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06/08/2013 às 20:54
Criado em 2011, Bom de Bola é uma alternativa para crianças de São Sebastião
SÃO SEBASTIAO (6/8/13) – A escola de futebol do 21º Batalhão de Polícia Militar de São Sebastião, que dá aulas para crianças de 10 a 14 nos, completa dois anos de trabalho em outubro e beneficiou no período mais de 100 estudantes da região que não tinham opções de lazer na cidade.
“Precisamos resgatar as crianças que estão na ociosidade e aproximar a comunidade da polícia para formar um cidadão de bem”, explicou o sargento Dinei de Amorim, um dos coordenadores do projeto Bom de Bola- Craque na Escola.
A iniciativa tem o objetivo de desenvolver o espírito esportivo e melhorar o rendimento escolar dos alunos, que têm aulas três vezes por semana em horário contrário à frequência na escola e os que faltarem cinco vezes consecutivas sem justificativa são desligados do projeto.
“A PM faz um trabalho preventivo, para coibir crimes, e este tipo de trabalho comunitário traz benefícios para a sociedade local na medida em que tira esses meninos das ruas, trazendo-os para dentro do quartel. Não estamos só preocupados com o trabalho físico, mas com a formação geral do cidadão”, complementou Dinei.
Os participantes precisam ter bons desempenho e comportamento nas salas de aula e antes de treinar, passam por uma avaliação feita pelos médicos da Policlínica da Polícia Militar.
O quartel oferece bolas, calções, camisas de futebol, bolsa com materiais de primeiros socorros e protetor solar e além da atividade esportiva, a unidade policial dá palestras educativas sobre drogas, sexualidade e religião.
A empregada doméstica Ana Paula Barbosa, mãe de dois alunos, Antônio Eduardo e Michel, conta que os meninos ficaram mais responsáveis, pontuais e obedientes.
“Em vez de ficarem na rua, eles ocupam o tempo e não se envolvem com pessoas erradas”, complementou.
Antônio Eduardo, 13 anos, é uma promessa do futebol brasileiro, com pinta de artilheiro, tanto que no último campeonato amador de São Sebastião, ele marcou dois gols e ajudou o time da escolinha a ganhar o segundo lugar.
“Se não der certo (como jogador de futebol), estou estudando para ser investigador”, avisou o estudante.
Apesar do pouco tempo de funcionamento, o projeto revelou craques de futebol, como Regis Resing, de 12 anos, mais conhecido como Bebê, que fez sucesso em uma competição no Chile, onde jogou contra times chilenos, argentinos e paraguaios, e foi o artilheiro.
“O chato foi ficar seis dias no ônibus pra ir e cinco pra voltar”, comentou o aluno sobre a longa viagem até o país sul-americano.
A escolinha de futebol tem capacidade para atender 60 crianças e as aulas duram duas horas.
(I.F/T.V)