalmente os bombeiros conseguem atuar rapidamente debelando todos os incêndios, mas a preocupação é para que os incêndios não ocorram. Nesse ponto pedimos auxílio da imprensa e da população evitando as queimadas, principalmente nas áreas rurais próximas de matas e parques. A responsabilidade também é nossa como cidadãos”, apontou o secretário-executivo de Segurança Pública, Alexandre Patury.