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23/11/2016 às 16:16, atualizado em 07/12/2016 às 13:46
Área restrita fica entre o Lago Sul – QL 4, QL 6 e QL 8 – e a L4 Sul, no trecho que vai da Ponte Honestino Guimarães à Estação de Tratamento do Esgoto Sul
A Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil (Novacap) começou a instalar placas para alertar banhistas e pescadores a não ficarem na parte do Lago Paranoá afetada por cianobactérias. Uma sinalização já está fixada e outras quatro, a serem fornecidas pelo Departamento de Estradas de Rodagem do Distrito Federal (DER-DF), serão colocadas a partir de quinta-feira (24).
Não é todo o lago que receberá avisos, pois a maior parte da água está em boas condições para uso. A área afetada é restrita aos trechos entre o Lago Sul – QL 4, QL 6 e QL 8 – e a L4 Sul, no braço sul do Riacho Fundo, entre a Ponte Honestino Guimarães e a Estação de Tratamento do Esgoto Sul.
A Agência Reguladora de Águas, Energia e Saneamento Básico do Distrito Federal (Adasa) fez coletas na região e as enviou para análise no laboratório Conágua Ambiental, em Goiânia. Os resultados estão previstos para o início de dezembro.
[Olho texto=”“O Lago Paranoá é conhecido como o único lago tropical urbano no mundo a ser despoluído dessa forma”” assinatura=”Luiz Rios, superintendente de Estudos, Programas, Monitoramento e Educação Ambiental do Ibram” esquerda_direita_centro=”direita”]
Ao longo de mais de duas décadas, o reservatório recebeu investimentos para a limpeza da água. “O Lago Paranoá é conhecido como o único lago tropical urbano no mundo a ser despoluído dessa forma”, observa o superintendente de Estudos, Programas, Monitoramento e Educação Ambiental do Instituto Brasília Ambiental (Ibram), Luiz Rios. “Como referência, basta pensar na situação atual de outros reservatórios brasileiros, como a Pampulha [MG], Rodrigo de Freitas [RJ] ou Ibirapuera [SP].”
Também conhecidas como algas azuis ou bactérias cianofíceas, as cianobactérias ocorrem naturalmente nos lagos tropicais. São bioindicadores da presença de material orgânico na água. As origens podem ser diversas, como emissão de esgotos, uso de adubos ou detergentes, escoamento superficial das águas das primeiras chuvas ou suspensão do material do fundo do reservatório devido a vento, correnteza ou mudança de temperatura.
Tanto o lago como seus afluentes, por serem rodeados por cidades e bairros, recebem monitoramento constante. Tudo que é lançado dentro da bacia, delimitada pela DF-001, vai parar na água. Qualquer acidente ou lançamento clandestino impacta diretamente. A estranheza com a presença das cianobactérias no Lago Paranoá, que sempre as teve, ocorre porque investimentos substanciais para a limpeza da água foram feitos ao longo de mais de duas décadas.
As algas podem causar irritação na pele, nos ouvidos ou nos olhos. A análise das coletas pode detectar outras substâncias que provocam problemas gástricos e hepáticos.
Edição: Paula Oliveira