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28/02/2017 às 22:57, atualizado em 28/02/2017 às 23:20
Baratona e Raparigueiros (foto) embalaram o público com músicas baianas tocadas ao vivo por bandas e DJs
No último dia oficial de carnaval em Brasília, uma multidão aproveitou a trégua da chuva e, mais uma vez, lotou o Eixão Sul. Os blocos Raparigueiros (170 mil pessoas) e Baratona (mais de 10 mil), que também saíram no domingo, embalaram o público com músicas baianas de bandas como É o Tchan e Chiclete com Banana tocadas por conjuntos ao vivo e DJs.
O casal de Vicente Pires Cintia Nascimento, de 32 anos, e Ivan Betini, de 35, decidiu curtir a folia brasiliense pela primeira vez. “Está bem organizado, não vimos confusão” disse Cintia, que estava no Baratona. A família de Alessandra César Martins, de 35 anos, resolveu ir de última hora e elogiou os cordões formados por policiais militares que circulavam na área. Ela ia levar as filhas e as sobrinhas para curtir um bloco infantil, mas precisou mudar os planos porque a folia já havia acabado. “Mas elas estão gostando [da Baratona] e, enquanto sentirmos que está seguro, vamos ficar.”
Nayara Liberato, de 23 anos, acompanhou os blocos com três amigos. “Confesso que tinha medo, mas neste ano fui em quase todos os dias e gostei muito.” Gustavo Silva, de 23 anos, que brincou também no primeiro dia do Raparigueiros, achou a terça-feira mais animada. “Vou sentir saudade do carnaval.”
Um dos diretores do Raparigueiros, Pedro Nery lembrou do primeiro ano em que o bloco saiu oficialmente, em 1992, com cerca de mil pessoas. Vendo a multidão desta noite, ele disse que o aumento no número de foliões significa a melhoria da festa no DF. “A população de Brasília está prestigiando mais o carnaval da cidade, e tem vindo muita gente de fora.”
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Mais cedo, a partir das 10 horas, o Calango Careta fez a alegria de quem decidiu ir para a Asa Norte, na 408/409. Cerca de 250 pessoas assistiram às atrações do coletivo cultural. Uma apresentação circense da Trupe Quéro-Quéro e as marchinhas da Orquestra Lagartixa Chorosa e da Orquestra Camaleônica deram o tom da folia.
Um dos organizadores, Felipe Lucena conta que o bloco nasceu em 2015 com a proposta de dar novo significado aos espaços públicos. “Sempre com muita música, arte e cultura para a população”, detalhou.
Para os Thurler, o ambiente familiar foi o que mais chamou a atenção. “Fomos em vários eventos desde o sábado e sempre procuramos aliar diversão, segurança e espaço agradável”, destacou a servidora federal Ingrid, de 41 anos, casada com Daniel e mãe do pequeno Thomas, de 4.
Na área central do Plano Piloto, quem também marcou presença pelas ruas pela segunda vez — ele saiu no domingo (26) — foi o tradicional Pacotão. Criado em 1978 por um grupo de jornalistas no Clube da Imprensa, o bloco faz referência ao contexto social e político do País nas marchinhas de carnaval.
Com vários adereços, como serpentina, Maria Lúcia Pereira, de 63 anos, acompanhava o desfile. “Vou em outros, mas prefiro este. É mais irreverente, mais crítico”, opinou a aposentada, que disse frequentar o Pacotão desde o começo.
No Parque da Cidade, o grupo Patubatê animou o Estacionamento 12, onde ocorreu a Baratinha. Com o som vindo de sucatas, o conjunto embalou crianças e adultos que se divertiam desde a manhã com confetes e spray de espuma.
Pelo local passaram foliões mirins como Vivian Fernanda, de 7 anos, fantasiada de gato. A mãe, a nutricionista Letícia Batista, de 28 anos, contou que elas chegaram por volta das 17 horas. “Acho que têm muitas coisas [opções para as crianças], é animado e organizado; dá para ficar o dia todo”, elogiou Letícia.
Os blocos fazem parte dos 47 que receberam apoio para infraestrutura em 2017 por meio da Lei de Incentivo à Cultura (LIC).
Edição: Raquel Flores