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05/09/2024 às 13:40, atualizado em 05/09/2024 às 23:02
Em meio à seca, as árvores coloridas estão espalhadas pelo Distrito Federal e, aos cuidados da Novacap, florescem em grupos harmoniosos
Florescendo praticamente juntos este ano, os ipês transformam o cenário de seca da capital federal em um cartão postal colorido. Com o calendário de floração alterado pelas mudanças climáticas, o ipê-branco floresceu mais cedo, juntando-se ao rosa e também ao amarelo e ao roxo.
Atualmente são cerca de 270 mil ipês, de diversas cores, por toda a cidade. A previsão é de plantar mais 40 mil mudas pelo Distrito Federal ainda neste ano, segundo a Companhia Urbanizadora da Nova Capital (Novacap).
O chefe de Departamento de Parques e Jardins da Novacap, Raimundo Silva, explica que as flores dos ipês amarelo e roxo perduram mais, enquanto no ipê-branco a flor cai após cerca de cinco dias de florada. De duração efêmera, a espécie é encontrada nas matas ciliares e matas secas do Distrito Federal e das regiões Centro-Oeste e Sudeste.
“É o mesmo cultivo para todos, mas procuramos criar grupos com cores iguais no DF. Precisamos ter uma cidade com arborização harmoniosa, até para evitar pragas e doenças”, detalha o gestor. Ele reforça que a florada antecipada das espécies deve-se ao fator climático, que faz com que todas as espécies se antecipem ao sentir a baixa umidade. “A planta sente que aquilo pode propiciar uma possível morte e procura deixar sementes para perpetuar a espécie”, ressalta.
Meu ipê favorito
Com tanta cor na capital, é esperado que os brasilienses se encantem com as floradas, mesmo sabendo que elas vêm todos os anos. Quem chega perto de um ipê com cachos densos, não resiste e faz pelo menos um registro. A trabalhadora doméstica Lia dos Santos Sousa, 61 anos, admirava os ipês na parte sul do Eixo Monumental. “Acho muito bacana a época do ipês, sempre eu tiro foto por aqui. Ainda mais esse ano, que estão aparecendo todas as cores juntas. O amarelo é o que eu mais gosto, acho que ele é o que mais se destaca”, acentua.
Já para a jornalista Elma Lúcia Rodrigues, 54, o favorito é o ipê-branco. Admirando alguns que floresceram na Esplanada, ela fala da sensação que as árvores trazem em meio à seca e lembra do conhecimento popular de que assim que termina o ipê-branco, começam as chuvas. “Todas as folhas são belíssimas, mas eu acho que o branco traz paz, amor e a gente está precisando dessa harmonia. Além de chuva, é claro”.