25/02/2025 às 10:03, atualizado em 25/02/2025 às 10:21

Mais de 3,6 mil casas do Lago Norte recebem ação contra a dengue

Agentes de vigilância sanitária e bombeiros já percorreram 16 quadras da região desde o dia 13 deste mês, oferecendo orientações à população e eliminando focos do mosquito transmissor da doença

Por Jak Spies, da Agência Brasília | Edição: Chico Neto

Cerca de 3,6 mil residências do Lago Norte já foram inspecionadas por agentes da Vigilância Ambiental e do Corpo de Bombeiros desde o dia 13 deste mês, em uma operação diária contra o Aedes aegypti, transmissor da dengue, zika e chikungunya. Coordenada pela administração regional local, a ação já alcançou 16 quadras e seguirá por todas as QIs, QLs, MIs e MLs da região, reforçando a importância da inspeção domiciliar para combater os altos índices de infestação do mosquito.

Agentes em ação: cada canto da casa que puder servir de criadouro do mosquito precisa ser vistoriado | Fotos: Lúcio Bernardo Jr./Agência Brasília

“Neste ano nós antecipamos as operações para tentar diminuir o índice de infestação no Lago Norte, que estava concentrado dentro das residências”

Marcelo Ferreira, administrador do Lago Norte

O trabalho de prevenção consiste na busca por criadouros, como recipientes com água parada em quintais e áreas externas. Com a colaboração dos moradores, que são orientados a permitir a vistoria, a estratégia visa a eliminar focos do mosquito e reduzir o risco de novos casos, garantindo um ambiente mais seguro para a população.

O administrador do Lago Norte, Marcelo Ferreira, recordou que o Levantamento Rápido do Índice de Infestação por Aedes aegypti (LIRAa) costuma ser alto na região, que tem vegetação densa e lotes com grandes áreas. “Isso não significa que haja altos casos de contaminação pela dengue, mas neste ano nós antecipamos as operações para tentar diminuir o índice de infestação no Lago Norte, que estava concentrado dentro das residências”, afirma. “O governo está a postos para diminuir esse alto índice”.

Trabalho em equipe

Além da visita porta a porta, a campanha reforça as medidas que a população pode adotar para impedir a proliferação do mosquito, como tampar caixas-d’água e tonéis, limpar calhas regularmente, descartar recipientes que possam acumular água e usar repelente. A conscientização e o engajamento da comunidade são essenciais para o sucesso da iniciativa.

Ozenilde Miranda, chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental Norte: “É importante a presença do agente e também do morador acompanhando a inspeção, para que ele veja qual o problema”

“Peço que a população continue colaborando e atendendo os nossos agentes, porque o trabalho é casa a casa e dia a dia”, reforça a chefe do Núcleo de Vigilância Ambiental Norte, Ozenilde Miranda. “São lotes grandes, às vezes tem área que o morador não entende que pode ser um criadouro para as larvas do mosquito, e o nosso agente tem um olhar especial e amplo para esse atendimento. Por isso é importante a presença do agente e também do morador acompanhando a inspeção, para que ele veja qual o problema.” A previsão é alcançar todas as residências do Lago Norte.

“Não adianta um vizinho ter esse cuidado e o outro não”, pontua a agente de Vigilância Sanitária Juliana Mussi. “É um trabalhinho de formiga, cada um tem que fazer a sua parte para dar certo. E, no final, todo mundo ganha.”

Ela recomenda que todos dias, em especial nos de chuva, é importante averiguar se há água acumulada em algum objeto e retirá-lo do local. Em terrenos grandes, alguns materiais do lado de fora da casa, nos fundos ou em áreas de obras, como pratinhos que ficam embaixo das plantas, podem passar despercebidos e se tornarem focos do mosquito.

Para a agente de Vigilância Sanitária Rafaela da Silva, uma das maiores dificuldades enfrentadas pelos agentes está no receio da comunidade em receber os agentes, visto que em muitas casas os funcionários ficam sozinhos. Além da autorização necessária, há outros fatores que podem impedir a visita, como cães soltos ou própria falta de conscientização das pessoas.

“Entendemos que também há um certo medo em relação à segurança, mas a gente pede encarecidamente que nos permitam entrar, verifiquem nossos crachás e confiem no nosso trabalho, que é de suma importância para melhorar a questão da dengue no DF”, ressalta Rafaela.

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