22/07/2024 às 18:23

Nova técnica agiliza tratamento de pacientes com antibióticos no HRSM

Trabalho no Laboratório de Microbiologia do Hospital Regional de Santa Maria identifica mecanismos de resistência com testagem manual

Por Agência Brasília* | Edição: Débora Cronemberger

O Laboratório de Microbiologia do Hospital Regional de Santa Maria (HRSM) implementou uma nova técnica de testagem de antibióticos de última geração, o que possibilita dar maior celeridade ao tratamento de pacientes internados com bactérias multirresistentes.

Processo feito no Laboratório de Microbiologia do HRSM permite que os antibióticos sejam testados de maneira mais rápida | Foto: Davidyson Damasceno/IgesDF

Trata-se da implantação de métodos fenotípicos que contribuem de forma significativa no âmbito laboratorial para auxiliar e orientar a antibioticoterapia mais adequada, tanto quanto econômica, atuando na luta contra a resistência bacteriana. O método começou a ser realizado desde fevereiro. A técnica consiste em identificar mecanismos de resistência com testagem manual, em que é possível descobrir algumas resistências.

“No pós-covid percebemos o aumento de bactérias mais resistentes com o uso de múltiplas medicações. Por isso, com a testagem desses antibióticos de última geração, conseguimos dar mais opções de tratamentos para os médicos utilizarem”

Lucilene de Moraes, analista de laboratório

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), o aumento da resistência bacteriana é considerado um dos grandes problemas em saúde da atualidade. Por isso, a realização do antibiograma é de suma importância para nortear a equipe médica em relação à conduta terapêutica, contribuindo para o uso racional de antibióticos, minimizando falhas e aumentando a sobrevida do paciente, assim como, ajuda a mapear por meio dos fenótipos os perfis predominantes em cada comunidade ou unidade hospitalar.

Atualmente, o antibiograma é realizado por diferentes equipamentos de automação e técnicas manuais que detectam mecanismos de resistência, que por sua vez, confirmam os resultados apresentados pela automação.

“Através da técnica, conseguimos detectar e identificar bactérias que são resistentes a determinados farmacológicos e antibióticos. Os perfis não esperados são analisados e testados aqui para ajudar na rapidez do tratamento, pois identificamos quais são os melhores medicamentos para uso e fazemos o perfil epidemiológico na unidade”, explica o técnico de laboratório, Marlon Neris.

Com a implementação da técnica no próprio Laboratório de Microbiologia, o HRSM ganha vários benefícios, como o maior giro de leitos, a concentração inibitória mínima (MIC), que é tratar o paciente com uma dose menor para a bactéria, evitando administrar altas dosagens de antibióticos.

“Além disso, no pós-covid percebemos o aumento de bactérias mais resistentes com o uso de múltiplas medicações. Por isso, com a testagem desses antibióticos de última geração, conseguimos dar mais opções de tratamentos para os médicos utilizarem”, destaca a analista de laboratório Lucilene de Moraes.

Hoje, a testagem feita no Laboratório de Microbiologia permite que os antibióticos sejam testados de maneira mais rápida. “Agora, mandamos para o Lacen apenas os casos em que detectamos mais de uma resistência, para que lá seja feita a testagem de genes de bactérias”, informa o analista de laboratório Lucas Lemes.

A equipe do Laboratório de Microbiologia trabalha em conjunto com o Núcleo de Controle de Infecção Hospitalar (NCIH) na utilização dos novos antibióticos testados pela nova técnica. Os medicamentos são utilizados em pacientes internados na Unidade de Terapia Intensiva (UTI).

*Com informações do IgesDF