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04/12/2024 às 17:06
Em uma dinâmica que acontece há 5 anos, familiares foram recebidos para um memorial
As equipes de cuidados paliativos do Hospital da Criança de Brasília (HCB) e da Associação Brasileira de Assistência às Famílias de Crianças Portadoras de Câncer e Hemopatias (Abrace) promoveram, no domingo (1º), uma reunião com os familiares de pacientes que faleceram. O Encontro da Saudade foi realizado na casa de apoio da Abrace que acolheu as famílias e crianças durante os tratamentos no HCB.
“Esse é um momento que podemos abraçar os familiares novamente, como tantas vezes o fizemos”, disse a diretora de Assistência Social da Abrace, Lÿsia Alarcão.
O médico oncologista José Carlos Córdoba, que está à frente da equipe de cuidados paliativos do HCB, disse que era um momento de alegria e amor pelo reencontro e sugeriu vivenciar a saudade como um memorial de conquistas e lembranças. “Sintam-se acolhidos e, mesmo quando aflorarem as memórias, que elas nos façam melhores”, disse aos familiares.
A reunião teve práticas com os psicólogos do Programa William da Abrace, que acompanharam as famílias que ainda vivem o luto com muita dor. O projeto leva o nome do primeiro paciente com acompanhamento intensivo e oferece possibilidades terapêuticas aos familiares para o enfrentamento diante das dificuldades com o agravamento da doença e o acompanhamento futuro.
Luciane Nicássio perdeu o filho com leucemia aos 10 anos e, por outros 10 anos, lutou contra uma depressão profunda. Quando se curou, disse que atenderia o pedido do filho Matheus, que havia pedido para que ela voltasse à Abrace como voluntária. Há 3 anos ela participa do projeto de massoterapia Mãos que Acolhem e, ao falar da dor da perda, comenta com as outras mães que, “dentro de um tempo a dor será uma saudade”.
No Encontro da Saudade os pedidos que alguns filhos fizeram antes de falecer foram escritos em mensagens pelos pais. Os textos foram lançados ao céu, presos em balões coloridos, nas cores da equipe de cuidados paliativos. As dores traduzidas numa frase recorrente entre os familiares de que “ainda está muito difícil” foram consoladas com calorosos e emocionados abraços.
*Com informações do HCB