Artesãos do DF ganharão mais espaços para comercializar seus produtos

BRASÍLIA (30/7/13)- Artesãos que promovam trabalho coletivo no Distrito Federal e na Região Metropolitana podem participar, até o dia 15 de agosto, da chamada pública aberta pela Secretaria de Micro e Pequena Empresa e Economia Solidária (Sempes), que selecionará participantes para o programa “Circuito de Feiras”.

Os grupos formais ou informais que atendam aos requisitos do projeto poderão comercializar seus trabalhos em pontos fixos e itinerantes, montados pela Sempes.

“Nosso trabalho é para tirar o artesão da individualidade, buscamos a formalização e o fortalecimento desse grupo”, explicou o secretário interino da pasta, Vítor Correa.

Esta é a segunda seleção de participantes para o “Circuito de Feiras”, que no ano passado selecionou 53 instituições de economia solidária – como são chamados esses coletivos de artesãos organizados ou não em associações, cooperativas e institutos.

SUCESSO- O Instituto de Assistência Social Maria do Barro, em Planaltina, foi uma das 53 instituições selecionadas na primeira chamada pública e desde 2012 ocupa um ponto fixo para venda de artesanato na Feira da Torre Digital.

No espaço são comercializados tapetes, bolsas, bordados, bonecas de pano, peças de crochê e outros produtos de 70 artesãs, com faturamento mensal médio de R$8 mil. “Mas tem fim de semana bom que chegamos a tirar R$2,5 mil”, comemorou a vice-presidente da instituição, Samara Sales, de 21 anos.

As mães de família atendidas pelo projeto agora podem contar com lucro certo ao fim do mês. O que para muitas era apenas um passatempo, passou a ser principal fonte de renda agora que elas possuem vitrine para os produtos.

“Ficava tudo em casa, vendia muito pouco, apenas sob encomenda. Agora vejo que um dia poderei viver apenas do meu artesanato”, contou a artesã Maria Benedita Cordeiro, 44 anos, que fabrica bonecas de pano e porta sacolas.

Hoje sob o comando de Idalete Silva, de 43 anos, o instituto mantém vivos o trabalho e a memória da pioneira Maria do Barro, que morreu em 2006 após uma vida dedicada à assistência social na região de Planaltina e Planaltina de Goiás.

Além das 70 artesãs envolvidas na produção das peças de artesanato, a instituição ainda fornece alimentos doados por supermercados e pelas Centrais de Abastecimento do DF (Ceasa) a 150 famílias cadastradas.

INSCRIÇÃO- Os interessados em participar da 2ª chamada pública do “Circuito de Feiras” têm até o próximo dia 15 para entregar a documentação e o resultado final será divulgado em 2 de setembro.

Para esta edição, a expectativa da Secretaria de Micro e Pequena Empresa é ampliar ainda mais o número de feiras itinerantes, além de buscar novos pontos fixos. Todas as entidades que atenderem às exigências serão cadastradas já que não há limite de participantes.

A categoria de economia solidária engloba ainda outros ramos de atividade, como a alimentação (doceiras, boleiras, etc), e a agricultura familiar. Todos esses também podem se inscrever no programa.

De acordo com o subsecretário de Economia Solidária, Afonso Magalhães, alguns critérios foram aperfeiçoados nesta chamada pública, mas “sem dispensar os critérios da objetividade, transparência e impessoalidade”, ressaltou.

Os locais fixos são uma loja na Feira da Torre Digital, dois boxes na Feira da Torre de TV, e três lojas em postos de gasolina (duas em Taguatinga e uma no Paranoá) -essas últimas fruto de uma parceria com uma rede de combustível.

Além disso, existem as feiras itinerantes, que são montadas pela Sempes em eventos promovidos pelas administrações regionais, pelo GDF ou pelo governo federal em Brasília. Apenas no ano passado, foram mais de 20 eventos do tipo, nos quais os artesãos puderam expor suas mercadorias.

(H.O/M.M)