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10/07/2024 às 19:00, atualizado em 10/07/2024 às 19:13
A ação contou com 26 brigadistas florestais e servidores de outros órgãos do GDF, cobrindo 20 km de aceiros às margens das rodovias DF-345 e DF-128
Uma das principais medidas do Governo do Distrito Federal (GDF) para controlar e prevenir os casos de incêndios florestais é a queima controlada, também chamada de aceiros. Essas ações são realizadas todos os anos para retirar o mato seco e impedir que o fogo se alastre, especialmente no período de seca. A primeira queima controlada de 2024 ocorreu em abril, em uma área de 70 hectares, próxima à Lagoa Bonita.
Desta vez, a medida ocorreu no perímetro da Estação Ecológica de Águas Emendadas (Esecae), às margens das rodovias DF-345 e DF-128. A ação contou com 26 brigadistas florestais e mais seis servidores do Instituto Brasília Ambiental, além de servidores do Departamento de Estradas de Rodagem (DER-DF) e do Corpo de Bombeiros Militar do DF (CBMDF).
Foram 20 quilômetros cobertos pelas equipes nesta quarta-feira (10), além de nove quilômetros feitos na terça-feira (9). Em 2023 foi mapeada apenas uma ocorrência de incêndio florestal na Esecae, quando foi queimada uma área de 1,52 hectares, o que equivale a 0,02% da unidade de conservação.
Com mais de 10,5 mil hectares, a estação ecológica é uma das principais unidades de conservação do Distrito Federal, com grande importância sobretudo para os recursos hídricos, desenvolvimento de pesquisas científicas e atividades de educação ambiental.
“Qualquer fogo que entra, a gente tem um prejuízo ambiental muito grande”, afirma a superintendente de Unidade de Conservação, Biodiversidade e Água do Brasília Ambiental, Marcela Versiani. A gestora acrescenta, ainda, que o principal objetivo da ação é acabar com a vegetação exótica que fica às margens da rodovia, para que esta não se torne um combustível para o fogo no futuro.
Fogo contra fogo
O diretor substituto de Manejo Integrado do Fogo do Brasília Ambiental, Albino Luciano Simões Antônio, explica que, para realizar os aceiros, o solo é molhado ao redor de toda a área, na chamada linha fria. O fogo é ateado em oposição à direção do vento para garantir que se espalhe devagar e, enquanto isso, os brigadistas fazem o controle do fogo com sopradores de ar. Caso seja necessário, o caminhão do Corpo de Bombeiros está pronto para intervir. A medida também serve como treinamento entre as equipes para situações extremas.
“É uma ação programada há algum tempo, vem de um estudo com tudo já acordado antes de acontecer. A gente coloca fogo em uma área justamente para evitar incêndios em outra que a gente quer preservar. Colocamos fogo sempre na margem da rodovia, então também há menos chance de atingir os animais, porque eles normalmente estão na área preservada”, destaca.
A Secretaria de Meio Ambiente e Proteção Animal (Sema) coordena o Plano de Prevenção em Combate aos Incêndios Florestais (PPCIF) no Distrito Federal, constituído por 23 instituições. No início do ano há um curso de formação para brigadistas, que são contratados pelo Brasília Ambiental por meio de edital, após a conclusão do certificado de 40 horas. Diversos cursos de capacitação também são oferecidos ao longo do ano pelas pastas, mantendo a iniciativa sempre em atividade.
Segundo a coordenadora do PPCIF, Carolina Schubart, o apoio de multiagências reforça o trabalho no Distrito Federal e, sem a união de forças das diversas instituições, não seria possível a realização da ação. “Julho ainda é considerado um período em que a gente realiza ação preventiva. A ideia é a gente conseguir baixar esse material combustível, que é essa vegetação alta. O fogo está sob controle, a gente maneja e consegue apagá-lo”, reforça a coordenadora.
Central de denúncias
Para quem deseja denunciar queimadas ilegais ou ocorrências relacionadas a incêndios florestais, agora pode contar com a nova Central de Denúncias de Incêndios Florestais, lançada esta semana pelo Instituto Brasília Ambiental. O número é o 99224-7202, para ligações e WhatsApp.