Cerca de 12 mil foliões passaram no domingo pelo Eixão Norte-Sul, dando lição de civilidade. No Gran Folia, as bandas animaram com talento e beleza. Cerca de 300 policiais deram apoio

" /> Cerca de 12 mil foliões passaram no domingo pelo Eixão Norte-Sul, dando lição de civilidade. No Gran Folia, as bandas animaram com talento e beleza. Cerca de 300 policiais deram apoio

">

20/02/2012 às 03:00

Folia, alegria e tranquilidade

Cerca de 12 mil foliões passaram no domingo pelo Eixão Norte-Sul, dando lição de civilidade. No Gran Folia, as bandas animaram com talento e beleza. Cerca de 300 policiais deram apoio

Por

Cristina Ávila, da Agência Brasília

Os brasilienses que ficaram no Plano Piloto durante o Carnaval e que foram ao Gran Folia, na Esplanada dos Ministérios, assistiram a grandes espetáculos. O talento musical das bandas e a beleza de dançarinos animaram cerca de 6 mil foliões a partir da meia noite de domingo. Mas a festa movimentou muito mais gente. Cerca de 12 mil pessoas desceram da Asa Norte e da Asa Sul pelo Eixão, cantando e dançando ao som de trios elétricos que arrastaram a massa com muita paz e tranquilidade.
 
Por volta das 17h, um pequeno público já esperava os foliões na Esplanada. O número de pessoas foi aumentando aos poucos até chegar a cerca de 2 mil pessoas antes da meia noite, quando chegariam os blocos. Segundo estimativas da Polícia Militar, muita gente se dispersou logo que os blocos que vinham das Asas Sul e Norte se encontraram – o que somaria cerca de 6 mil no local do palco do Gran Folia.
 
Mas a festa começou cedo na Esplanada, ainda havia luz do sol quando as bandas começaram a mostrar o sucesso que viria horas depois. Especialmente o Galinho de Brasília, com os bonecos gigantes da tradição pernambucana, e o Àsé Dúdú, que, como outras bandas, comprovaram que Brasília tem Carnaval, músicos, cantores e dançarinos impecáveis.
 
A África se fez presente nos figurinos, nas letras das músicas com seus dialetos, nos búzios, tambores, no sangue quente dos negros, mestiços, enfim, dos brasileiros. Todos protegidos pela vigilância atenta de 300 policiais militares, que ficaram até as 6h do domingo, em carros, motocicletas e a cavalo no Eixão e na Esplanada.
 
Barracas com a logística dos foliões participantes trouxeram para o Gran Folia os nomes que a capital já conhece bem: Galinho, Pacotão, Mamãe Taguá, Baratinha, Baratona, Àsé Dúdú, Raparigueiros, Meninos de Ceilândia.
 
Paz – Muita gente de roupas e cabelos coloridos apreciou a festa. A família Franco saiu de Taguatinga de metrô e chegou por volta das 18h na Esplanada dos Ministérios. Vestindo uma alegre peruca carnavalesca, Patrícia Franco contou que ela, o marido, Nilson, e o sobrinho Fabian – também com cabelos postiços e bem chamativos – preferiram chegar cedo para pegar a parte mais tranquila do Carnaval.
 
“O horário é mais calmo. E preferimos vir pra Esplanada porque tudo aqui está organizado”, afirmou Patrícia. Os três chegaram de metrô na estação da rodoviária e só precisaram atravessar a rua. À noite, voltariam de ônibus e em Taguatinga pegariam um táxi para chegar em casa mais rápido. “Fiquei impressionada, tem bastante ônibus, está tranquilo voltar”.
 
A família Franco comprou o abadá dos Raparigueiros. “Com a camiseta, as bebidas e os lanches ficam mais baratos”, explicou Patrícia. Ela também elogiou a colocação de banheiros químicos no caminho dos blocos pelo Eixão. “Neste ano, o ambiente está muito bom. Dá pra vir com a família”. Fabian gostou dos CDs e dos presentes jogados dos trios elétricos. “As músicas também estão muito boas. Tem frevo e música baiana”, disse.
 
Comércio – Os baianos não estavam somente nos palcos. A Bahia está nas ruas da cidade e no talento culinário de Lúcia Valéria Ferreira Neves. Com uma roupa branca e adereços que combinavam com os acarajés, abarás e cocadas da banca, ela se sentia completamente tranquila para atender a freguesia.
 
“O lugar aqui está bem melhor, tanto para a gente como para os visitantes. E os policiais estão dando a maior assistência. Aqui cada um tem seu espaço. Não tem confusão”, comentou.
 
Nesta época das preocupações com o politicamente correto, dois repórteres de brincadeirinha – Warley de Souza Cardoso, com o microfone, e o cinegrafista Marcos Garcia – saíram de Goiânia para se divertir e pregar a paz no Carnaval.
 
“Nós abordamos as pessoas, brincando de fazer entrevista, e nossa proposta é trazer para todos os valores da família, do respeito e da paz”, explicou Warley. Eles fazem parte de um grupo chamado Impacto Jovem com uma Missão, que atua em Goiás e no DF. “Viemos somar”, disse Marcos.
 
Entrevista com a subsecretária de Políticas e Promoções Culturais, da Secretaria de Cultura, Fátima de Deus
 
A subsecretária de Políticas e Promoções Culturais da Secretaria de Cultura, Fátima de Deus, percorreu os locais onde os blocos se concentraram nas quadras próximas ao Eixão para verificar como estava o Carnaval no Plano Piloto no domingo. E chegou ao Gran Folia por volta das 18h.
 
Como estão os blocos no Plano Piloto?
Passei pelo Galinho, tinha umas 15 mil pessoas. No Pacotão havia uns 10 mil. Vi a Baratona, Raparigueiros e os blocos com os portadores de necessidades especiais. O que a gente quer é a organização do Carnaval, para que as pessoas se divirtam, com alegria, com as estruturas necessárias, para que tudo fique bem. Estamos satisfeitos com o que vimos.
 
E o Governo do Distrito Federal está bastante presente no Carnaval, com suas instituições a postos?
Todos os serviços do GDF estão aqui à disposição da comunidade. Caesb, com água, CEB, com a luz, os policiais, Secretaria de Segurança, Secretaria de Cultura, o metrô que de hoje a terça-feira funciona até as 23h. E com reforço de ônibus para as pessoas chegarem e voltarem para suas casas. A cidade está tranquila e com muita animação onde o Carnaval acontece.
 
O resultado é positivo?
Temos a certeza do dever cumprido. A alegria, a paz e a cidadania, num Carnaval democrático, com atrações grátis para todos. Com o Carnaval próximo à moradia dos cidadãos no Distrito Federal. Tivemos o pré-Carnaval nas rodoviárias, a descentralização dos eventos nas cidades, onde estão tendo também as rodas de samba. A descentralização é a marca deste governo. Temos Carnaval nas cidades, sem que a população obrigatoriamente precise se concentrar em Ceilândia ou no Plano Piloto.

00021501