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18/01/2017 às 08:38, atualizado em 18/05/2017 às 09:29
Entenda como funciona o espaço inaugurado nessa terça-feira (17), projetado para melhorar a gestão de resíduos no DF
Projetado para comportar 8,13 milhões de toneladas de lixo, o Aterro Sanitário de Brasília, inaugurado nessa terça-feira (17) na DF-180, tem a construção dividida em quatro etapas. Apenas rejeitos serão depositados na área, e não haverá a presença de catadores, já que o material encaminhado para lá não é mais passível de reciclagem.
A área total é de 760 mil metros quadrados (m2), dos quais 320 mil são destinados a receber os rejeitos. A primeira etapa tem 110 mil m2 e é fracionada em quatro células de aterramento. As obras das etapas seguintes serão feitas paralelamente ao início do funcionamento do local, de forma a evitar acúmulo de água da chuva, e consequentemente, de chorume. A célula que começou a receber rejeitos ontem conta com 44 mil m2.
Quando as carretas chegarem ao local, apenas motorista e veículo serão autorizados a seguir. Outras pessoas que porventura estiverem acompanhando devem aguardar em uma sala de espera. Duas balanças rodoviárias ficam instaladas perto da entrada para pesar os caminhões que chegam e saem do aterro.
Diferentemente do aterro controlado do Jóquei, na Estrutural, a disposição do lixo no Aterro Sanitário de Brasília é precedida por uma série de cuidados, que começa com drenos de captação de águas subterrâneas para evitar que esse tipo de líquido pressione o solo e provoque rupturas na estrutura.
[Olho texto=”O aterro tem 760 mil metros quadrados, sendo 320 mil destinados a receber rejeitos” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Por cima dele, 1,5 metro de solo compactado e, em seguida, uma manta feita de polietileno de alta densidade. Texturizada nas duas faces e com espessura de dois milímetros, ela protege o solo e evita a contaminação do lençol freático. Acima da manta há uma cobertura de 50 centímetros de solo, que a protege de estragos, já que os caminhões que transportam os rejeitos passam por cima do material (veja arte abaixo).
Ao ser colocado no solo, o rejeito será espalhado e compactado com terra diariamente. A disposição do material ocorrerá de maneira a criar, com o tempo, camadas de diversas alturas em forma de trapézio, o que permitirá a estabilidade do aterro e o acesso para a abertura de novas frentes de serviço. Na medida em que os taludes forem formados, a estrutura receberá grama para sustentação.
Concomitantemente à colocação de rejeito no solo, são elevados dois tipos de drenos: um de captação de água pluvial e outro de chorume (líquido produzido pela decomposição da matéria orgânica dos rejeitos) e gás. A água pluvial captada no aterro é enviada a dois reservatórios destinados a isso e vai para o Rio Melchior. Já o chorume segue para outro reservatório voltado a esse fim e é enviado para tratamento na Estação de Tratamento de Esgoto Melchior, da Companhia de Saneamento Ambiental do Distrito Federal (Caesb), vizinha do aterro.
A previsão é que a primeira etapa, com 110 mil metros quadrados, atinja uma altura de 25 metros de rejeito. O prazo para que isso ocorra depende da quantidade de material recebido. Inicialmente, a estimativa do Serviço de Limpeza Urbana (SLU) é que sejam aterradas entre 900 e mil toneladas por dia, o que equivale a 40 carretas. As etapas seguintes (segunda e terceira) devem ter a mesma altura. A quarta consistirá na colocação de rejeito sobre as três anteriores. Todo o aterro, no fim da vida útil (13 anos), terá aproximadamente 45 metros de altura.
A área do aterro conta com cinco guaritas de vigilância e área de apoio administrativo, que engloba auditório, refeitório, sala de educação ambiental, banheiros, vestiários e salas administrativas. Há ainda oficina para lavagem e manutenção de máquinas e equipamentos.
A área também tem cercamento e espaço destinado à barreira vegetal (plantação de mudas que servem como proteção para evitar mau cheiro).
O custo para construir a primeira etapa do Aterro Sanitário de Brasília e executar obras de infraestrutura é de cerca de R$ 45 milhões, com recursos exclusivos do SLU.
Quanto à operação, os pagamentos começam agora, com o início do funcionamento. O valor a ser repassado por mês depende da quantidade de rejeito que chegar periodicamente ao aterro. A operação do espaço é de responsabilidade do consórcio formado pelas empresas GAE, Construrban e DBO.
Edição: Marina Mercante