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08/02/2017 às 17:26, atualizado em 03/07/2017 às 19:43
Meta da Secretaria da Agricultura é distribuir 330 mil mudas a produtores da região da bacia hidrográfica. Entrega começou nesta quarta (8) em 12 chácaras de Brazlândia
O sobrenome da diretora de Políticas para o Desenvolvimento Rural é Viana, e não Vieira, como informado anteriormente.
Uma das providências para minimizar a escassez hídrica no Distrito Federal é a recuperação do Cerrado em terrenos degradados na região da Bacia do Alto Descoberto. Para isso, a Secretaria da Agricultura, Abastecimento e Desenvolvimento Rural vai distribuir 330 mil mudas de espécies nativas a produtores por meio do programa Reflorestar. Ao todo, serão replantados 67 hectares em área de preservação permanente (APP) do tipo nascente e 233 hectares naquela do tipo curso d’água.
Nesta quarta-feira (8), a ação abrangeu 12 propriedades em Brazlândia, nas proximidades do Córrego Cristal, afluente do Ribeirão Rodeador e tributário do Rio Descoberto. Na área, ficam as três principais nascentes do Cristal — uma delas até secou por falta de vegetação. Para tentar reverter a intensa degradação, devem ser plantadas 6,6 mil mudas nas chácaras.
A escolha das espécies depende das características de cada terreno. Para isso, técnicos fazem um georreferenciamento e vão a campo para avaliar as condições do local e comparar com as informações coletadas pelas imagens. “Com isso, conseguimos mapear melhor a situação e decidir quais são as espécies adequadas”, explica a diretora de Políticas para o Desenvolvimento Rural, da Secretaria da Agricultura, Juliana Viana.
[Olho texto='”Temos relatos de que, após o reflorestamento, as nascentes retornaram em um ano. Tudo depende da profundidade do lençol freático”‘ assinatura=”Juliana Viana, diretora de Políticas para o Desenvolvimento Rural” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Esse acompanhamento in loco permite um diagnóstico bastante preciso do nível de degradação do Cerrado. “Pelas imagens, não identificamos que uma das nascentes do Cristal havia secado. Quando chegamos, percebemos que o local era compatível com região de nascente e, ao conversarmos com o produtor, descobrimos que a água havia secado há dez anos”, conta Juliana. As imediações de onde deveria correr a nascente estava tomada por capim.
Plantas típicas de região úmida, como embaúba, landim, pinha-do-brejo e marinheiro, devem fazer com que a água aflore novamente. “Temos relatos de que, após o reflorestamento, as nascentes retornaram em um ano. Tudo depende da profundidade do lençol freático”, explica a servidora.
Para que a recuperação seja efetiva, é importante que os produtores protejam as mudas. Esse cuidado inclui evitar queimadas e o ataque de animais, como formigas, às plantas. “É preciso inserir essa preocupação no dia a dia.”
O programa Reflorestar existe há dez anos e já entregou gratuitamente cerca de 450 mil exemplares. Para participar, basta o interessado procurar algum escritório da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Distrito Federal (Emater-DF) para avaliação das características da propriedade.
Concluída essa etapa, o pedido é encaminhado à Secretaria da Agricultura. Depois de a pasta definir quais são as espécies adequadas, as mudas são cultivadas no Viveiro da secretaria, na Granja do Ipê, no Parque Way.
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A procura pelo serviço está relacionada à consciência da necessidade de recomposição ambiental, de acordo com o técnico administrativo da pasta e integrante da equipe do Reflorestar, Rafael Prata Rodrigues. “São produtores que perceberam a importância de recompor o Cerrado. O objetivo não é fazer paisagismo, e sim garantir a diversidade ambiental e genética da vegetação.”
Com o fim do prazo para aderir ao Cadastro Ambiental Rural (CAR), em dezembro de 2017, deixam de valer os benefícios para recuperação da reserva legal previstos pelo novo Código Florestal. Uma das medidas que entram em ação é a aplicação de multa por infrações ambientais cometidas antes de 22 de julho de 2008.
Assim, a tendência é que mais pessoas procurem o fornecimento com o objetivo de recuperar áreas degradadas. Cada produtor retira, no mínimo, 200 mudas por vez.
Edição: Marina Mercante