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23/03/2017 às 08:59, atualizado em 05/04/2017 às 11:52
A unidade básica de saúde da Quadra 302 iniciou o recadastramento dos pacientes. Euda Vaz, de 69 anos, é uma das atendidas no local
A conversa informal na varanda de casa é sinônimo de mais cuidado, segundo Euda Vaz, de 69 anos. A pensionista é atendida pela Unidade Básica de Saúde n° 7 de Samambaia, uma das oito da região, que já funciona exclusivamente com equipes de saúde da família. Trata-se da maior cobertura do programa no DF — 76% do território está incluído.
Desde segunda-feira (20), os agentes comunitários da unidade trabalham no recadastramento de todas as pessoas atendidas no local — processo que deve durar no mínimo seis meses. A visita a cada uma leva menos de uma hora, e o diálogo é bem detalhado.
Informações como número de animais de estimação, quantidade de parentes na casa e se há fumante na família fazem diferença. A ideia é traçar um perfil do paciente, ao qual o médico terá acesso durante a consulta. São dois cadastros: um da família e outro individual.
[Olho texto='”Eu estou amando. Me sinto mais cuidada. Os médicos são bem atenciosos”‘ assinatura=”Euda Vaz, moradora de Samambaia” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
Desde que foi inaugurada, em 2013, a unidade — que antes era batizada como Clínica da Família — funciona dessa maneira. O modelo é o mesmo que será adotado em todas as unidades básicas de saúde com a nova política de atenção primária estabelecida pela Portaria nº 77, de 2017.
Moradora de Samambaia desde a fundação da região, em 1989, Euda conta que a prática é muito diferente da a que estava acostumada. “Eu estou amando. Me sinto mais cuidada. Os médicos são bem atenciosos.”
Diabética e precisando controlar a glicose rigorosamente, ela já chegou a ser atendida em casa e sempre tem retorno na própria unidade. Além do atendimento domiciliar e das consultas marcadas, também há a opção da demanda espontânea, em que, dependendo do caso, o interessado pode ser examinado no mesmo dia.
Hoje, o atendimento é feito de segunda a sexta-feira, das 7 às 18 horas. Mas, conforme prevê a portaria, esse horário será estendido. O texto determina que unidades tipo 2, ou seja, com mais de três equipes, funcionem das 7 às 19 horas, de segunda a sexta-feira, e das 7 horas ao meio-dia, aos sábados.
[Numeralha titulo_grande=”1,3 mil” texto=”Média de consultas médicas por mês na unidade de saúde da família de Samambaia” esquerda_direita_centro=”direita”]
A média mensal de consultas médicas é de 1,3 mil. No local, ficam seis equipes de saúde da família. Cada uma é composta por médico, enfermeiro, dois técnicos de enfermagem e um número variado de agentes comunitários. Os casos mais complexos são encaminhados para especialistas presentes em outras unidades de saúde.
Ana Beatriz Santos, de 17 anos, conheceu o serviço na gravidez, quando teve acompanhamento de um dos médicos. Atualmente, ela e o filho, de 1 ano e 7 meses, continuam indo a consultas para observar o desenvolvimento infantil da criança.
O caso é semelhante ao de Irla Suiane Ribeiro, de 20 anos, e Marcos Gabriel, de apenas 2 meses. Quando gestante, a jovem recebeu a visita de uma equipe que a cadastrou. Desde então, ela marca consultas frequentes para seguir o crescimento do filho.
De acordo com o gerente de Serviços de Atenção Primária n° 7 de Samambaia, Ricardo Aguiar, a média de espera para marcação de consultas não passa de uma semana. No entanto, antes disso, todo paciente passa pelo acolhimento, ocasião em que um técnico de enfermagem faz o primeiro contato com o morador. “Ali ele fica mais tranquilo e já sai com a consulta marcada.”
[Olho texto=”A espera para marcação de consultas é de no máximo uma semana. Antes disso, todo paciente passa pelo acolhimento” assinatura=”” esquerda_direita_centro=”esquerda”]
O acolhimento é feito a qualquer hora, assim que o paciente procura a unidade. “Não existe aquilo de alguém chegar às 6 horas da manhã e esperar para ver se vai ser atendido”, resume o gerente. Outra realidade é o fato de não ter dia específico para cada tipo de consulta.
Isso também depende da demanda. São 16 quadras de Samambaia atendidas pelo espaço, o que perfaz um total de mais de 26 mil habitantes.
Ponto forte da atenção primária, três práticas integrativas são desenvolvidas na Unidade Básica de Saúde n° 7 de Samambaia. Além da shantala (massagem para bebês), da ioga e da automassagem, o local ainda tem grupos com foco no tabagismo, na gestação, no desenvolvimento infantil, no planejamento reprodutivo e na odontologia.
Cada atividade é pensada com base na necessidade da população. Quem tem interesse em participar pode comparecer ao local ou ser encaminhado por um dos profissionais.
Pelas projeções da Secretaria de Saúde, é possível resolver até 70% dos problemas somente na atenção primária. Por isso, a meta é estender de 30,7% para 75% a cobertura do modelo de Estratégia Saúde da Família no DF até 2018.
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Edição: Vannildo Mendes