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04/07/2024 às 14:34, atualizado em 05/07/2024 às 20:15
Integrantes das secretarias de Relações Internacionais e de Turismo representaram a capital, que é reconhecida pelo design
Patrimônio Cultural da Humanidade pela Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), Brasília também recebeu da entidade, em 2017, o título de Cidade Criativa do Design. E é graças a ele que a capital federal é convidada a participar das conferências anuais da Rede de Cidades Criativas da Unesco. A 16ª edição termina nesta sexta-feira (5), em Braga, Portugal.
Participam do evento representantes das 354 cidades criativas, de mais de 100 países do mundo. O objetivo é promover o intercâmbio de experiências e de estratégias de desenvolvimento entre elas. O tema deste ano é “Trazendo a juventude à mesa para a próxima década”.
Brasília foi reconhecida como Cidade Criativa do Design em 2017, mesmo ano em que completou três décadas como Patrimônio Cultural da Humanidade
Brasília é representada por integrantes da Secretaria de Relações Internacionais (Serinter) e da Secretaria de Turismo. Subsecretário de Programas e Ações Integradas às Regiões Administrativa da Setur, Franklin da Cruz Martins ressalta que o título de cidade criativa ajuda não apenas o turismo da capital: “Esse título vem não só como uma chancela. Não é só o orgulho, é a possibilidade de entrar no roteiro do mundo, se apresentando como uma cidade da economia criativa. E Brasília tem todas as práticas necessárias para isso, na receptividade, na cultura, no meio ambiente…”
O subsecretário, que está em Braga, ainda afirma que há conversas para Brasília receber uma futura edição da conferência global. Para o próximo ano, está confirmado que a capital federal sediará um encontro das 14 cidades criativas brasileiras. “A ideia é ser um ponto de referência para o mundo – quando se falar em design, lembrar de Brasília”, aponta Franklin.
Outra que também está no evento, Malu Lourenço, assessora especial da Serinter diz que o encontro tem sido “muito produtivo”. “Brasília vem crescendo na área de cooperação internacional e aqui temos muitas cidades mundiais dispostas a criar intercâmbios de conhecimento”, avalia. “Temos muito a oferecer e muito a aprender também. A rede engloba cidades de todos os continentes que têm seus desafios e qualidades prontos para compartilharem com a capital. Atualmente, o DF já apresenta grandes projetos, principalmente na área de desenvolvimento social que, para nosso governo, são executáveis, mas para outras cidades, são projetos inovadores. Podemos contribuir com isso”, acrescenta.
Já o secretário de Relações Internacionais enfatiza que a participação na conferência serve “justamente para promover essa conexão de Brasília com as outras cidades do mundo, abrindo os canais diplomáticos para possíveis cooperações com as mais diversas cidades”. “Apenas 230 cidades do mundo estiveram presentes na conferência e Brasília está entre elas.”
Criada em 2004, a Rede de Cidades Criativas da Unesco engloba localidades reconhecidas por um dos sete pilares da indústria criativa e cultural: artesanato e artes folclóricas, design, cinema, gastronomia, literatura, artes midiáticas e música. A próxima edição da conferência anual está marcada para 2025 e terá como sede a cidade de Querétaro, no México – outra reconhecida pelo design. O tema escolhido foi “Compartilhando cidades”.
Design
Brasília foi reconhecida como Cidade Criativa do Design em 2017, mesmo ano em que completou três décadas como Patrimônio Cultural da Humanidade. Para o publicitário e pesquisador João Amador, que se debruça sobre a história da capital, o título “valoriza a cidade, que é muito reconhecida pelo arquitetônico”.
“Até moderniza a visão que o mundo tem de Brasília, de cidade design, algo que vai além da arquitetura. Às vezes, há uma visão de que Brasília é uma cidade muito engessada, tombada, onde tudo é imóvel… E é importante o mundo ver que ela está antenada com as novas tendências, com as grandes metrópoles”, avalia.
Além da capital brasileira, outras 50 cidades são reconhecidas pelo design. Entre elas, Dubai, nos Emirados Árabes Unidos; Berlim, na Alemanha; Buenos Aires, na Argentina; e as brasileiras Fortaleza e Curitiba.